Santo Agostinho, bispo e doutor da Igreja
Memória
Agostinho nasceu em Tagaste, na atual Argélia, no ano 354. Depois de uma juventude inquieta, converteu‑se à fé e foi batizado, em Milão, por santo Ambrósio, no ano 387. Voltou à sua pátria e aí levou uma vida ascética, consagrada a Deus e ao estudo da Escritura. Eleito bispo de Hipona – hoje, Annaba, na Argélia –, durante trinta e quatro anos foi perfeito modelo do seu rebanho e deu‑lhe uma sólida formação cristã, por meio de numerosos sermões e escritos, com os quais combateu fortemente os erros do seu tempo e ilustrou sabiamente a fé católica. Nele se encontram, em rara síntese, o contemplativo, o teólogo, o pastor de almas, o catequista, o homileta, o mistagogo, o defensor da fé, o promotor da vida em comum. Morreu no dia 28 de agosto do ano 430.

Leitura I 2Ts 3, 6-10.16-18

Nós vos ordenamos, irmãos, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que vos afasteis de todos os irmãos que vivem na ociosidade e não conforme os ensinamentos que de nós recebestes. Sabeis como deveis imitar-nos, pois não vivemos no meio de vós na ociosidade, nem comemos de graça o pão de ninguém. Trabalhámos dia e noite, com esforço e fadiga, para não sermos pesados a nenhum de vós. Não é que não tivéssemos esse direito, mas quisemos ser para vós um exemplo a imitar. Quando estávamos convosco, já vos dávamos esta ordem: quem não quer trabalhar, também não deve comer. O Senhor da paz vos conceda a paz em todo o tempo e por todas as formas. O Senhor esteja com todos vós. A saudação é do meu punho e letra: Paulo. Assino deste modo em todas as minhas cartas. A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos vós.

compreender a palavra
A comunidade de Tessalónica vive um problema que é preciso resolver de forma enérgica. Um problema que já existia quando Paulo estava entre eles e que, ao que parece, se agravou ainda mais. O problema é que alguns não querem trabalhar. Talvez porque entendem que o regresso prometido de Jesus está eminente e deve encontrá-los a rezar e por isso não trabalham, ou por qualquer outra motivação. A verdade é que provocam duas situações, por um lado são um peso para os outros porque comem e não trabalham, por outro lado, a sua inatividade deixa-lhes tempo para incomodarem os outros com as suas inquietações. Paulo recomenda que se afastem destes ociosos e ainda que, os que não trabalham também não comam.

meditar a palavra
Nas palavras de Paulo podemos ver esta advertência: pode acontecer que nos tornemos um peso para os outros, não por necessitarmos do seu apoio, o que seria justo, mas por preguiça, desinteresse e não participação na vida comunitária. De facto, encontramos em todas as comunidades cristãs pessoas que se dedicam totalmente ao serviço dos outros na liturgia, na caridade, na catequese, nas diversas formas de apostolado e encontramos outros que nunca têm tempo, nunca estão disponíveis, não sabem, não têm jeito. No fundo, não querem colaborar com os demais porque estar sentado a ver é muito mais agradável e criticar o que outros fazem é bem mais fácil. Paulo diz a estes: “Quem não quer trabalhar também não coma”. Também é verdade que estes ociosos que encontramos em todas as comunidades, são também os que sabem criticar e destroem com a sua maledicência o trabalho, a dedicação e até o bom nome dos outros. Tornam-se causa de desmotivação e sofrimento. Afastai-vos destes, diz Paulo.

rezar a palavra
Senhor, não quero ser um peso para os meus irmãos na fé. Quero estar com eles nas diversas tarefas que é necessário realizar para construir a Igreja aqui neste lugar. Quero ser dos que estão sempre dispostos a reconhecer o esforço dos outros e a incentivar para que todos se sintam felizes na sua missão.

compromisso
Vou agradecer aos que trabalham na minha comunidade e dispor-me a participar ativamente como eles.


Evangelho Mt 23, 27-32

Naquele tempo, disse Jesus: «Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, porque sois semelhantes a sepulcros caiados: por fora parecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda a podridão. Assim sois vós também: por fora pareceis justos aos olhos dos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e maldade. Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, porque edificais os sepulcros dos profetas e ornamentais os túmulos dos justos; e dizeis: ‘Se tivéssemos vivido no tempo dos nossos pais, não teríamos sido cúmplices na morte dos profetas’. Assim dais testemunho contra vós mesmos, confessando que sois os filhos daqueles que mataram os profetas. Completai então a obra dos vossos pais».

compreender a palavra
Jesus continua a falar para os Fariseus e os Escribas dirigindo-se ao seu interior. Apostados em esconder a verdade que trazem dentro de si mesmos, procuram parecer justos aos olhos dos homens, por isso, preocupam-se com o seu exterior. Jesus compara-os aos túmulos, por dentro podridão e por fora flores e ornamentos. Também os critica por se julgarem melhores que seus pais, quando eles, filhos de assassinos, são capazes de decisões e julgamentos desumanos. Hipócritas, pareceis, mas não sois.

meditar a palavra
O exame da minha vida continua sob o olhar de Jesus. Ele é crítico e exigente comigo, não para me destruir nem condenar, mas para me abrir à verdade, à graça, à salvação. Só na verdade de mim mesmo poderei reconhecer a bondade de Deus e a presença gratificante dos irmãos. Sem o reconhecimento da verdade da minha vida serei sempre um juiz impiedoso que condeno tudo e todos sem me dar conta da minha hipocrisia.

rezar a palavra
Purifica, Senhor, o meu olhar. Ensina-me a olhar para dentro de mim com verdade, sem fugas nem medos, mas confiante na tua graça e na tua misericórdia. Não permitas que me coloque no lugar do juiz que condena os outros sem ver o mal que me corrompe.

compromisso
Hoje quero ver os sinais da minha hipocrisia para a eliminar da minha vida com a verdade.