São Domingos, presbítero
Memória
Domingos de Gusmão nasceu em Caleruega, na Espanha, por volta do ano 1170. Estudou Teologia, em Palência, e foi nomeado cónego da Igreja de Osma, cidade da província de Sória. Por meio da sua pregação e do exemplo da sua vida combateu com grande êxito a heresia dos Albigenses. Desejoso de encontrar uma nova forma de propagar a fé, fundou a Ordem dos Pregadores, para renovar na Igreja a forma de vida apostólica, mandando aos seus irmãos que se dedicassem ao serviço do próximo com a oração, o estudo e o ministério da palavra. Morreu em Bolonha, cidade de Itália, no dia 6 de agosto de 1221. Com Francisco de Assis, é um dos patriarcas da santidade cristã, suscitados pelo Espírito, num tempo de grandes transformações históricas. Promoveu, a par do aprofundamento dos estudos teológicos, a oração popular do rosário.
Leitura I (anos pares) Jr 31, 31-34
Dias virão, diz o Senhor, em que estabelecerei com a casa de Israel e com a casa de Judá uma aliança nova. Não será como a aliança que firmei com os seus pais, no dia em que os tomei pela mão para os tirar da terra do Egito, aliança que eles violaram, embora Eu exercesse o meu domínio sobre eles, diz o Senhor. Esta é a aliança que estabelecerei com a casa de Israel, naqueles dias, diz o Senhor: Hei de imprimir a minha lei no íntimo da sua alma e gravá-la-ei no seu coração. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Já não terão de se instruir uns aos outros, nem de dizer cada um a seu irmão: «Aprendei a conhecer o Senhor». Todos eles Me conhecerão, desde o maior ao mais pequeno, diz o Senhor. Porque vou perdoar os seus pecados e não mais recordarei as suas faltas.
compreender a palavra
Jeremias anuncia em nome do Senhor a nova aliança. Esta não será como a aliança estabelecida com Israel depois da saída do Egito. Essa era a aliança fundada na lei. Moisés entregou ao povo os mandamentos e o povo comprometeu-se a cumprir e não cumpriu. Agora a lei será impressa na alma e no coração. Todos conhecerão o Senhor sem necessidade de serem instruídos, será a lei do amor misericordioso, porque o Senhor perdoará ao seu povo todos os seus pecados.
meditar a palavra
A nova aliança no sangue de Cristo é a aliança do amor e da graça. O Senhor não quer escravos que se obrigam a cumprir uma lei e fazem da sua relação com ele um conjunto de obrigações cumpridas com o medo de ser castigados. O Senhor quer que a sua relação com os homens tenha origem num encontro livre de amor mútuo, onde os sacrifícios têm sentido como dádiva generosa do amor.
rezar a palavra
Em ti, Senhor, aprendo que a vida se dá, o corpo se entrega e o sangue se derrama, no meio das incompreensões geradas por interesses mesquinhos que nada constroem. Que a minha vida seja a entrega generosa de um amor livre de medos e preconceitos.
compromisso
A aliança inscrita no coração impede-me de criar inimizades dentro de mim e leva-me a amar amigos e inimigos e a rezar pelos que me perseguem.
Evangelho Mt 16, 13-23
Naquele tempo, Jesus foi para os lados de Cesareia de Filipe e perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?». Eles responderam: «Uns dizem que é João Batista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas». Jesus perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Então, Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo». Jesus respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus. Também Eu te digo: Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos Céus». Então, Jesus ordenou aos discípulos que não dissessem a ninguém que Ele era o Messias. E começou a explicar aos seus discípulos que tinha de ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas; que tinha de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia. Pedro, tomando-O à parte, começou a contestá-l’O, dizendo: «Deus Te livre de tal, Senhor! Isso não há de acontecer!» Jesus voltou-Se para Pedro e disse-lhe: «Vai-te daqui, Satanás. Tu és para mim uma ocasião de escândalo, pois não tens em vista as coisas de Deus, mas dos homens».
compreender a palavra
Jesus interroga os discípulos acerca do que se diz dele entre a multidão e interroga-os sobre o que eles próprios pensam dele. A resposta assertiva de Pedro valeu-lhe um voto de felicidade e as chaves do reino, juntamente com o poder de ligar e desligar. Apesar disso, Pedro tem ainda dificuldade em aceitar todo o projeto de salvação que se realiza em Jesus. Perante a notícia da cruz, Pedro manifesta-se totalmente contrário. Esta reação fê-lo experimentar o que significa opor-se ao projeto de Deus. Pertencer a Satanás e querer o projeto dos homens e não o de Deus é abandonar Jesus.
meditar a palavra
O meu desejo de felicidade não pode levar-me a conquistá-la a qualquer preço. Não vale tudo para ser feliz. O meu projeto de felicidade há de passar por Jesus se quero que seja um projeto com futuro. Jesus pergunta-me também a mim que penso eu acerca dele. Como me insiro no seu projeto de felicidade? Até onde sou capaz de ir para alcançar a verdadeira felicidade? Quais são as características da felicidade que busco? Os discípulos de Jesus sabem que o caminho para o reino, a chave para entrar no reino, está na cruz. Abraçar a cruz é dar início ao caminho que conduz à felicidade oferecida por Jesus. Esta não é a perspetiva dos homens.
rezar a palavra
Explica, Senhor, ao meu coração o teu projeto de felicidade. Ajuda-me a compreender o sentido da tua e da minha cruz e o seu papel numa vida feliz. Mostra-me que o caminho dos homens, aparentemente sem cruz, conduz à perdição e ensina-me a discernir da tua vontade para poder seguir contigo como verdadeiro discípulo.
compromisso
Vou acolher e amar a cruz reconhecendo nela o caminho para a minha felicidade.