Há uma presença que não se explica mas que nos abraça
Todos os anos no verão iam passar férias com os avós. Este é o primeiro ano depois da partida deles para a viagem definitiva das suas vidas. Ainda assim, meteram-se no carro e foram para o monte, onde já tinham sido felizes, sabendo que podia não ser fácil conviver com a ausência.
Abriram o portão e olharam em redor… tudo estava no mesmo lugar, como se nada se tivesse passado ali. O carro de mão, o arado, a enxada e a foice do avô, o fogão, as panelas e os alguidares da avó. Sentem a sua presença, revivem o cheiro da comida acabada de fazer, ainda se ouvem as vozes que ecoam os seus nomes por aquele lugar… tudo os abraça. Há uma presença que não se vê, uma presença que nem todos sentem, mas que o amor vivido e revivido experimenta.
LEITURA I Gn 18, 1-10a
Naqueles dias,
o Senhor apareceu a Abraão junto do Carvalho de Mambré.
Abraão estava sentado à entrada da sua tenda,
no maior calor do dia.
Ergueu os olhos e viu três homens de pé diante dele.
Logo que os viu, deixou a entrada da tenda
e correu ao seu encontro;
prostrou-se por terra e disse:
«Meu Senhor, se agradei aos vossos olhos,
não passeis adiante sem parar em casa do vosso servo.
Mandarei vir água, para que possais lavar os pés
e descansar debaixo desta árvore.
Vou buscar um bocado de pão, para restaurardes as forças
antes de continuardes o vosso caminho,
pois não foi em vão que passastes diante da casa do vosso servo».
Eles responderam: «Faz como disseste».
Abraão apressou-se a ir à tenda onde estava Sara e disse-lhe:
«Toma depressa três medidas de flor da farinha,
amassa-a e coze uns pães no borralho».
Abraão correu ao rebanho e escolheu um vitelo tenro e bom
e entregou-o a um servo que se apressou a prepará-lo.
Trouxe manteiga e leite e o vitelo já pronto
e colocou-o diante deles;
e, enquanto comiam, ficou de pé junto deles debaixo da árvore.
Depois eles disseram-lhe:
«Onde está Sara, tua esposa?».
Abraão respondeu: «Está ali na tenda».
E um deles disse:
«Passarei novamente pela tua casa daqui a um ano,
e então Sara, tua esposa, terá um filho».
No meio dos impossíveis da vida, e debaixo de um calor intenso, Abraão levanta-se e acolhe três personagens que não têm nome. No gesto de lavar os pés, sentar à mesa, servir uma refeição preparada de propósito para as visitas, Abraão sabe que recebe na sua casa o próprio Deus. Do fundo da sua alma ergue-se um grito “não passeis adiante sem parar em casa do vosso servo” e no seu coração fica uma promessa “Sara tua esposa terá um filho”.
Salmo 14 (15), 2-3a.3cd-4ab.5 (R. 1a)
Este hino de peregrinação, que é o salmo 14, questiona sobre a dignidade com que nos apresentamos diante de Deus. Seremos dignos de entrar na sua casa e de nos sentarmos à sua mesa? O salmo diz que é necessário ter um coração puro para nos apresentarmos diante de Deus.
LEITURA II Col 1, 24-28
Irmãos:
Agora alegro-me com os sofrimentos que suporto por vós
e completo na minha carne o que falta à paixão de Cristo,
em benefício do seu corpo, que é a Igreja.
Dela me tornei ministro,
em virtude do cargo que Deus me confiou a vosso respeito,
isto é, anunciar-vos em plenitude a palavra de Deus,
o mistério que ficou oculto ao longo dos séculos
e que foi agora manifestado aos seus santos.
Deus quis dar-lhes a conhecer
em que consiste, entre os gentios,
a glória inestimável deste mistério:
Cristo no meio de vós, esperança da glória.
E nós O anunciamos, advertindo todos os homens
e instruindo-os em toda a sabedoria,
a fim de os apresentarmos todos perfeitos em Cristo.
Paulo está maravilhado ao ver que o mistério de Cristo é anunciado, manifestado e acolhido entre os não judeus. Ele tornou-se servidor do mistério de Cristo e não encontra maior alegria do que sentir a força que faz com que a Palavra de Deus se realize plenamente em todos os homens.
EVANGELHO Lc 10, 38-42
Naquele tempo,
Jesus entrou em certa povoação,
e uma mulher chamada Marta recebeu-O em sua casa.
Ela tinha uma irmã chamada Maria,
que, sentada aos pés de Jesus,
ouvia a sua palavra.
Entretanto, Marta atarefava-se com muito serviço.
Interveio então e disse:
«Senhor, não Te importas
que minha irmã me deixe sozinha a servir?
Diz-lhe que venha ajudar-me».
O Senhor respondeu-lhe:
«Marta, Marta,
andas inquieta e preocupada com muitas coisas,
quando uma só é necessária.
Maria escolheu a melhor parte,
que não lhe será tirada».
Este pequeno texto de Lucas recorda que a Palavra de Jesus é o mais importante. Quando damos a nós mesmos o tempo para estar a sós com Jesus ou quando a vida nos obriga a realizar as tarefas de cada dia, a palavra de Jesus é sempre o mais importante. Aquele que tem em si a Palavra de Jesus não deixa que o seu coração se agite ao ponto de reclamar com tudo e com todos. Pelo contrário, realiza todas as coisas saboreando nelas a atitude de serviço e disponibilidade que Jesus nos propõe no evangelho.
Reflexão da Palavra
O texto que temos diante de nós surge no livro dos Genesis depois de vários anúncios da promessa de Deus a Abraão. De facto, desde o capítulo 12, em que Deus desafia Abrão a deixar a sua terra, a família e a casa do Pai, que ele aguarda o cumprimento da palavra de Deus “farei de ti um grande povo, abençoar-te-ei, engrandecerei o teu nome e será uma fonte de bênçãos” (12, 2).
Durante os mais de vinte anos que separam o primeiro encontro de Deus com Abraão e esta visita “junto dos carvalhos de Mambré”, Abraão viveu suspenso na promessa, chegando a acreditar que não seria um filho seu, mas um escravo, o herdeiro. Primeiro Eliézer (15,2) e depois Ismael. Deus sempre lhe disse “não é ele que será o teu herdeiro, mas aquele que sairá das tuas entranhas”. Abraão vive na expetativa do dia em que se cumprirá a promessa. Há pressa em Abraão ao sentir que o tempo passa e se torna cada vez mais difícil tornar-se realidade este desejo. Por isso, o texto de hoje põe Abraão a correr.
O texto é muito interessante e cheio de pormenores, sendo que um deles se sobrepõe a todos os outros, Deus veio hospedar-se na tenda de Abraão. Abraão está numa terra emprestada por Mambré, o dono dos carvalhos, a cuja sombra ele montou a tenda. Abraão não tem morada fixa. Está sentado à porta da tenda, nem dentro nem fora e tem diante dele todo o horizonte. À hora de maior calor, em que já não se espera que apareça alguém, o horizonte longínquo aproxima-se de Abraão na figura de três homens. É Deus quem vem a casa de Abraão na figura de três homens. Abraão percebe que está diante de Deus e não pode perder aquela oportunidade, que pode ser única, de o receber em sua casa, e corre a gritar “meu Senhor, se mereci o teu favor, peço-te que não passes adiante, sem parar em casa do teu servo” (18, 3). Deus aceita hospedar-se em casa de Abraão, veio para isso e para dar cumprimento à promessa feita há muitos anos, por isso diz: “Faz como disseste”.
A promessa de Deus renova-se na vida de Abraão com data marcada, “passarei novamente pela tua casa daqui a um ano e então Sara tua esposa terá um filho”. A espera é longa, mas Deus, não se esquece da sua aliança.
Pode Deus hospedar-se na casa de um homem? E o homem, pode hospedar-se na casa de Deus? É esta a pergunta do salmo. Composto em três partes, o salmo 14 é usado em Jerusalém na liturgia de receção aos peregrinos. O salmo abre com uma pergunta, depois responde à pergunta e no final tira uma conclusão. A pergunta aparece no texto litúrgico deste domingo como refrão: “Quem habitará, Senhor, no vosso santuário?” O salmista pergunta sobre as condições necessárias para entrar na casa do Senhor, no seu templo, para estar de consciência tranquila e em paz com Deus. O peregrino ou o crente que em cada sábado sobe ao templo para rezar, questiona-se “quem poderá, Senhor, habitar no teu santuário?”, que é como quem pergunta “sou eu digno de entrar neste lugar sagrado?”.
Na casa do Senhor ninguém se deve apresentar sem as condições necessárias, sem o traje de cerimónia, sem a alma purificada. Na parábola de Jesus, o rei, ao entrar “viu um homem que não trazia o traje nupcial- E disse-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem traje nupcial?” (Mt 22, 11-12).
Que condições são necessárias para entrar e habitar na casa do Senhor? O salmista responde com uma série de requisitos do coração, “uma vida sem mancha”, “pratica a justiça”, “diz a verdade que tem no coração”, “não levanta calúnias”, “não faz mal ao próximo”, “não prejudica ninguém”, “despreza o que é desprezível”, “estima o que teme o Senhor”, “não falta ao juramento”, “não empresta dinheiro com usura” e “não se deixa subornar”. A conclusão é simples: “Quem assim proceder jamais será abalado”.
Paulo tornou-se ministro da Igreja no dia em que acolheu Jesus pela fé e a sua vida transformou-se numa experiência de sofrimento que ele vive unido a Cristo na Cruz, por isso diz: “alegro-me com os sofrimentos que suporto por vós e completo na minha carne o que falta à paixão de Cristo, em benefício do seu corpo que é a Igreja”. Esta situação já tinha sido prevenida por Cristo quando foi dizendo aos discípulos que ele próprio tinha que sofrer e eles também haviam de sofrer, porque “o discípulo não é mais do que o Mestre” (Lc 6,40). Se o mestre “vai ser entregue às mãos dos homens” (Lc 9,44), “tem de sofrer muito” (Lc 9,22), o mesmo pode acontecer aos discípulos “vão deitar-vos as mãos e perseguir-vos, entregando-vos nas prisões; hão de conduzir-vos perante reis e governadores por causa do meu nome” (Lc 21,12).
De onde resulta este sofrimento? Da necessidade e urgência de anunciar a Palavra de Deus, “anunciar-vos em plenitude a palavra de Deus”, na qual se revela o “mistério de Cristo” que estava “oculto ao longo dos séculos”, e que foi, agora revelado também aos gentios, pois “Deus quis dar-lhes a conhecer… a glória inestimável deste mistério” que é “esperança e glória”. Ora, o mundo opõe-se a este mistério e ao anúncio feito por Paulo e pelos demais discípulos e pregadores, do mesmo modo que se opôs ao próprio Cristo até o levar à morte. Aquele que se tornou ministro por encargo de Deus, como Paulo, não pode calar-se, tem que fazer como o apóstolo “nós O anunciamos, advertindo todos os homens e instruindo-os em toda a sabedoria, a fim de os apresentarmos todos perfeitos em Cristo”.
Esta experiência de Paulo, apesar de dolorosa é fonte de alegria. Aquele que conhece o mistério, isto é, recebeu o anúncio que diz de Cristo que ele é “a imagem de Deus invisível, o primogénito de toda a criatura”, que “Ele é anterior a todas as coisas e nele tudo subsiste”, que “Ele é a cabeça da Igreja que é o seu corpo” e que nele e no seu sangue Deus reconciliou todas as coisas do céu e da terra, encontra motivo de alegria, mesmo que faça a experiência do sofrimento. É Paulo quem o diz “alegro-me com os sofrimentos” e adverte os filipenses “a vós foi dada a graça de assim atuardes por Cristo: não só a de nele acreditar, ma também a de sofrer por ele”.
A caminho de Jerusalém, Jesus, vai ensinando aos doze uma série de atitudes necessárias a todo aquele que quiser ser seu discípulo. No domingo passado, com a parábola do Bom Samaritano, ensinou que o amor não é uma teoria, mas uma atitude que beneficia alguém com algo concreto. Este domingo ensina que o verdadeiro discípulo escuta a sua palavra.
O texto começa com a disponibilidade de Marta para com Jesus recebendo-o em sua casa. Com esta atitude, Marta mostra ter lugar para o outro, capacidade para o acomodar na sua vida, dispor do seu tempo para com ele, dedicar-lhe uma atenção especial, colocar-se inteiramente ao seu serviço. Jesus aceita esta disponibilidade e vai para sua casa com os doze.
Em casa de Marta a cena coloca em confronto a atitude desta Marta com a da sua irmã, Maria. Não porque Marta tenha agido mal, mas porque Jesus quer ensinar aos doze a verdadeira atitude do discípulo, servindo-se de Maria como exemplo. Diz Jesus que ela “escolheu a melhor parte”. Com isso, ensina que, acolhe-lo não é o mesmo que acolher outra pessoa. O verdeiro discípulo acolhe primeiro a Palavra, escutando atentamente, e só depois se ocupa e preocupa com as outras coisas que, sendo necessárias, não são o mais importante. Para Jesus, em todo o evangelho, a escuta da palavra é uma prioridade e é decisivo para todo o discípulo. Podemos recordar aqui parábolas como a do semeador e a da casa construída sobre a rocha, por exemplo.
Quando falta a palavra, alteram-se as prioridades e o modo como se vivem as circunstâncias. Marta “atarefava-se com muito serviço”, mas esse não é o seu problema. Jesus toca-lhe na ferida quando lhe diz “andas inquieta e preocupada com muitas coisas”. Na realidade, para Jesus, “uma só é necessária”. Jesus vai dizê-lo mais adiante “não vos inquieteis quanto à vossa vida” (Lc 12, 22) e conclui, “não vos inquieteis com o que haveis de comer ou beber, nem andeis ansiosos, pois as pessoas do mundo é que andam à procura de todas estas coisas” (Lc 12, 29-30).
Marta vive como as pessoas do mundo ocupada com muitas coisas, Maria escolheu a única coisa que é necessária e os discípulos de Jesus têm que fazer uma escolha entre as coisas do mundo e a palavra de Deus.
Meditação da Palavra
“Maria escolheu a melhor parte”
No caminho para Jerusalém, Jesus aproveita para ensinar aos doze alguns princípios básicos que devem ser assimilados por qualquer dos seus discípulos, a verdadeira caridade, a escuta da palavra e a oração. Ao ser recebido em casa de Marta, mulher que manifestou ter um coração capaz de acolher qualquer pessoa sem medir nem contabilizar esforços, Jesus senta-se a ensinar. O evangelho não diz qual era o assunto. O que interessa a Lucas é o que Jesus diz no diálogo com Marta.
Ocupada com as tarefas da cozinha, preocupada para que a comida esteja pronta a horas de servir aos convidados e com a abundância necessária porque eram muitos, Marta perde-se de Jesus, enquanto Maria sentada aos seus pés escuta atentamente.
Para uma família do tempo de Jesus a presença de Maria na sala, juntamente com os homens, não era normal. As mulheres estavam à parte e cuidavam das tarefas domésticas. Por isso, Marta tem razão e todos concordam, quando se dirige a Jesus para lhe dizer “não te importas que minha irmã me deixe sozinha a servir?”. O normal seria Jesus repreender Maria e mandá-la ajudar a irmã, como esta esperava.
Jesus, já o sabemos, não está muito preocupado com as normas sociais. Para ele há coisas mais importantes. E, querendo ensinar os seus discípulos e alertar Marta ao mesmo tempo para o facto de nos deixarmos influenciar pelo mundo, onde as pessoas andam preocupadas com muitas coisas, Jesus ‘repreende’ Marta e não Maria: “Marta, Marta, andas inquieta e preocupada com muitas coisas”.
Para Jesus, também já o sabemos, não devemos andar preocupados e inquietos com o que havemos de comer, beber ou vestir, porque o pai do céu, que cuida das flores e dos passarinhos sem que eles trabalhem, também cuida de nós porque bem sabe do que necessitamos.
A nós deve preocupar-nos apenas uma coisa, a mais importante e que Maria escolheu, que é escutar Jesus. A palavra de Deus, que dá forma à vida, caminho por onde ir e meta aonde chegar, não pode perder-se. Jesus manifesta uma grande preocupação com a palavra. Na parábola do semeador adverte que, alguns “ouvem, mas o diabo vem e tira-lhes a palavra do coração… Outros acreditam por algum tempo e afastam-se na hora da provação… outros ouviram, mas são sufocados pelos cuidados, pelas riquezas e pelos prazeres da vida” (Lc 8,12-14).
Isto pode acontecer aos discípulos e Marta é apresentada como exemplo. Sem deixar de ser boa pessoa, disponível e acolhedora, esquece-se do mais importante, de modo que, tudo o que faz se transforma num sofrimento que não tem descanso, nem alegria nem paz, correndo o risco de se tornar uma pessoa amarga.
Os discípulos não podem ser como Marta, precisam ser como a Maria e pôr-se ao serviço com a alegria que vem da força que neles atua através da palavra. É desta alegria que fala Paulo na carta aos Colossenses. Também ele se tornou discípulo de Cristo desde o momento em que ouviu a sua voz no caminho de Damasco. A partir daquele encontro determinante fez uma opção que o levou a mudar de vida. Deixou de perseguir a Igreja e tornou-se seu ministro, dedicando-se por inteiro ao anúncio da palavra que revela o mistério de Cristo, que é “esperança e glória”.
A escolha feita naquele tem-lhe causado muitos sofrimentos, tanto entre os gentios como entre os judeus, como sabemos. Mas Paulo, iluminado pela palavra, consciente da esperança a que foi chamado e cheio de confiança naquele em quem acreditou, não perde a alegria, antes se une a Cristo na sua paixão.
Todo o discípulo sabe que a sua adesão a Cristo implica passar pela experiência do sofrimento. O próprio Cristo o disse de si mesmo “o filho do homem vai ser entregue às mãos dos homens” (Lc 9,44), “tem de sofrer muito (Lc 9,22) e o mesmo pode suceder àqueles que o seguem “vão deitar-vos as mãos e perseguir-vos, entregando-vos nas prisões; hão de conduzir-vos perante reis e governadores por causa do meu nome” (Lc 21,12).
Será a palavra a torna-los fortes, “a minha palavra está em vós”, e aquele que “escuta a minha palavra e a põe em prática é como uma casa construída sobre a rocha”. A figura de Abraão, surge como o testemunho da confiança em Deus e na sua palavra. Tendo escutado a voz de Deus quando estava em Ur com a família, Abraão viveu toda a sua vida confiado naquela voz que lhe sussurrou a promessa de um filho. As circunstâncias da vida quiseram fazê-lo tremer na sua fé, porque não era provável que um homem de quase cem anos e uma mulher de idade avançada tivessem um filho das próprias entranhas.
Abraão, atravessou a noite escura, com lágrimas e dúvidas, mas não vacilou em relação a voz que conduziu toda a sua vida. Naquela tarde de calor, sentado à porta da tenda, a palavra torna-se presença e ele corre ao perceber que, naqueles três personagens é o próprio Deus que vem, e grita prostrado a seus pés “se agradei aos vossos olhos, não passeis adiante sem parar em casa do vosso servo”.
Abraão sentiu que podia ser a sua última oportunidade e aproveitou-a. Acolheu Deus na sua tenda e ouviu-o dizer: “passarei novamente pela tua casa daqui a um ano e então Sara tua esposa terá um filho”.
Marta não aproveitou a presença de Jesus na sua casa como fez Maria e foi advertida. Paulo ao conhecer o evangelho tomou consciência da grandeza do mistério de Cristo e aproveitou a oportunidade para lhe entregar a sua vida experimentando a alegria no meio do sofrimento.
Hoje pode ser a nossa última oportunidade de deixar a voz de Deus ecoar nos nossos corações e de o receber em nossa casa. Estamos dispostos?
Rezar a Palavra
Só um Deus grande como tu pode caber na pequenez da minha tenda, por isso quero dizer-te como Abraão: “Se agradei aos vossos olhos, não passeis adiante sem parar em casa do vosso servo”. Deixa que te lave os pés e prepare para ti a mesa. Comeremos juntos, falaremos de ti e de mim, habitaremos um no outro, serás eu, serei tu, eu na tua cruz, tu na minha, cumprindo em nós a mesma promessa.
Compromisso semanal
Como Maria escolho a melhor parte.






