São Tomás de Aquino, presbítero e doutor da Igreja
Memória
Tomás nasceu por volta do ano 1225, na família dos Condes de Aquino. Estudou, primeiramente no mosteiro do Monte Cassino e, depois, em Nápoles. Entrou na Ordem dos Pregadores e completou os seus estudos em Paris e em Colónia, tendo tido como professor santo Alberto Magno. Escreveu muitas obras de grande erudição, com destaque para a Summa de Teologia, e exerceu o professorado, contribuindo notavelmente para o progresso da Filosofia e da Teologia. Chamado pelo beato papa Gregório X para participar no Concílio Ecuménico de Lyon II, morreu durante a viagem, no mosteiro de Fossanova, perto de Terracina, no Lácio, no dia 7 de março de 1274. A sua memória celebra-se a 28 de janeiro, dia em que o seu corpo foi trasladado para o convento dominicano de Tolosa, em França, no ano 1369.

Leitura I Heb 10, 11-18

Todo o sacerdote da antiga aliança
se apresenta cada dia para exercer o seu ministério
e oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios,
que nunca poderão perdoar os pecados.
Cristo, ao contrário,
tendo oferecido pelos pecados um único sacrifício,
sentou-Se para sempre à direita de Deus,
esperando desde então que os seus inimigos
sejam postos como escabelo dos seus pés.
Porque, com uma única oblação,
tornou perfeitos para sempre os que Ele santifica.
O Espírito Santo também no-lo confirma,
porque, depois de ter declarado:
«Esta é a aliança que estabelecerei com eles,
depois daqueles dias»,
o Senhor acrescenta:
«Hei-de imprimir as minhas leis no seu coração
e gravá-las no seu espírito
e não Me recordarei mais dos seus pecados e iniquidades».
Ora, onde há remissão dos pecados,
já não há necessidade de oblação pelo pecado.

compreender a palavra
Estabelecendo a relação entre os sacrifícios judaicos da antiga aliança e o sacrifício de Cristo na cruz, a carta aos Hebreus mostra a distância entre estes sacrifícios. Os sacerdotes ofereciam anualmente sacrifícios pelos pecados do povo, mas esses sacrifícios não obtinham a remissão e tinham que se repetir continuamente. O sacrifício de Cristo é totalmente diferente. O Pai aceitou o único sacrifício de Cristo que, por ser eficaz, não precisa de repetir-se. No único sacrifício remiu os nossos pecados tornando perfeitos os que nele santificou.

meditar a palavra
O sacrifício de Cristo, oferecido pelos nossos pecados, foi aceite pelo Pai e, por isso, não precisa repetir-se, é único. Temos ao nosso alcance este sacrifício na Eucaristia, não como uma repetição, mas como a celebração memorial do único sacrifício de Cristo na cruz. O sacramento torna presente em cada tempo e lugar o mesmo sacrifício para que, participando nele, alcancemos a remissão dos nossos pecados, a santificação em Cristo.

rezar a palavra
Na Eucaristia encontro-me com o mistério que me salva da minha fragilidade, do meu pecado. Porque entregaste a tua vida por amor posso alcançar a perfeição no teu corpo entregue e no teu sangue derramado. Lava, Senhor, purifica o teu servo de todas as iniquidades.

compromisso
Participo na Eucaristia para receber o dom de Deus que me santifica.


Evangelho Mc 4, 1-20

Naquele tempo,
Jesus começou a ensinar de novo à beira mar.
Veio reunir-se junto d’Ele tão grande multidão
que teve de subir para um barco e sentar-Se,
enquanto a multidão ficava em terra, junto ao mar.
Ensinou-lhes então muitas coisas em parábolas.
E dizia-lhes no seu ensino:
«Escutai: Saiu o semeador a semear.
Enquanto semeava,
uma parte da semente caiu à beira do caminho;
vieram as aves e comeram-na.
Outra parte caiu em terreno pedregoso,
onde não havia muita terra;
logo brotou, porque a terra não era funda.
Mas, quando o sol nasceu, queimou-se
e, como não tinha raiz, secou.
Outra parte caiu entre espinhos;
os espinhos cresceram e sufocaram-na
e não deu fruto.
Outras sementes caíram em boa terra
e começaram a dar fruto, que vingou e cresceu,
produzindo trinta, sessenta e cem por um».
E Jesus acrescentava:
Quem tem ouvidos para ouvir, oiça».
Quando ficou só,
os que O seguiam e os Doze
começaram a interrogá-l’O acerca das parábolas.
Jesus respondeu-lhes:
«A vós foi dado a conhecer o mistério do reino de Deus,
mas aos de fora tudo se lhes propõe em parábolas,
para que, ao olhar, olhem e não vejam,
ao ouvir, oiçam e não compreendam;
senão, convertiam-se e seriam perdoados».
Disse-lhes ainda:
«Se não compreendeis esta parábola,
como haveis de compreender as outras parábolas?
O semeador semeia a palavra.
Os que estão à beira do caminho, onde a palavra foi semeada,
são aqueles que a ouvem,
mas logo vem Satanás e tira a palavra semeada neles.
Os que recebem a semente em terreno pedregoso
são aqueles que, ao ouvirem a palavra,
logo a recebem com alegria;
mas não têm raiz em si próprios, são inconstantes,
e, ao chegar a tribulação ou a perseguição por causa da palavra,
sucumbem imediatamente.
Outros há que recebem a semente entre espinhos.
Esses ouvem a palavra,
mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas
e todas as outras ambições
entram neles e sufocam a palavra,
que fica sem dar fruto.
E os que receberam a palavra em boa terra
são aqueles que ouvem a palavra, a aceitam
e frutificam, dando trinta, sessenta ou cem por um».

compreender a palavra
Esta parábola faz parte de um conjunto de três, sendo esta a maior de todas e a única que apresenta uma explicação só para os discípulos. O semeador é Deus, a semente é a sua Palavra e o terreno é o coração de cada homem, o que se anuncia é a chegada do Reino. Aparentemente há um fracasso, porque apenas um grupo de ouvintes tem um coração onde a palavra germina e produz trinta, sessenta e cem por um. No entanto, ainda é tempo de preparar o terreno, acolher a semente e esperar confiado. O tempo decisivo ainda virá e aí se decide quem deu fruto e quem só deu espinhos.

meditar a palavra
A força da Palavra de Deus é evidente e põe a descoberto a atitude dos ouvintes. Deus, que dá à palavra o poder de gerar fruto naqueles que a escutam, nem por momentos, tem como intenção obrigar o homem a aceitar a verdade que lhe comunica. A liberdade de cada um gera situações diferentes criando quatro grupos distintos entre os ouvintes. Aquele que escuta corre sérios riscos de tomar a pior decisão. Duas conclusões podemos tirar: a primeira, a situação da Palavra na nossa vida exige um tempo de espera para que se vejam os frutos trazidos pela chegada do Reino até nós; a segunda, a importância da Palavra exige que me questione sobre a qualidade do terreno do meu coração. Como estou a preparar o coração para acolher a Palavra e o reino que nela me é anunciado?

rezar a palavra
Senhor, é evidente a força da tua Palavra. Dela surgiram todas as coisas e ao sopro da tua boca todas te obedecem. Quiseste criar-me à tua imagem e semelhança e deste-me a possibilidade de decidir, de acordo com a minha liberdade. No limite, esta liberdade, pode recusar-te e rejeitar a tua voz. Ao contrário de todas as criaturas, eu posso recusar ouvir a tua voz e rejeitar a tua palavra. É loucura, porque sem o teu sopro não posso viver. Sei que posso esquecer-me de ti, mas sei também que se te esquecesses de mim deixaria de existir. Peço-te que, na minha liberdade, seja capaz de compreender que, sem a tua voz, sem a tua Palavra, sem o sopro que sai da tua boca, não viverei.

compromisso
Quero prestar atenção ao modo como estou a acolher a Palavra de Deus na minha vida.