São Luís Gonzaga, religioso

Memória
Luís Gonzaga nasceu em 1568, perto de Mântua, na Lombardia, filho dos príncipes de Castiglione. Educado cristãmente por sua mãe, desde cedo mostrou indícios de grande aspiração pela vida religiosa. Renunciando ao principado em favor de seu irmão, entrou na Companhia de Jesus, em Roma; e, durante os estudos de Teologia, entregando-se ao serviço dos enfermos nos hospitais, contraiu uma enfermidade que o levou à morte, no ano 1591.

Leitura I 2 Reis 11, 1-4.9-18.20 

Naqueles dias, Atalia, mãe do rei Ocozias, ao saber que o filho morrera, mandou matar todos os descendentes do rei. Mas Josebá, filha do rei Jorão e irmã de Ocozias, tomou Joás, filho de Ocozias, e tirou-o secretamente do meio dos filhos do rei, que estavam a ser executados, para o esconder com a ama no dormitório do templo. Assim o furtaram aos olhos de Atalia e ele escapou à morte. Ficou no templo do Senhor, com Josebá, escondido pelo espaço de seis anos, enquanto Atalia reinava no país. No sétimo ano, o sacerdote Joiadá convocou os oficiais dos mercenários e dos guardas e mandou-os vir à sua presença no templo do Senhor. Estabeleceu um acordo com eles, fê-los prestar juramento e mostrou-lhes o filho do rei. Os oficiais fizeram tudo o que lhes ordenara o sacerdote Joiadá. Cada um tomou consigo os seus homens, tanto os que entravam em serviço no sábado, como aqueles que o terminavam nesse dia; e vieram ter com o sacerdote Joiadá. O sacerdote entregou-lhes as lanças e os escudos do rei David, que estavam no templo do Senhor. Os guardas postaram-se, com as armas na mão, desde o lado sul até ao lado norte do templo, rodeando o altar e o templo, para protegerem o rei. Então Joiadá mandou que trouxessem o filho do rei e impôs-lhe o diadema e as insígnias reais. Proclamaram-no rei e deram-lhe a unção; depois bateram palmas e aclamaram: «Viva o rei!». Ao ouvir os clamores populares, Atalia dirigiu-se ao encontro do povo no templo do Senhor. Quando viu o rei de pé sobre o estrado, segundo o costume, os chefes e os tocadores de trombeta junto do rei e todo o povo exultando de alegria, ao som das trombetas, Atalia rasgou as vestes e gritou: «Traição! Traição!». O sacerdote Joiadá ordenou então aos oficiais das tropas: «Levai-a para fora por entre as fileiras e, se alguém tentar segui-la, matai-o à espada». O sacerdote, de facto, já tinha dito: «Não deve ser morta no templo do Senhor». Lançaram as mãos sobre ela, levaram-na para o palácio real, pela porta dos cavalos, e ali a mataram. Joiadá concluiu uma aliança entre o Senhor, o rei e o povo, pela qual este se comprometia a ser o povo do Senhor. Concluiu também uma aliança entre o rei e o povo. Então toda a gente do país foi ao templo de Baal e demoliu-o: quebraram completamente os altares e as imagens e mataram, diante dos altares, Matã, sacerdote de Baal. Em seguida, Joiadá colocou sentinelas no templo do Senhor. Todo o povo exultava de alegria e a cidade ficou em paz. Entretanto, Atalia tinha sido morta à espada no palácio real.

Compreender a Palavra
Atalia, mãe de Ocozias, pretendia estabelecer o culto pagão e reinar sobre Israel. Mas o Senhor tem caminhos que podem demorar mas não podem ser alterados nem pela vontade do rei. De facto, Josebá, filho do rei Ocozias, escapou à morte e foi apresentado ao povo e ungido como rei de Israel deixando Atalia perplexa com tal situação, ela que julgava ter matado todos os descendentes de David. E naquele dia uma nova aliança foi firmada entre o Senhor, o rei e o povo e houve alegria e paz na cidade.

Meditar a Palavra
Todos gostávamos de mudar o curso da vida, sobretudo em momentos e situações que não nos são favoráveis ou são contrárias às nossas ideias e projetos. Mas há limites para as nossas pretensões. Se Deus nos dá a liberdade para decidirmos o que entendemos com a nossa vida, também é verdade que ele não permite que os seus projetos fiquem por cumprir. Há um desígnio que escapa aos homens e sobre o qual ninguém pode exercer o seu poder. A salvação prometida a David e realizada em Jesus é um facto irrevogável. Pode o homem recusar a salvação, negar a existência de Deus, desconhecer ou negar a força salvífica de Jesus Cristo e do mistério pascal, mas não pode impedir o cumprimento da promessa.

Rezar a Palavra
Não posso e não quero ficar contra ti, Senhor, nem contra o teu projeto de amor pelo homem. Não tenho nada a oferecer que posso igualar-se ao teu amor, Não tenho solução para o homem e para os seus problemas. Não está na minha mão a salvação do homem porque nem o ouro nem a prata compram a vida nem alcançam a felicidade. Só tu és o Senhor, sou tu podes salvar o homem. Que isso me baste e que a minha vida esteja ao serviço do teu projeto de amor.

Compromisso
Aguardar o tempo favorável onde a salvação de Deus se revela em mim e nos outros.


Evangelho Mt 6, 19-23

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não acumuleis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os destroem e os ladrões os assaltam e roubam. Acumulai tesouros no Céu, onde a traça e a ferrugem não os destroem e os ladrões não os assaltam nem roubam. Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará o teu coração. A lâmpada do teu corpo são os olhos. Se o teu olhar for límpido, todo o teu corpo ficará iluminado. Mas se o teu olhar for mau, todo o teu corpo andará nas trevas. E se a luz que há em ti são trevas, como serão grandes essas trevas!».

Compreender a Palavra
Temos diante de nós duas opções, o céu ou a terra, a luz ou as trevas. Há um tesouro que se acumula e há um olhar, mas o lugar do tesouro pode alternar entre o céu e a terra e o olhar tornar-se luz ou trevas, límpido ou mau. Jesus contrapõe estes elementos propondo-nos que optemos por acumular onde ninguém pode roubar e adquirir um olhar límpido capaz de dar luz a todo o corpo.

Meditar a Palavra
“Se a luz que há em ti são trevas”. A minha vida pode cair tão fundo que a única luz que há em mim não se chama luz mas trevas. Como posso transformar a minha vida ao ponto de considerar luz o que não passa de trevas? Hoje uma jovem dizia-me: “o mundo é demasiado aliciante e eu penso sempre que estou a ir bem”. Muitas vezes o mundo faz-nos crer que não há outro tesouro senão o deste mundo, que brilha mais do que tudo. E este engano é tão bem feito que eu penso que estou a ir bem, quando em mim já só há trevas. “Como são grandes, as minhas trevas”.

Rezar a Palavra
Limpa o meu olhar para que possa ver, Senhor. Purifica o meu olhar para que me veja, para que veja as trevas em que ando mergulhado. Purifica o meu olhar para que consiga ver-te apesar das trevas e para que vendo-te me deixe seduzir mais por ti do que por todos os tesouros do mundo.

Compromisso
Não vou mais andar enganado, vou dar-me conta das minhas trevas, enfrentá-las e vencê-las com a força de Jesus.