O perdão, poder que salva o mundo

Visivelmente irritado na sua figura de criança, virou as costas ao pai, saiu, bateu com a porta e não contente, agarrou numa pedra insensata e arremessou-a contra a janela do vizinho. O ruído do vidro a partir atraiu a atenção de todos que, saindo de casa apenas viram os pequenos calções a desaparecer porta adentro.

Chorava, agora, de aflição entre o vizinho que procurava saber quem tinha atirado a pedra e o pai preocupado a querer saber o que tinha sucedido. Entre lágrimas não foi capaz de balbuciar mais do que duas palavras “fui eu”.

“Foste tu o quê, filho?”. “Fui eu quem partiu o vidro do vizinho”. “E, agora?”, pergunta o pai. “Tenho que pedir desculpa!?”. “Sim!”, diz o pai, “E…”, “tenho que pagar o vidro”. “Pois…”, confirma o pai enquanto pergunta, “Como?”. “Do meu mealheiro…!?”. “Está bem! E…”. “O quê Pai?”. “Não voltes a pecar”, concluiu o pai”.

LEITURA I Is 43, 16-21

O Senhor abriu outrora caminhos através do mar,
veredas por entre as torrentes das águas.
Pôs em campanha carros e cavalos,
um exército de valentes guerreiros;
e todos caíram para não mais se levantarem,
extinguiram-se como um pavio que se apaga.
Eis o que diz o Senhor:
«Não vos lembreis mais dos acontecimentos passados,
não presteis atenção às coisas antigas.
Olhai: vou realizar uma coisa nova,
que já começa a aparecer; não a vedes?
Vou abrir um caminho no deserto,
fazer brotar rios na terra árida.
Os animais selvagens _ chacais e avestruzes _
proclamarão a minha glória,
porque farei brotar água no deserto,
rios na terra árida,
para matar a sede ao meu povo escolhido,
o povo que formei para Mim
e que proclamará os meus louvores».

Ao povo que vive cativo em Babilónia, Isaías anuncia a libertação que o Senhor vai realizar. Diz que é algo novo, mais surpreendente do que a libertação realizada no Egito. O Senhor vai abrir um caminho no deserto e fazer surgir rios na terá árida e matar a sede ao seu povo.

Salmo 125 (126), 1-6 (R. 3)

A libertação realizada pelo Senhor e anunciada por Isaías, tem no salmo uma nova reflexão. De facto, o Senhor cumpriu a libertação prometida e foi de tal modo extraordinária que até os pagãos comentavam “O Senhor fez por eles grandes coisas”. No entanto, o povo teve que suportar diversas dificuldades no regresso a casa e na instalação na sua terra. Para o salmista o sofrimento provocado pelas adversidades é semente de alegria: “os que semeiam em lágrimas recolhem com alegria”.

LEITURA II Flp 3, 8-14

Irmãos:
Considero todas as coisas como prejuízo,
comparando-as com o bem supremo,
que é conhecer Jesus Cristo, meu Senhor.
Por Ele renunciei a todas as coisas
e considerei tudo como lixo,
para ganhar a Cristo
e n’Ele me encontrar,
não com a minha justiça que vem da Lei,
mas com a que se recebe pela fé em Cristo,
a justiça que vem de Deus e se funda na fé.
Assim poderei conhecer Cristo,
o poder da sua ressurreição
e a participação nos seus sofrimentos,
configurando-me à sua morte,
para ver se posso chegar à ressurreição dos mortos.
Não que eu tenha já chegado à meta,
ou já tenha atingido a perfeição.
Mas continuo a correr, para ver se a alcanço,
uma vez que também fui alcançado por Cristo Jesus.
Não penso, irmãos, que já o tenha conseguido.
Só penso numa coisa:
esquecendo o que fica para trás,
lançar-me para a frente, continuar a correr para a meta,
em vista do prémio a que Deus, lá do alto,
me chama em Cristo Jesus.

Paulo recorda aos filipenses que a meta para onde corremos, com o esforço diário, está à frente e não atrás. Lá do alto, Cristo chama-nos e nós não podemos perder o sentido da meta perante a realidade do sofrimento. Pelo contrário, o sofrimento que implica a luta diária para conhecer Cristo e rejeitar tudo o que não é Cristo, deve unir-nos aos “seus sofrimentos, configurando-me à sua morte” para chegarmos “à ressurreição dos mortos”.

EVANGELHO Jo 8, 1-11

Naquele tempo,
Jesus foi para o monte das Oliveiras.
Mas de manhã cedo, apareceu outra vez no templo,
e todo o povo se aproximou d’Ele.
Então sentou-Se e começou a ensinar.
Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus
uma mulher surpreendida em adultério,
colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus:
«Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério.
Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres.
Tu que dizes?».
Falavam assim para Lhe armarem uma cilada
e terem pretexto para O acusar.
Mas Jesus inclinou-Se
e começou a escrever com o dedo no chão.
Como persistiam em interrogá-l’O,
ergueu-Se e disse-lhes:
«Quem de entre vós estiver sem pecado
atire a primeira pedra».
Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão.
Eles, porém, quando ouviram tais palavras,
foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos,
e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio.
Jesus ergueu-Se e disse-lhe:
«Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?».
Ela respondeu: «Ninguém, Senhor».
Disse então Jesus:
«Nem Eu te condeno.
Vai e não tornes a pecar».

Diante da mulher condenada pelos fariseus, Jesus apresenta-se como aquele que salva. Ele conhece os pensamentos dos homens e sabem o que cada um tem no seu coração, por isso, não pode deixar condenar aquela mulher, embora ela tenha pecado. As palavras de Jesus revelam a situação geral, todos são pecadores, porque há de ser condenada só a mulher?

Reflexão da Palavra

Isaías começa por recordar a saída do Egito, que para os israelitas foi o maior acontecimento da sua história e revela o poder libertador de Deus, para avançar com o anúncio de feitos ainda mais extraordinários que Deus vai realizar em breve, em ordem à libertação dos deportados em Babilónia. Se no passado Deus “abriu caminhos através do mar” e “veredas por entre as torrentes das águas”, agora vai “abrir um caminho no deserto” e “fazer brotar rios na terra árida”.

Isaías coloca na boca do Senhor, para dar maior força às palavras, o desafio de esquecer o passado, porque o futuro, a mão do Senhor vai revelar-se ainda mais poderosa do que quando abriu o mar Vermelho à passagem do povo e nele fez submergir os carros e os cavaleiros do Egito, “um exército de valentes guerreiros” que ali “caíram para não mais se levantarem”.

Se este feito foi admirável como não será o que o Senhor promete, para futuro, àqueles que estão em Babilónia? Começa um tempo de esperança que se percebe nas palavras do Senhor “vou realizar uma coisa nova, que já começa a aparecer”. A pequenina esperança vai crescer e tornar-se realidade. Perante a sua realização o povo, bem como todos os animais selvagens, “proclamará os meus louvores”.

O salmo 125 reflete o tema da primeira leitura e recorda a saída de Babilónia “quando o Senhor fez regressar os cativos de Sião”. O salmista recorda como foi extraordinária e inesperada a libertação operada pelo Senhor. A alegria do povo é bem expressa nas afirmações “parecia-nos viver um sonho” e “da nossa boca brotavam expressões de alegria e de nossos lábios cânticos de júbilo”. Mas o poder do Senhor foi impressionante até para os pagãos que diziam “o Senhor fez por eles grandes coisas”.

O salmista reconhece que o regresso ainda não está concluído. Regressar é voltar à vida normal, tomando posse da sua terra e do seu destino e isso ainda não aconteceu, o que é motivo de sofrimento para muitos. Por isso o salmista tem esperança que este sofrimento se possa transformar em alegria como acontece com “os que semeiam em lágrimas”.

A carta aos Filipenses tem por detrás a ação de alguns, a quem Paulo chama “cães”, “maus trabalhadores” “falsos circuncisos” (Flp 3,2). São cristãos que consideram que deve ser imposta a todos os convertidos independentemente da sua origem judaica ou pagã tanto a lei de Moisés como a circuncisão. Este tema foi tratado pelos apóstolos, com Pedro à frente, no chamado concilio de Jerusalém (Act 15), tendo ficado decidido que “não se devem importunar os pagãos convertidos a Deus”.

Paulo, por isso, escreve esta carta para deixar claro que, embora importantes no caminho da salvação que Deus fez com o seu povo e a que ele próprio aderiu desde criança, a circuncisão e a Lei de Moisés, foram ultrapassadas pelo evangelho de Cristo e pelo batismo. Portanto, ele considera “todas as coisas como prejuízo, comparando-as com o bem supremo, que é o conhecimento de Cristo”.

Paulo começou, como atleta da fé, um caminho, e considera que os cristãos de Filipos também iniciaram esta corrida no Batismo, de modo que não podem olhar para trás, para o que deixaram, para as coisas que tinham como importantes antes de conhecer a Cristo. Pois todo o corredor que olha para trás arrisca-se a perder a corrida. Paulo quer chegar à meta que é o conhecimento de Cristo, ressurreição e vida. Sabe que não chega lá por merecimento, mas por graça. Por isso, fez uma opção por Cristo que implica configurar com ele toda a sua vida, participando “nos seus sofrimentos, configurando-me à sua morte, para ver se posso chegar à ressurreição dos mortos”.

Paulo desafia assim, os filipenses a fazer como ele “esquecendo o que fica para trás, lançar-me para a frente, continuar a correr para a meta” porque na meta se encontra Cristo Jesus que chama a passar da morte à vida.

Para compreendermos o texto do evangelho que se oferece na liturgia deste V domingo da quaresma, precisamos recordar o que o evangelista refere no diálogo de Jesus com Nicodemos: “Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele” (Jo 3,17). Lendo a cena de condenação da mulher adúltera a partir deste propósito, todos os pormenores ganham uma nova dimensão.

O texto dá indicações da proximidade da Páscoa em que Jesus vai ser condenado à morte. Jesus passou a noite no Jardim das Oliveiras, diz o evangelista, e de manhã entrou na cidade e sentou-se no templo a ensinar. Jesus é o Mestre, senta-se para ensinar a multidão e é ali que o vão encontrar os escribas e os fariseus. A sua intenção não é condenar a mulher, mas condenar Jesus, “falavam assim para Lhe armarem uma cilada e terem pretexto para O acusar”. Para concretizarem esta intenção servem-se de “uma mulher surpreendida em adultério” e adiantam o que diz a Lei de Moisés e determinam que deve ser Jesus a ditar a sentença: “tu que dizes?”.

Com uma pergunta de sim ou não transformam Jesus, o Mestre, em juiz. A pergunta, com a indicação de “surpreendida em flagrante adultério” e a certificação da Lei, não deixa a Jesus possibilidade de fugir, e esperam que ele diga sim ou não. Sabemos que nenhuma das respostas favorece Jesus nem a sua proposta de salvação para todos. A situação torna-se tão difícil para a mulher, que já está condenada antecipadamente, como para Jesus, pois eles acreditam que já têm motivo para o condenarem.

Jesus começa por usar a tática do silêncio que obriga a que todos teçam dentro de si uma resposta, a partir do que têm nos seus corações. O caminho da misericórdia é longo e não se chega lá facilmente nem chegam todos ao mesmo tempo. Entretanto, Jesus “começou a escrever com o dedo no chão”. Alguns autores entendem que a atitude de Jesus recorda Jeremias 17,10-13, onde se afirma “Eu, o Senhor, penetro os corações e sondo as entranhas, a fim de recompensar cada um pela sua conduta e pelos frutos das suas ações… os que de ti se afastam serão escritos na terra…”.

A resposta de Jesus altera todos os parâmetros previamente considerados suficientes para a condenarem, colocando, no lugar onde eles puseram a mulher, a misericórdia que é o coração do Evangelho, dizendo: “Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra”.

Com esta resposta Jesus está a recordar a todos que a sua forma de agir também infringe a lei, também é um adultério porque se servem de uma pecadora para o condenarem a ele e porque têm a lei como um ídolo, não permitindo que a misericórdia de Deus chegue até aos pecadores. Por isso, eles saem todos a começar pelos mais velhos, por serem os mais pecadores ou por serem os que melhor entendem a necessidade de misericórdia e de perdão.

Não condenando a mulher, Jesus cumpre a sua missão, “que o mundo seja salvo por ele”, e recorda que a única força que vence o pecado e abre um caminho novo ao pecador para que ele passe da morte à vida, é o perdão.

Meditação da Palavra

A palavra deste V domingo da quaresma recorda o poder de Deus e a sua vontade de nos salvar em qualquer circunstância. Do mesmo modo que salvou outrora o povo do Egito, “com mão forte e braço estendido” (Dt 5,15) Ele quer salvar em todos os tempos. Para o Israel desterrado na Babilónia, o momento da libertação parecia nunca mais acontecer, e a esperança esmorecia. Mas Isaías, o homem de Deus, insiste que Deus é capaz de fazer imensamente mais do que já fez. O que o povo conhece da história do êxodo – a saída do Egito, a passagem do mar vermelho, a vitória sobre o exército do Faraó, a travessia do deserto e a chegada à terra da promessa –, feitos grandiosos que a história guarda e eles transmitem de geração em geração, não se podem comparar com o que Deus já está a fazer pelo seu povo.

Se outrora, “o Senhor abriu outrora caminhos através do mar, veredas por entre as torrentes das águas”, agora, vai “abrir um caminho no deserto, fazer brotar rios na terra árida”. Por isso, diz Isaías, “não vos lembreis mais dos acontecimentos passados, não presteis atenção às coisas antigas”. O poder do Senhor ainda não revelou tudo quanto é capaz de fazer pelo seu povo, e o povo ainda não viu todas as razões pelas quais vale a pena louvar o seu Senhor.

O salmista, que já viu o que o Senhor fez, dá-nos as razões do louvor, pois o que o Senhor realizou é inacreditável, parece um sonho, de modo que até os pagãos dizem “grandes coisas fez por eles o Senhor”.

Estas maravilhas, porém, ainda não são tudo quanto o Senhor é capaz de fazer, pois ainda não se revelou a verdadeira salvação que o Senhor prepara para os homens com a vinda do seu filho.

No evangelho de João compreendemos que o poder do Senhor vai mais além da libertação social do homem, como aconteceu no Egito e em Babilónia. A verdadeira libertação, onde se manifesta o grandioso poder de Deus, reside no íntimo do homem. Ali onde o pecado adulterou a verdadeira imagem de Deus, fazendo o homem acreditar que não merece a atenção, o cuidado, o amor, a misericórdia e o perdão de Deus.

Aos fariseus, que pretendem condenar Jesus porque Ele é a imagem de Deus misericordioso, que lhes é estranha, a eles que se encontram agarrados à Lei e incapazes de compreender a misericórdia, Jesus revela o coração do Evangelho: “Deus não enviou o seu filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele”. Por isso, obrigado a ser juiz da mulher pecadora, Jesus aponta para o íntimo de cada um para que encontrem aí as razões pelas quais ela deve ser condenada, bem como as razões pelas quais O devem condenar a Ele.

Desta forma revela a misericórdia de Deus que não premeia o mérito dos que se julgam justos nem condena aqueles que se consideram pecadores. Revela a uns e a outros que tudo é dom gratuito e que, sem este dom gratuito que há de manifestar-se na cruz, ninguém se pode salvar. Diante das palavras de Jesus: “quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra”, regressam todos à noite de onde vieram, convencidos de que, por cumprirem a Lei, têm consigo a razão, e deixam à mulher a melhor parte, a possibilidade do encontro com o olhar da misericórdia que arranca da morte para a vida todos os que encontram nele a verdadeira esperança: “mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?”. “Ninguém, Senhor”. “Nem Eu te condeno. Vai e não tornes a pecar”.

Paulo compreendeu o verdadeiro alcance da misericórdia divina no dia em que se encontrou com Cristo no caminho de Damasco. Nesse dia deixou para trás tudo quanto tinha como seguro, certo e importante, para seguir apenas a Cristo. Sabendo que a comunidade de Filipos estava a ser incomodada por alguns a quem ele chama “cães”, “maus trabalhadores” e “falsos circuncisos” (Flp 3,2), vai em auxílio da comunidade para que não se deixe enredar nas artimanhas daqueles que querem regressar à Lei de Moisés e impor a circuncisão a todos os que querem ser cristãos.

Nesta carta apresenta o seu testemunho pessoal. Também ele, no momento em que abraçou a fé, considerou como lixo tudo o que, embora sendo bom, não pode comparar-se com Cristo. Porque a Lei de Moisés e a circuncisão, ou qualquer outra realidade, não se podem comparar ao poder libertador manifestado por Deus na cruz de Cristo. Por isso, Paulo insiste que o caminho do cristão passa pela configuração com Cristo na sua morte para alcançar com ele a ressurreição, e que isto representa uma corrida para a frente, para a meta, onde Cristo já se encontra e de onde nos chama.

Esperar a salvação em outras realidades, mesmo naquelas que, no passado, Deus ofereceu como meios de libertação e fidelidade ao seu povo, é não ter em conta a grandeza do que nos foi dado em Cristo e a possibilidade definitiva que ele representa para passarmos da morte à vida.

Tal como Paulo, nada nos pode impedir de ir ao encontro de Cristo que nos chama, nem a nostalgia do passado, nem as perturbações ideológicas de alguns, nem o pecado ou o medo da condenação. Em Cristo, à semelhança de Paulo, encontramos o poder libertador da misericórdia, porque ele não veio para condenar o mundo, mas para o salvar. Ele julga-nos no amor e, no mesmo amor, quer salvar a todos, como está bem patente no Evangelho. Por isso, olhemos para a frente e façamos o caminho da esperança que é Cristo, ressurreição e vida, que nesta Páscoa uma vez mais celebramos.

Rezar a Palavra

Senhor faz-me passar da morte à vida. Que as minhas lágrimas se convertam em alegria. Que a noite do meu coração se transforme em dia de ressurreição para que eu possa dizer “grandes coisas fez por mim o Senhor”.

Compromisso semanal

Quero experimentar a alegria do encontro com o olhar misericordioso de Cristo.