São Josafat, bispo e mártir
Memória
Josafat (João Kuncewicz) nasceu na Ucrânia, por volta do ano 1580. Filho de pais ortodoxos, abraçou a fé católica e entrou na Ordem de são Basílio. Ordenado presbítero e eleito bispo de Polotsk, dedicou‑se com grande empenho à causa da unidade da Igreja e cultivou com piedoso amor o rito bizantino-eslavo. Em Witebsk, na Bielorússia – então, sob a jurisdição da Polónia –, cruelmente perseguido por uma multidão inimiga, deu a vida pela unidade da Igreja e defesa da verdade católica. Morreu mártir no dia 12 de novembro do ano 1623.

Leitura I Tito 2, 1-8.11-14  

Caríssimo: Ensina o que é conforme à sã doutrina. Os homens idosos devem ser sóbrios, dignos, ponderados, fortes na fé, na caridade e na perseverança. De maneira semelhante, as mulheres idosas devem ter um procedimento digno de pessoas santas: Não devem ser maldizentes nem dadas ao vinho; pelo contrário, sejam capazes de dar bons conselhos, ensinando as jovens a amar os seus maridos e filhos e a serem prudentes e honestas, bondosas, dóceis aos maridos, para que a palavra de Deus não seja desacreditada. Aconselha igualmente os jovens a serem ponderados em tudo. E apresenta-te a ti mesmo como exemplo de boas obras, na pureza de doutrina, dignidade, linguagem sã e irrepreensível, para que os nossos adversários fiquem confundidos, não tendo nenhum mal a dizer de vós. Na verdade, manifestou-se a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e aos desejos mundanos para vivermos, no tempo presente, com temperança, justiça e piedade, aguardando a ditosa esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo, que Se entregou por nós, para nos resgatar de toda a iniquidade e preparar para Si mesmo um povo purificado, zeloso das boas obras.

Compreender a Palavra
Paulo explica a Tito as qualidades que deve incutir através do seu ensino quer aos idosos quer aos jovens. O ensino vai acompanhado do exemplo para que os adversários não possam ter razões para falar. Tudo porque a graça de Deus que é salvação para todos se manifestou e essa graça ensina-nos a viver valores contrários aos do mundo até que se manifeste a glória de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Meditar a Palavra
São muito úteis para nós as palavras de Paulo a Tito. Mostram-nos os valores que devem viver os que receberam a graça de Deus e foram dignos da salvação alcançada por Cristo na sua morte. Estes valores contrários ao espírito do mundo precisam ser ensinados a idosos e a jovens para que, tendo recebido o evangelho, conformem a sua vida com o que receberam dando provas da sua esperança no Senhor que há de manifestar a sua glória e resgatar-nos de toda a iniquidade.

Rezar a palavra
Mostra-me, Senhor, o caminho do evangelho como oferta de uma vida nova para todos os homens. Ensina-me a viver e a transmitir os valores do evangelho que recebemos e pelo qual chegou até nós a salvação alcançada pela cruz redentora.

Compromisso
Vencer o mundo com o evangelho e transmitir com palavras e obras a fé que recebemos.


Evangelho: Lc 17, 7-10

Naquele tempo, disse o Senhor: «Quem de vós, tendo um servo a lavrar ou a guardar gado, lhe dirá quando ele volta do campo: ‘Vem depressa sentar-te à mesa’? Não lhe dirá antes: ‘Prepara-me o jantar e cinge-te para me servires, até que eu tenha comido e bebido. Depois comerás e beberás tu’. Terá de agradecer ao servo por lhe ter feito o que mandou? Assim também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: ‘Somos inúteis servos: fizemos o que devíamos fazer’».

Compreender a Palavra
Com uma parábola Jesus ensina a atitude fundamental do verdadeiro discípulo, a humildade. A parábola começa com uma pergunta que situa a cena numa relação entre escravo e Senhor. É desta forma que Jesus vê as relações na comunidade. Todos são escravos, o Senhor é Deus. Nenhum escravo pode fazer valer os seus direitos, nem considerar-se mais do que os outros. Nem o trabalho, nem a inteligência, nem os conhecimentos, nem a origem familiar podem distinguir nenhum servo diante de Deus. Todos têm o mesmo valor e todos são servos inúteis que só fazem o que deviam fazer. Desta forma, as relações na comunidade dos discípulos são relações de integração e não de exclusão. Todos pertencem ao mesmo Senhor.

Meditar a Palavra
A vida comunitária exige de mim a humildade para reconhecer o meu verdadeiro lugar diante de Deus e dos irmãos. Só reconhecendo que sou servo e que, por mais que faça, não mereço mais do que os outros, porque serei sempre um servo inútil, é que posso estabelecer uma relação fraterna com os demais, mesmo que sejam fracos, ainda que sejam pecadores. Se me considero mais do que os outros, não conseguirei aceitá-los nas suas fragilidades nem conseguirei entender que sejamos todos iguais diante de Deus. A humildade coloca-me no justo lugar diante de Deus e dos irmãos.

Rezar a Palavra
Concede-me, Senhor, o sentido da igualdade, o reconhecimento da minha condição de servo, a minha inutilidade porque só faço a minha obrigação. Abre os meus olhos para que me veja na minha condição de discípulo que segue os passos do Senhor para o servir com total dedicação. Faz-me compreender a fragilidade dos irmãos para que sejamos todos uma verdadeira comunidade de discípulos que descobrem alegria em servir o seu Senhor.

Compromisso
Quero servir o Senhor com todo o coração e em comunhão com os irmãos. Para isso vou avaliar o modo como realizo os meus compromissos na comunidade cristã, para evitar atitudes de superioridade e de exclusão.