Santos Carlos Lwanga e companheiros, mártires
Memória
Entre os anos 1885 e 1887, foram condenados à morte muitos cristãos no Uganda, por ordem do rei Mwanda, em ódio da religião. Alguns deles eram funcionários da corte real ou até adjuntos do próprio rei. Entre eles distinguem-se Carlos Lwanga e seus companheiros, com idades entre os catorze e os trinta anos. Uns foram decapitados e outros queimados vivos no monte Namugongo, no Uganda, pela sua inquebrantável adesão à fé católica. Carlos e os vinte e um companheiros são os primeiros mártires da África negra.

Leitura I (anos ímpares) Sir 51, 17-27 (gr. 12-20)

Eu Vos louvarei e darei graças, meu Deus, bendizendo o nome do Senhor. Na minha juventude, antes de andar errante, busquei abertamente a sabedoria na minha oração. Pedi-a diante do santuário e procurá-la-ei até ao fim da vida. Quando florescia como uva temporã, ela era a alegria do meu coração. Os meus pés andaram por caminho recto e segui na sua esteira desde a juventude. Mal lhe prestei ouvidos, logo a recebi e encontrei para mim abundante instrução. Graças a ela, fiz grandes progressos: darei glória Àquele que me deu a sabedoria. Porque eu decidi pô-la em prática, procurei zelosamente o bem e não serei confundido. A minha alma combateu corajosamente por ela e fui muito diligente na observância da Lei. Levantei as minhas mãos para o alto e compreendi os seus mistérios. Dirigi para ela a minha alma e encontrei-a na pureza de vida. Com ela, desde o princípio, adquiri inteligência; por isso não serei abandonado.

compreender a palavra
Extraordinárias as palavras de Bem-Sirá ao fazer o balanço da sua vida. Chegado a uma idade avançada olha para trás e percebe que no caminho da sua vida, no centro da sua história, está uma decisão da juventude: “Na minha juventude, antes de andar errante, busquei abertamente a sabedoria na minha oração. Pedi-a diante do santuário”. Essa decisão manteve-se ao longo da vida porque foi percebendo a riqueza da sabedoria. Encontrou nela “a alegria do meu coração”, “abundante instrução”, “Com ela, adquiri inteligência”. Por isso foi incansável na sua busca “decidi pô-la em prática”, “a minha alma combateu corajosamente por ela”, “dirigi para ela a minha alma”. E descobriu que ela é um dom que vem de outro “darei glória àquele que me deu a sabedoria”.

meditar a palavra
As extraordinárias palavras de Bem-Sirá levam-me a uma reflexão sobre o lugar da sabedoria na minha história. As minhas decisões da juventude ou de hoje são em busca da sabedoria? Levam-me a compreender o mistério da vida e o mistério de Deus? Aprendo somente com a vida que corre mesmo sem eu fazer nada ou procuro a sabedoria que revela todo o mistério? Os meus passos seguem ao acaso e a minha alma luta em vão ou procuro o caminho reto e esforço-me pela prática do bem? Reconheço que a sabedoria é um dom de Deus e procuro-a na oração ou entendo que se trata de um esforço meu que alcanço por mim mesmo e descubro nos livros?

rezar a palavra
Senhor Jesus, o conhecimento dos sábios e os livros mais cobiçados são insensatez diante da tua sabedoria. Só tu conheces todo o mistério e toda a ciência. Tua guardas os segredos do universo e penetras no coração do homem. Revelas-te aos simples que buscam em ti a sabedoria e escondes-te dos sábios e dos poderosos. Por isso procuro em ti, Senhor, a sabedoria e a minha alma luta para a alcançar. Desce ao meu coração e ilumina-me para que siga pelo caminho reto e procure zelosamente o bem.

compromisso
Na oração peço ao Senhor que me dê a verdadeira sabedoria.

EVANGELHO Mc 11, 27-33

Naquele tempo, Jesus e os discípulos foram de novo a Jerusalém. Quando Ele andava no templo, aproximaram-se os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os anciãos, que Lhe perguntaram: «Com que autoridade fazes isto? Quem Te deu autoridade para o fazeres?». Jesus respondeu: «Vou fazer-vos só uma pergunta. Respondei-Me e Eu vos direi com que autoridade faço isto. O batismo de João era do Céu ou dos homens? Respondei-Me». Eles começaram a discorrer, dizendo entre si: «Se dissermos: ‘É do Céu’, Ele dirá: ‘Então porque não acreditastes nele?’. Vamos dizer-Lhe que é dos homens?». Mas eles temiam a multidão, pois todos pensavam que João era realmente um profeta. Então responderam: «Não sabemos». Disse-lhes Jesus: «Também Eu não vos digo com que autoridade faço isto».

compreender a palavra
No dia seguinte, à expulsão dos vendilhões do templo, Jesus, caminha pelo Templo quando surgem os membros do Sinédrio e o interrogam sobre a origem da sua autoridade. Jesus não responde à pergunta, mas faz ele uma pergunta querendo dizer que a sua autoridade é pelo menos igual à deles e pode também perguntar. A pergunta de Jesus é sobre João Batista que eles não reconhecem como enviado de Deus tal como não reconhecem Jesus. Eles não sabem o que responder e Jesus também não lhes diz de onde lhe vem a autoridade com que atua no meio deles.

meditar a palavra
Do mesmo modo que alguns se sentiram no direito de interrogar Jesus sobre a autoridade com que ele atua de modo diferente dos outros, também a nós, seus discípulos nos questionam sobre o porquê de sermos diferentes. A resposta às perguntas está na segurança que temos. Esta segurança vem da autoridade de Jesus, da autoridade com que agiram os doze e os seus sucessores. A nossa autoridade não vem de nós nem de nenhum poderoso deste mundo. A nossa autoridade está em nós porque vem de Deus que nos habita. Perante este poder as autoridades ficam sem saber o que fazer, mostram a sua ignorância e acabam sem argumentos para contestar a autoridade de Jesus. Do mesmo modo acontecerá connosco.

rezar a palavra
Confio, Senhor, que estás em mim e em mim manifestas a tua autoridade, sempre que na minha vida respondo como Jesus. Não estou só nas lutas e nos confrontos de cada dia. Nos embates com a indiferença ou com a perseguição, manifesta-se na minha vida o poder que vem de ti porque na minha fragilidade é mais visível a tua fortaleza.

compromisso
Não vou envergonhar-me diante dos homens, mas, com humildade, deixar que se veja o poder de Deus.