Santos Francisco Marto e Jacinta Marto
[Memória em Portugal]
Francisco Marto e sua irmã Jacinta Marto nasceram em Fátima: aquele no dia 11 de junho de 1908 e esta no dia 11 de março de 1910. Na sua humilde família aprenderam a conhecer e a louvar a Deus. Em 1916 viram três vezes um Anjo e, em 1917, seis vezes a Virgem Maria. Nestes encontros, as duas crianças deixaram-se atrair pelo imenso amor divino, vivendo o resto das suas breves vidas numa atitude de entrega total a Deus, em oração intensa, no desejo de contribuir, pela reparação, para a salvação da humanidade e para a paz no mundo. Francisco faleceu no dia 4 de abril de 1919 e Jacinta no dia 20 de fevereiro de 1920. Foram as duas primeiras crianças não mártires a serem canonizadas.

Leitura I (anos ímpares): Sir 1, 1-10 

Toda a sabedoria vem do Senhor e está com Ele para sempre. Quem poderá contar a areia do mar, as gotas da chuva, os dias da eternidade? Quem poderá medir a altura do céu, a amplidão da terra, a profundidade do abismo? A sabedoria foi criada antes de todas as coisas e a inteligência prudente existe desde sempre. A fonte da sabedoria é a palavra de Deus nos altos céus e os seus caminhos são preceitos eternos. A quem foi revelada a raiz da sabedoria? Quem conheceu as suas intenções secretas? A quem foi manifestada a ciência do Senhor? Quem compreendeu os seus grandes recursos? Só há um sábio, que é muito para temer: Aquele que está sentado no seu trono. Foi o próprio Senhor quem criou a sabedoria, a viu e avaliou, a derramou sobre todas as suas obras, em toda a criatura, segundo a sua generosidade, e a comunicou àqueles que O amam. 

Compreender a Palavra
Deus dá-se a conhecer em toda a sua sabedoria nas obras por si criadas e revela-se como o único sábio. Diante de Deus ninguém é sábio porque ninguém consegue contar a areia do mar, as gotas de chuva ou os dias da eternidade. Ninguém pode medir a altura do céu, a amplidão da terra nem a profundidade do abismo. O homem, para alcançar a sabedoria precisa escutar a Palavra de Deus, fonte da revelação de Deus e do conhecimento dos seus mistérios.

Meditar a Palavra
Não conseguimos chegar ao verdadeiro conhecimento apenas com a nossa inteligência. Os sábios esbarram com o mistério da eternidade e com a profundidade da sabedoria de Deus. Mas aqueles que escutam a palavra de Deus recebem o conhecimento à medida que nela meditam e nele iluminam a sua existência. A importância de escutar, compreender e meditar a palavra de Deus não é apenas para um conhecimento intelectual. Trata-se de aprofundar na experiência espiritual da presença e ação de Deus em nós. Esse é o verdadeiro conhecimento. O sábio é o que nasce de Deus continuamente porque recebe dele o conhecimento.

Rezar a Palavra
Senhor, a tua sabedoria deixa-me perplexo, porque não consigo chegar ao conhecimento dos mistérios da vida e da morte, do tempo e da eternidade. Mas, pela tua palavra que se torna experiência de fé em mim posso conhecer que em ti tudo é amor e entendo que, mesmo que tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, se não tiver caridade, nada sou. Dá-me a humildade daqueles que te buscam nas migalhas de cada dia.


Evangelho: Mc 9, 14-29

Naquele tempo, Jesus desceu do monte, com Pedro, Tiago e João. Ao chegarem junto dos outros discípulos, viram uma grande multidão à sua volta e os escribas a discutir com eles. Logo que viu Jesus, a multidão ficou surpreendida e correu a saudá-l’O. Jesus perguntou-lhes: «Que estais a discutir?». Alguém Lhe respondeu do meio da multidão: «Mestre, eu trouxe-Te o meu filho, que tem um espírito mudo. Quando o espírito se apodera dele, lança-o por terra, e ele começa a espumar, range os dentes e fica rígido. Pedi aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não conseguiram». Tomando a palavra, Jesus disse-lhes: «Oh geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até quando terei de vos suportar? Trazei-mo aqui». Levaram-no para junto d’Ele. Quando viu Jesus, o espírito sacudiu fortemente o menino, que caiu por terra e começou a rebolar-se espumando. Jesus perguntou ao pai: «Há quanto tempo lhe sucede isto?». O homem respondeu-lhe: «Desde pequeno. E muitas vezes o tem lançado ao fogo e à água para o matar. Mas se podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e socorre-nos». Jesus disse: «Se posso?… Tudo é possível a quem acredita». Logo o pai do menino exclamou: «Eu creio, mas ajuda a minha pouca fé». Ao ver que a multidão corria para junto d’Ele, Jesus falou severamente ao espírito impuro: «Espírito mudo e surdo, Eu te ordeno: sai deste menino e nunca mais entres nele». O espírito, soltando um grito, agitou-o violentamente e saiu. O menino ficou como morto, de modo que muitas pessoas afirmavam que tinha morrido. Mas Jesus tomou-o pela mão e levantou-o, e ele pôs-se de pé. Quando Jesus entrou em casa, os discípulos perguntaram-Lhe em particular: «Porque não pudemos nós expulsá-lo?». Jesus respondeu-lhes: «Este género de espíritos não se pode fazer sair, a não ser pela oração».

Compreender a Palavra
Marcos apresenta-nos uma cena cheia de pormenores que merecem a nossa atenção e que funcionam entre si como uma catequese. Um primeiro quadro mostra os discípulos incapazes de curar um jovem doente (com um espírito impuro). Num segundo quadro, Jesus aparece, e vê-se confrontado com o mesmo pedido por parte do pai do menino. Jesus manifesta a sua indignação pelo espectáculo em que se tornou o acontecimento e pela falta de fé de todos. Finalmente há um diálogo interessante entre Jesus e o pai do menino. Neste diálogo revela-se a progressão na fé por parte do homem. Tudo termina com o diálogo entre Jesus e os discípulos. Jesus mostra-lhes que a fé não é um espectáculo para atrair multidões mas um acontecimento que brota e cresce na intimidade do encontro com Deus, na oração.

Meditar a Palavra
A palavra confronta-me com a confusão da multidão, com a incapacidade dos discípulos e com a falta de fé do homem. Eu sou muitas vezes como a multidão. Ando confuso na busca de situações espectaculares que distraiam a minha vida do essencial. Tantas vezes, por isso mesmo, me vejo incapaz de responder às grandes questões da minha vida e incapaz de ser porto seguro para as aflições dos outros. No fundo sou dono de uma fé muito superficial que se fixa apenas em interesses momentâneos. Jesus chama-me a fazer a experiência da fé como abandono. “Tudo é possível a quem acredita”. Finalmente, Jesus mostra-me que só Ele pode transformar a minha vida. Ele toma-me pela mão e levanta-me.

Rezar a palavra
Porque não posso eu, expulsar da minha vida os espíritos impuros que turvam o meu coração? Porque é que a minha voz não tem força para dizer “Sai” e permito que me lancem ao fogo e à água para matar o que há de melhor em mim? Senhor, «Eu creio, mas ajuda a minha pouca fé». Senhor lança-me na tua água e purifica-me no fogo do Espírito Santo para que seja tua morada para sempre.

Compromisso
A minha oração de hoje vai ser um momento de reencontro com o Baptismo que recebi para reavivar a fé que aí me foi dada. Se possível vou a uma igreja e rezo junto da fonte Baptismal (Pia do Baptismo).