Santos Carlos Lwanga e companheiros, mártires
Memória
Entre os anos 1885 e 1887, foram condenados à morte muitos cristãos no Uganda, por ordem do rei Mwanda, em ódio da religião. Alguns deles eram funcionários da corte real ou até adjuntos do próprio rei. Entre eles distinguem-se Carlos Lwanga e seus companheiros, com idades entre os catorze e os trinta anos. Uns foram decapitados e outros queimados vivos no monte Namugongo, no Uganda, pela sua inquebrantável adesão à fé católica. Carlos e os vinte e um companheiros são os primeiros mártires da África negra.

Leitura I 2Pd 1, 2-7 

Caríssimos: A graça e a paz vos sejam dadas em abundância, pelo conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor. Jesus, com o seu divino poder, concedeu-nos tudo o que é necessário à vida e à piedade, fazendo-nos conhecer Aquele que nos chamou pela sua glória e virtude. Assim, entramos na posse das maiores e mais preciosas promessas, para nos tornarmos participantes da natureza divina, livres da corrupção que a concupiscência gera no mundo. Por este motivo, esforçai-vos quanto possível por juntar à vossa fé a virtude, à virtude a ciência, à ciência a temperança, à temperança a constância, à constância a piedade, à piedade o amor fraterno, ao amor fraterno a caridade.

Compreender a Palavra

Olhando para Cristo que nos revela o mistério de Deus e nos abre o caminho para participarmos da sua natureza divina, entraremos no caminho que nos transforma à imagem de Cristo, livres de toda a concupiscência e corrupção. O caminho passa pela fé, mas a fé exige a virtude, a ciência, a temperança, a constância, a piedade, o amor fraterno e a caridade. Seguindo esta recomendação de Pedro participaremos da natureza divina, a maior promessa de Deus revelada em Cristo.

Meditar a Palavra

Pedro abre-nos o caminho da salvação pelo qual participaremos na natureza de divina. Em primeiro lugar está o tempo da graça no qual nos é dado conhecer o mistério de Deus. Este tempo é o da revelação de Deus em Cristo que nos faz participantes das mais preciosas promessas, nos livra da corrupção e da concupiscência. Depois é o tempo do nosso esforço, insiste Pedro. Esforçai-vos. O caminho vai desde a fé até à caridade, ou seja, vai desde o encontro com Deus até ao encontro com os irmãos.

Rezar a Palavra

Dá-nos a tua graça, Senhor, para entrarmos no mistério do teu amor que nos oferece a verdadeira vida como participação da natureza divina. Liberta-nos de toda a nossa fragilidade para agilizarmos em nós a identificação com Cristo que provou a fé no amor fraterno exercendo sobre nós o poder da caridade que nos salva a nós, os caídos no pecado.

Compromisso

Escolho esforçar-me para vencer a paralisia da fé e chegar ao dinamismo da caridade.


Evangelho: Mc 12, 1-12

Naquele tempo, Jesus começou a falar em parábolas aos príncipes dos sacerdotes, aos escribas e aos anciãos: «Um homem plantou uma vinha. Cercou-a com uma sebe, construiu um lagar e ergueu uma torre. Depois arrendou-a a uns vinhateiros e partiu para longe. Quando chegou o tempo, enviou um servo aos vinhateiros para receber deles uma parte dos frutos da vinha. Os vinhateiros apoderaram-se do servo, espancaram-no e mandaram-no sem nada. Enviou-lhes de novo outro servo. Também lhe bateram na cabeça e insultaram-no. Enviou-lhes ainda outro, que eles mataram. Enviou-lhes muitos mais e eles espancaram uns e mataram outros. O homem tinha ainda alguém para enviar: o seu querido filho; e enviou-o por último, dizendo consigo: «Respeitarão o meu filho». Mas aqueles vinhateiros disseram entre si: «Este é o herdeiro. Vamos matá-lo e a herança será nossa». Apoderaram-se dele, mataram-no e lançaram-no fora da vinha. Que fará então o dono da vinha? Virá ele próprio para exterminar os vinhateiros e entregará a outros a sua vinha. Não lestes esta passagem da Escritura: ‘A pedra rejeitada pelos construtores tornou-se pedra angular. Isto veio do Senhor e é admirável aos nossos olhos’?». Procuraram então prender Jesus, pois compreenderam que tinha dito para eles a parábola. Mas tiveram receio da multidão e por isso deixaram-n’O e foram-se embora.

Compreender a Palavra

O diálogo entre Jesus e os responsáveis do povo vai-se endurecendo de dia para dia. Jesus aproveita as parábolas para lhes explicar que a atitude que estão a tomar não é nem a mais correcta nem a mais prudente. Eles dão-se conta da verdade contida nas palavras de Jesus mas assumem a postura dos vinhateiros. Rejeitam o dono da vinha julgando poder ficar com a herança.

Meditar a Palavra

Dou-me conta, muitas vezes, que as pessoas que rejeito à partida, são as que mais tarde se revelam fundamentais para a minha vida. Do mesmo modo me dou conta que acontece assim com Jesus. Quero assumir a vida nas minhas mãos, quero ser dono de mim mesmo, julgo ser capaz de construir a minha vida sem orientação de ninguém, até porque já sou suficientemente adulto. No final, percebo que, não só preciso de Cristo como preciso de muitas outras pessoas para viver. “A pedra rejeitada veio a tornar-se a pedra angular”. Percebo ainda que a vida não me pertence, é apenas arrendada, e que a minha felicidade está em poder dar frutos e entregá-los nas mãos do dono da minha vida.

Rezar a palavra

Que eu não me perca, Senhor, na insensatez de querer ser dono, livre e autónomo. Que eu não me perca nem te perca do horizonte da minha vida. Sem ti poderei viver o orgulho de me sentir dono de mim mesmo, mas perderei o sentido da vida. Sem ti poderei ficar com tudo para mim e viver ao meu jeito, mas perderei a alegria de entregar nas tuas mãos a minha dedicação e o meu amor. Sem ti construirei a minha vida à minha maneira e segundo o meu gosto, mas não poderei sustentar a minha construção porque só tu és a pedra angular. Dá-me, Senhor o sentido da vida na relação sincera contigo.

Compromisso

Que deseja o meu coração que não possa ser vivido e convivido com Cristo, o Senhor da vinha?