São Carlos Borromeu, bispo
Memória
Carlos Borromeu nasceu em Arona, na Lombardia, no ano 1538. Nomeado cardeal por Pio IV, seu tio materno, e eleito bispo de Milão, foi um verdadeiro pastor da Igreja. Solícito pelas necessidades da Igreja do seu tempo, visitou várias vezes toda a diocese, convocou sínodos, erigiu seminários para a formação do clero e promoveu por todos os meios a renovação da vida cristã. Morreu no dia 3 de novembro de 1584.
Leitura I Flp 2, 1-4
Irmãos: Se há em Cristo alguma consolação, algum conforto na caridade, se existe alguma comunhão no Espírito, alguns sentimentos de ternura e misericórdia, então completai a minha alegria, tendo entre vós os mesmos sentimentos e a mesma caridade, numa só alma e num só coração. Não façais nada por rivalidade nem por vanglória; mas, com humildade, considerai os outros superiores a vós mesmos, sem olhar cada um aos seus próprios interesses, mas aos interesses dos outros.
Compreender a Palavra
À luz de Cristo e do mistério de Deus que é amor, Paulo provoca os cristãos a imitarem os sentimentos divinos de caridade vivendo com um só coração e uma só alma, com humildade e altruísmo. A rivalidade, a vanglória e a superioridade são sentimentos contrários ao espírito de Deus.
Meditar a Palavra
Nas relações entre os cristãos é difícil deixar os critérios pessoais quando estes não estão evangelizados. A adesão a Cristo não é uma simpatia ideológica superficial mas uma entrega total de toda a existência, é um afundar-se nos sentimentos que há em Cristo, que há em Deus, para os traduzir na vida e nas opções quotidianas. Nada pode ficar fora desta adesão existencial a Cristo. Por isso Paulo nos convida a viver os mesmos sentimentos de caridade que existem em Deus e a considerar os outros superiores a nós concorrendo em tudo para o seu bem.
Rezar a palavra
Ensinai-me, Senhor, a encontrar a alegria na caridade e a fazer dos critérios do evangelho os critérios de avaliação da minha vida na relação com os meus irmãos.
Compromisso
A caridade é mais do que dar esmola, é dar a vida em favor dos outros por considera-los superiores a nós.
Evangelho: Lc 14, 12-14
Naquele tempo, disse Jesus a um dos principais fariseus, que O tinha convidado para uma refeição: «Quando ofereceres um almoço ou um jantar, não convides os teus amigos nem os teus irmãos, nem os teus parentes nem os teus vizinhos ricos, não seja que eles por sua vez te convidem e assim serás retribuído. Mas quando ofereceres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás feliz por eles não terem com que retribuir-te: ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos».
Compreender a Palavra
Jesus, convidado para uma refeição em casa de um homem rico, aproveita para falar sobre os critérios que devem levar à escolha dos convidados. Jesus está implicitamente a falar das qualidades do coração daquele que convida. É feliz aquele que tiver um coração capaz de escolher os mais pobres, os coxos, os cegos que não podem retribuir. Feliz é aquele que pensa nos últimos e não na recompensa ou retribuição, porque esse tem as qualidades necessárias para pertencer ao Reino de Deus, para participar na ressurreição dos justos.
Meditar a Palavra
O Reino de Deus tem critérios diferentes dos instituídos entre os homens. É por isso que muitas vezes nos situamos fora do Reino, mesmo estando dentro da Igreja. Fazemos parte de uma classe humana mas não adquirimos os critérios fundamentais do Reino como no-los apresenta Jesus. No Reino, o primeiro lugar é para os pobres, marginalizados, desprezados e esquecidos da sociedade. Jesus convida-me a alterar os meus critérios para que a minha vida se ajuste ao Reino de Deus e não ao reino fútil e interesseiro dos homens.
Rezar a Palavra
Senhor, tenho tantas coisas para mudar em mim. Fiz uma opção pelo Baptismo que me situa como teu discípulo, mas adquiri uma maneira de pensar e de agir que pactua com situações de injustiça praticadas pelos homens. Também eu convido para a minha mesa aqueles que mais me agradam e que melhor servem aos meus interesses. Preciso vencer-me a mim mesmo nesta forma de pensar e agir, para poder situar-me nos critérios do teu Reino onde os últimos são os primeiros. Ensina-me a ser o último.
Compromisso
Vou estar atento para não passar à frente de ninguém, mas ao contrário, dar o meu lugar a outro se ele é dos esquecidos da sociedade.