Santa Isabel de Portugal

[Memória em Portugal]

Isabel, filha dos reis de Aragão, nasceu no ano 1271. Era ainda muito jovem quando foi dada em casamento ao rei Dom Dinis de Portugal. Teve dois filhos. Dedicou-se de modo singular à oração e às obras de misericórdia e suportou infortúnios e dificuldades com grande fortaleza de ânimo. Agiu como anjo da paz no âmbito da família e do reino. Depois da morte de seu marido, distribuiu os seus bens pelos pobres e, recolheu-se, como Terceira Franciscana, no mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, por ela fundado. Morreu em Estremoz, no ano 1336, quando mediava o acordo de paz entre o filho e o genro.

Leitura I (anos ímpares) Gn 23, 1-4.19; 24, 1-8.62-67

Sara viveu até aos cento e vinte e sete anos
e morreu em Quiriat-Arbá, hoje Hebron, na terra de Canaã.
Abraão foi lá celebrar os funerais e chorar sua mulher.
Depois deixou a defunta e falou assim aos filhos de Het:
«Eu sou um imigrante entre vós.
Cedei-me em terreno vosso a posse dum sepulcro,
para eu enterrar a minha defunta.
E assim Abraão sepultou Sara, sua esposa,
na gruta do campo de Macpela,
em frente de Mambré, hoje Hebron, na terra de Canaã.
Abraão era já velho, de idade avançada,
e o Senhor tinha-o abençoado em tudo.
Disse Abraão ao servo mais antigo da sua casa,
que superintendia sobre todos os seus bens:
«Põe a tua mão debaixo da minha coxa
e jura pelo Senhor, Deus do céu e da terra,
que não escolherás para o meu filho uma esposa
entre as filhas dos cananeus, no meio dos quais habito.
Mas irás à minha terra e à minha família
escolher uma esposa para o meu filho Isaac».
O servo perguntou-lhe:
«Se essa mulher não quiser vir comigo para esta terra,
deverei levar o teu filho para a terra donde vieste?».
Abraão respondeu-lhe:
«De modo nenhum levarás para lá o meu filho.
O Senhor, Deus do Céu,
que me tirou da casa paterna e da terra onde nasci,
falou-me e fez-me o seguinte juramento:
‘Darei esta terra aos teus descendentes’.
Ele enviará à tua frente o seu Anjo,
para que escolhas na minha terra
uma esposa para o meu filho.
Se essa mulher não quiser vir contigo,
ficarás desligado deste juramento que me fazes.
Mas em caso algum levarás para lá o meu filho».
Isaac tinha voltado do poço de Laai-Roí
e habitava na região do Negueb.
Uma vez em que ele saíra a passear pelo campo à tardinha,
ergueu os olhos e viu uns camelos que acabavam de chegar.
Rebeca, sua prima, ergueu também os olhos e viu Isaac.
Ela desceu do camelo e perguntou ao servo:
«Quem é aquele homem
que vem a correr pelo campo ao nosso encontro?».
O servo respondeu: «É o meu senhor».
Rebeca tomou o véu e cobriu-se.
O servo contou a Isaac tudo o que tinha feito.
Isaac introduziu Rebeca na tenda de Sara, sua mãe.
Depois casou com ela e amou-a,
consolando-se assim da morte de sua mãe.

compreender a palavra
Após a morte de Sara sua esposa, Abraão ocupa-se do casamento de seu filho Isaac. O Senhor tinha-o chamado de Ur para lhe conceder a terra da promessa. Esta terra é agora o lugar onde habitará o seu povo, a descendência de Abraão. Por isso, ele obriga o seu servo a jurar que encontrará uma esposa para Isaac e a trará para aquela terra onde será cumprida a promessa de Deus, que o fará pai de um povo tão incontável como as estrelas do céu e as areias da praia. O servo cumpre tudo o que Abraão lhe pede e traz a Isaac Raquel para sua esposa.

meditar a palavra
A história do povo de Deus é feita com a fidelidade de Deus, mas também com a fidelidade de muitos homens que, no meio de imensas dificuldades, tremendas vicissitudes e grandes contrariedades não se perdem do olhar de Deus. Abraão deixou-se seduzir e caminhou até à terra da promessa, o seu servo caminhou para realizar o desejo do seu Senhor e agora inicia-se a história de Isaac que, no seguimento de seu pai, vai manter a aliança com Deus. Também nós somos chamados a caminhar no desconforto de cada dia para dar cumprimento a tudo quanto o Senhor espera de nós, tanto para a nossa salvação quanto para a salvação de toda a humanidade. Ir é o desafio, encontrar os irmãos, regressar com eles ao coração do Pai é a missão que nos é confiada.

rezar a palavra
Experimento, Senhor, a minha condição de servo. Coloco a minha mão debaixo da tua coxa e com juramento comprometo fazer o caminho que leva ao encontro da humanidade para trazer ao teu coração aqueles que amas com amor incondicional. Que o caminho não se acabe e a fidelidade não me abandone sem cumprir tudo quanto esperas de mim.

compromisso
Não deixarei que meus pés se cansem no caminho da missão.


Evangelho Mt 9, 9-13

Naquele tempo,
Jesus ia a passar,
quando viu um homem chamado Mateus,
sentado no posto de cobrança dos impostos,
e disse-lhe: «Segue-Me».
Ele levantou-se e seguiu Jesus.
Um dia em que Jesus estava à mesa em casa de Mateus,
muitos publicanos e pecadores
vieram sentar-se com Ele e os seus discípulos.
Vendo isto, os fariseus diziam aos discípulos:
«Por que motivo é que o vosso Mestre
come com os publicanos e os pecadores?».
Jesus ouviu-os e respondeu:
«Não são os que têm saúde que precisam do médico,
mas sim os doentes.
Ide aprender o que significa:
‘Prefiro a misericórdia ao sacrifício’.
Porque Eu não vim chamar os justos,
mas os pecadores».

compreender a palavra
Jesus apresenta-se como aquele que vem chamar os pecadores. Tudo se passa no contexto do chamamento de Mateus, o publicano. Pela sua posição social, Mateus é identificado como pecador e Jesus é criticado por se sentar à mesa, em sua casa, rodeado de publicanos. As preocupações dos escribas não servem a Jesus porque a sua missão é cuidar dos que estão necessitados de salvação.

meditar a palavra
A resposta pronta e decidida ao chamamento de Jesus, ainda quando acontece no silêncio reservado do nosso coração, não passa despercebida aos olhos do mundo. Aquele que diz sim ao desafio de Jesus, leva-o para sua casa, senta-o à sua mesa, insere-o no grupo dos seus amigos. Esta transparência que a amizade com Jesus provoca na vida dos que o acolhem, expõe-nos à crítica fácil e mordaz dos que não conseguem entender esta mudança radical que a fé provoca. É fácil ver as fraquezas dos discípulos de Jesus e difícil reconhecer a ação salvífica que Ele realiza nos que o amam. A segurança dos discípulos está na certeza de que Jesus veio para os pecadores.

rezar a palavra
Chamas por mim, Senhor, e não te importas de estar comigo à mesa. Sou um pecador de quem te aproximas e a quem salvas com o teu amor. Reconhecer a minha pobreza, aceitar ser teu amigo, levar-te para minha casa e mostrar-te aos meus amigos, expondo-me às suas críticas, não é fácil. Só o teu amor sedutor me dá a força de que preciso para reconhecer quanto preciso de ti.

compromisso
Quero falar de Jesus aos meus amigos para que se aproximem dele como eu, porque eles também são pecadores.