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Isaías 66, 10-14c

Alegrai-vos com Jerusalém, exultai com ela, todos vós que a amais. Com ela enchei-vos de júbilo, todos vós que participastes no seu luto. Assim podereis beber e saciar-vos com o leite das suas consolações, podereis deliciar-vos no seio da sua magnificência. Porque assim fala o Senhor: «Farei correr para Jerusalém a paz como um rio e a riqueza das nações como torrente transbordante. Os seus meninos de peito serão levados ao colo e acariciados sobre os joelhos. Como a mãe que anima o seu filho, também Eu vos confortarei: em Jerusalém sereis consolados». Quando o virdes, alegrar-se-á o vosso coração e, como a verdura, retomarão vigor os vossos membros. A mão do Senhor manifestar-se-á aos seus servos.

Compreender a Palavra
Celebramos hoje a festa de Santa Teresa do Menino Jesus
Ao celebrar a memória de Santa Teresa do Menino Jesus a Igreja propõe à nossa reflexão esta passagem do profeta Isaías. A alegria é o tom geral da profecia porque a realidade que o povo contempla, destruição, desgraça, abandono, orfandade, luto vai ser transformada em prosperidade. “Alegrai-vos… enchei-vos de júbilo, todos vós que participastes do seu luto”. A intervenção de Deus na história dos homens muda a realidade, transforma a profundidade do ser, altera os parâmetros da vida. “Podereis beber e saciar-vos… deliciar-vos”. O Senhor fala e tudo se recria, ele age e tudo retoma a vida “farei correr a paz como um rio… os meninos de peito serão levados ao colo e acariciados… Como mãe… também eu te confortarei… sereis consolados… alegrar-se-á o vosso coração… retomarão vigor os vossos membros”. A vida retoma o seu lugar. O coração de Deus é um coração missionário que sai de si ao encontro do homem.

Meditar a Palavra
A voz do Senhor ressoa em nós como uma profecia e a nossa vida toda se transforma em júbilo e alegria. Por vezes, parece impossível, perante a realidade dramática em que nos encontramos ou que atravessa o mundo, acreditar no poder da palavra do Senhor. Mas o Senhor, ele próprio fala e toma a iniciativa de mudar os sinais da realidade que nos rodeia. “Assim fala o Senhor: ‘Farei…’”. O Senhor não deixa a nossa vida nas mãos de outro, é ele mesmo quem nos faz beber e nos sacia com o leite das suas consolações. Ele mesmo como uma mãe nos pega ao colo, nos anima, conforta e consola. É a sua dedicação pessoal que nos alegrará e inundará de paz. Nele encontrarão força os nossos membros. Santa Teresa do Menino Jesus tinha no seu coração o desejo de sair pelo mundo em missão, para levar a todos o amor de Deus. Nunca saiu do convento, mas isso não a impediu de acolher no seu coração os homens a quem Deus ama e que a Igreja cuida nas suas missões. Por isso é padroeira das missões

Rezar a Palavra
Como uma mãe, Senhor, acolhe-nos no teu colo e conforta o nosso coração tantas vezes mergulhado na tristeza, no luto e na solidão. Vem com a tua palavra, mas também com a tua mãe, consola o nosso pobre coração e dá novo vigor aos nossos membros. Faz-nos mergulhar na tua alegria. 

Compromisso
Quero ser a palavra de Deus que chega aos ouvidos e o colo de Deus que acolhe os irmãos que estão mergulhados na tristeza das suas dificuldades e sofrimentos.

Evangelho: Mt 18, 1-5

Naquela hora, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-Lhe: «Quem é o maior no reino dos Céus?». Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles e disse-lhes: «Em verdade vos digo: Se não vos converterdes e não vos tornardes como as crianças, não entrareis no reino dos Céus. Quem for humilde como esta criança, esse será o maior no reino dos Céus. E quem acolher em meu nome uma criança como esta, acolhe-Me a Mim. 

Compreender a Palavra
O texto circula à volta da pergunta dos discípulos que se interrogam sobre quem é o maior no reino dos Céus. Na resposta de Jesus podemos definir três tempos. Primeiro, coloca uma criança no meio deles e com esse gesto faz dela o centro das atenções. Os que pretendem ser grandes no reino dos céus hão-de converter-se e ser humildes como as crianças. Em segundo não basta ser como criança mas é necessário acolher os pequeninos e não os desprezar. E, finalmente, conta uma parábola para mostrar que o Pai quer que todos se salvem e que ninguém, nem os mais pequenos, se percam. 

Meditar a Palavra
A resposta de Jesus aos apóstolos coloca em evidência a preocupação comunitária para com os pequenos. Muitas vezes os simples, os pequenos, os pobres e os pecadores são desprezados pela comunidade em geral. A atitude do cristão não pode ser a de se julgar mais que os outros nem a de querer ocupar o primeiro lugar julgando-se mais do que todos. Entrar no reino exige a conversão do coração até ao ponto de aceitar e acolher os mais pequenos, os desprezados pelo mundo. O reino é lugar de salvação e Deus quer que todos se salvem. As atitudes da comunidade não podem excluir os mais pequenos mas acolher e procurar para salvar, como o Pai.

Rezar a Palavra
Senhor, acolher uma criança é, em geral, fácil porque a sua beleza cativa. Difícil é acolher os outros, os pequenos, os pobres e os pecadores. Tu foste acusado de comer com os pecadores e nós temos medo de ser identificados com eles. Fugimos o mais que podemos do convívio daqueles que andam nas bocas do mundo. Ainda não convertemos o coração para desejarmos acolher estes, os últimos dos reinos da terra, mas que são os maiores no reino dos Céus. Ensina-me, Senhor, este amor que leva o Pai a procurar a ovelha que se perdeu.

Compromisso
Vou amar o irmão rejeitado pelo mundo.