Santos André Kim Tae-gôn, presbítero, Paulo Chông Ha-sang e companheiros, mártires
Memória
A fé cristã entrou na Coreia no início do século XVII, conduzida por leigos, sem pastores. Em 1836 chegaram os primeiros missionários, vindos de França, que entraram clandestinamente na região. Nas perseguições dos anos 1839, 1846 e 1866 surgiram desta comunidade cento e três santos mártires, entre os quais se distinguem o primeiro presbítero André Kim Tae-gôn e o leigo Paulo Chông Ha-sang. Esta celebração faz memória de três bispos, oito presbíteros e os restantes leigos: homens e mulheres, casados ou não, anciãos, jovens e crianças, que, suportando o martírio, consagraram, com o seu glorioso sangue, os florescentes primórdios da Igreja coreana.
1Tm 3, 14-16
Caríssimo: Escrevo-te estas coisas na esperança de ir ter contigo muito em breve. Mas se eu tardar, já sabes como deves proceder na casa de Deus, que é a Igreja do Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade. É realmente grande o mistério da piedade: Ele foi manifestado na carne, justificado pelo Espírito, contemplado pelos Anjos, anunciado entre os gentios, acreditado no mundo, exaltado na glória.
Compreender a Palavra
S. Paulo exorta Timóteo a proceder de acordo com os ensinamentos que ele lhe transmitiu como membro da casa de Deus, a Igreja do Deus vivo. Depois Paulo afirma o mistério da Piedade. Segundo Paulo é grande este mistério. Ele é a manifestação da salvação de Deus a todos os povos na pessoa do Verbo encarnado. As palavras de Paulo são muito interessantes e mostram a continuidade da manifestação do mistério da piedade: “Ele foi manifestado na carne, justificado pelo Espírito, contemplado pelos Anjos, anunciado entre os gentios, acreditado no mundo, exaltado na glória”.
Meditar a Palavra
Parece que fica pouco para dizer depois destas palavras de Paulo. Fica espaço para a contemplação. Mas comecemos por nos questionar sobre o nosso modo de proceder na casa de Deus, nesta Igreja do Deus vivo. Depois entremos na contemplação do mistério da Piedade. Trata-se do mistério da vontade salvífica de Deus, deste Deus de misericórdia que ama o homem pecador, que prende o coração no homem que não merece ser amado, no filho que se afasta da casa do Pai. Este mistério não se entende segundo os critérios do homem, apenas segundo o coração de Deus. É o mistério de Cristo, o filho que aprende a obediência no sofrimento e realiza a vontade do Pai aceitando o caminho da cruz. Um mistério que é do céu e da terra, da carne e do espírito, dos anjos e dos gentios, do mundo e da glória. Deste mistério vivemos todos os que, seguindo a verdade, o confessamos na fé. É um mistério dinâmico que acompanha o homem e atravessa os séculos.
Rezar a Palavra
Atravessa a minha vida, Senhor, com o teu mistério de piedade. Incomoda o meu coração no sentido da tua vontade e alerta o meu modo de proceder para que abrace o desígnio poderoso do teu amor misericordioso que deu lugar à encarnação, à manifestação e à glorificação do teu Filho Jesus Cristo.
Compromisso
Contemplo o mistério de Deus no mistério da cruz de Jesus, lugar da manifestação do amor misericordioso de Deus.
Evangelho: Lc 7, 31-35
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «A quem hei de comparar os homens desta geração? Com quem se parecem? São como as crianças, que, sentadas na praça, falam umas com as outras, dizendo: ‘Tocámos flauta para vós e não dançastes, entoámos lamentações e não chorastes’. Porque veio João Baptista , que não comia nem bebia vinho, e vós dizeis: ‘Tem o demónio com ele’. Veio o Filho do homem, que come e bebe, e vós dizeis: ‘É um glutão e um ébrio, amigo de publicanos e pecadores’. Mas a Sabedoria é justificada por todos os seus filhos».
Compreender a Palavra
O texto situa-se na continuação do diálogo entre Jesus e os discípulos de João que vieram perguntar-lhe se era ele o Messias. Jesus tece, então, umas quantas considerações que manifestam a atitude positiva do povo e particularmente dos cobradores de impostos que aceitaram as palavras de João e se deixaram baptizar e condenam a atitude dos fariseus e doutores da Lei que se fecharam na sua maneira de pensar e recusaram a proposta de Deus. As palavras de Jesus enaltecem os simples que possuem a sabedoria de quem escuta e condena a atitude dos sábios a quem falta a verdadeira sabedoria.
Meditar a Palavra
Como crianças nem sempre sabemos viver os momentos de alegria e os momentos de tristeza. Vamos fazendo as regras ao nosso jeito, de modo a podermos satisfazer a nossa vontade e não seguir a voz da verdade. Julgamos assim ser mais inteligentes que os simples que não usam de artimanhas e argumentos enganosos. Jesus diz que a verdadeira sabedoria não está em sair ileso na fuga à verdade mas no acolher a verdade que vem de Deus.
Rezar a Palavra
“A quem hei-de comparar…” sou comparado a uma criança inconsequente perante a verdade. Tenho dificuldade em assumir a verdade que, pela tua palavra, colocas diante dos meus olhos. Ensina-me, Senhor, a não fugir mas a assumir a verdade da minha vida que tantas vezes é incapacidade de me aceitar e de te aceitar em toda a profundidade do meu ser.
Compromisso
Quero discernir sobre a vontade de Deus para mim e assumir com coerência as suas propostas.