Festa

André, natural de Betsaida, irmão de Simão Pedro e pescador como ele, foi, primeiramente, discípulo de João Batista e, depois, seguiu a Cristo, a quem apresentou o seu irmão Pedro. Juntamente com Filipe, introduziu à presença de Jesus uns gentios que O queriam ver e foi ele também que indicou o rapaz que tinha os peixes e o pão. Segundo a tradição, depois de Pentecostes, pregou o Evangelho na região da Acaia, na Grécia, e foi crucificado em Patras. A Igreja de Constantinopla venera-o como seu mais insigne patrono.

LEITURA I Rm 10, 9-18

Irmãos: Se confessares com a tua boca que Jesus é o Senhor e se acreditares em teu coração que Deus O ressuscitou dos mortos, serás salvo. Pois com o coração se acredita para obter a justiça e com a boca se professa a fé para alcançar a salvação. Na verdade, a Escritura diz: «Todo aquele que acreditar no Senhor não será confundido». Não há diferença entre judeu e grego: todos têm o mesmo Senhor, rico para com todos os que O invocam. Portanto, todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Mas como hão de invocar Aquele em quem não acreditam? E como hão de acreditar n’Aquele de quem não ouviram falar? E como hão de ouvir falar, se não houver quem lhes pregue? E como hão de pregar, se não forem enviados? Está escrito: «Como são formosos os pés dos que anunciam o Evangelho!». Mas nem todos obedecem ao Evangelho, como Isaías diz: «Senhor, quem acreditou na nossa pregação?». A fé, portanto, vem da pregação e a pregação é o anúncio da palavra de Cristo. Mas pergunto: Não a teriam ouvido? Ao contrário, como diz a Escritura: «A sua voz ressoou por toda a terra e as suas palavras até aos confins do mundo».

compreender a palavra
Paulo na Carta aos romanos reflete sobre o caminho pelo qual se chega à fé e pergunta-se sobre a razão que impede muitos de alcançar essa experiência que leva a confessar que Jesus é o Senhor. Confessar com a boca e acreditar com o coração conduz à salvação. Porque não confessam? Porque não acreditam? Será que não ouviram? Pela escuta da palavra se chega ao conhecimento de Cristo, pelo conhecimento se chega à fé e pela fé se confessa que Jesus é o Senhor. Então o que falhou, se a escritura diz que a sua palavra ressoou por toda a terra? Não anunciámos? Não escutaram?

meditar a palavra
Na festa do apóstolo Santo André, a palavra tirada da carta aos romanos, provoca a nossa atitude diante do mistério de Cristo. Que fazemos com o mistério de Cristo revelado aos nossos corações? Guardamos essa revelação para nós ou confessamos, pelo conhecimento que chegou até nós, a fé naquele que morreu e ressuscitou dando-o a conhecer a todos? Pelo conhecimento se chega à fé e pela confissão da fé se alcança a salvação. Porque há tantos, pergunta Paulo, que não confessam a fé em Cristo? Será porque nós calámos e não anunciámos? Será porque eles não querem ouvir? O apóstolo André, como todos os apóstolos impõem-se diante de nós como mestres na arte de fazer chegar a toda a parte a notícia do salvador. Como iremos nós fazer com que a notícia que chegou até nós, chegue a todos os homens e una todos os lábios na confissão da mesma fé?

rezar a palavra
Coloca-me, Senhor, no meio da assembleia e não permitas que meus lábios se fechem no silêncio de quem guarda para si o mistério. Coloca em meus lábios as tuas palavras para que manifeste aos meus irmãos a salvação que nos ofereces na tua morte e ressurreição. Que a notícia se espalhe para que todos confessem que só tu és o Senhor.

compromisso
Viver a fé é anunciar o mistério de Cristo salvador.


Evangelho Mt 4, 18-22

Caminhando Jesus ao longo do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes Jesus: «Vinde e segui-Me e farei de vós pescadores de homens». Eles deixaram logo as redes e seguiram-n’O. Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco, na companhia de seu pai Zebedeu, a consertar as redes. Jesus chamou-os e eles, deixando o barco e o pai, seguiram-n’O.

compreender a palavra
Hoje celebramos André o pescador que foi chamado por Jesus para fazer parte do grupo dos “doze”. Um dos que acompanhou Jesus e que foi por Ele enviado a todo mundo para fazer ressoar a sua Palavra nos ouvidos de todos os homens como uma Boa Notícia, uma notícia alegre e feliz, geradora de felicidade. André estava no barco com o seu irmão, a lançar as redes. Estava ocupado. Como acontecia com Tiago e João. Chama-os para que se coloquem ao serviço do Evangelho com todos os conhecimentos adquiridos na pesca.

meditar a palavra
Como naquele dia aconteceu com André, hoje, Jesus chama-me. No meio dos meus trabalhos, das minhas ocupações, com as minhas preocupações e dificuldades, mas também com todas as minhas capacidades. Ele pede-me que coloque ao seu serviço todas as minhas competências. Tudo o que sou pode servir o Senhor e tornar-se veículo para fazer chegar o Evangelho a todos os homens. Ontem pediu a André para usar os conhecimentos que tinha sobre a pesca e ir pescar homens em vez de peixes. Hoje pede-me que utilize o computador, a simpatia, os conhecimentos científicos ou as minhas capacidades físicas, lúdicas ou outras para cativar os homens para o seu amor. Está na minha mão deixar tudo e segui-lo, quer dizer, deixar de pensar que as minhas capacidades são para me servir a mim e usá-las para servir a Deus e aos irmãos.

rezar a palavra
A tua palavra, Senhor, ecoa aos meus ouvidos como um desafio radical que mexe com todas as estruturas da minha vida. Nada fica como estava quando tu passas por mim. As redes, a barca, o pai, os irmãos, tudo se altera perante a tua voz desafiante, “Segue-me”. Quero seguir-te, Senhor, e tornar-me um pescador de homens para que todos experimentem a força do teu olhar.

compromisso
Vou olhar os meus irmãos, amigos e companheiros e estudar a melhor forma de lhes falar de Jesus, de modo que se entusiasmem a segui-lo.