Festa

Em 1917, a Virgem Maria apareceu seis vezes, em Fátima, a três pastorinhos, Lúcia, Francisco e Jacinta. Por meio deles, a Santa Mãe de Deus recomendou insistentemente aos homens a firmeza da fé e o espírito de oração, penitência e reparação. O culto da Virgem Santa Maria de Fátima foi especialmente honrado com as peregrinações dos papas São Paulo VI no ano 1967, São João Paulo II nos anos 1982, 1991 e 2000, o papa Bento XVI no ano 2010 e o papa Francisco no ano 2017.

LEITURA I Ap 11, 19a; 12, 1-6a.10ab
O templo de Deus abriu-se no Céu e a arca da aliança foi vista no seu templo. Apareceu no Céu um sinal grandioso: uma mulher revestida de sol, com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça. Estava para ser mãe e gritava com as dores e ânsias da maternidade. E apareceu no Céu outro sinal: um enorme dragão cor de fogo, com sete cabeças e dez chifres e nas cabeças sete diademas. A cauda arrastava um terço das estrelas do céu e lançou-as sobre a terra. O dragão colocou-se diante da mulher que estava para ser mãe, para lhe devorar o filho, logo que nascesse. Ela teve um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro. O filho foi levado para junto de Deus e do seu trono e a mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar. E ouvi uma voz poderosa que clamava no Céu: «Agora chegou a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus e o domínio do seu Ungido».

compreender a palavra
João utiliza imagens da mitologia e estabelece uma relação com o livro de Génesis (3,15) para nos apresentar um outro sinal. Trata-se de uma mulher revestida de sol, com a lua aos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça. Esta mulher foi sempre interpretada como a figura da Igreja e a figura de Maria. Na realidade não se pode separar Maria da Igreja e, portanto, uma serve a outra para compreendermos melhor o sentido da mensagem que está subjacente. Esta é a mulher que está para dar à luz aquele que há de vencer o dragão, que aparece logo a seguir. Outro sinal surgiu no céu: “um enorme dragão”. O dragão quer devorar o filho que vai nascer. A mulher grita com dores de maternidade. O dragão arrasta as estrelas do céu e lança-as sobre a terra e aguarda o nascimento do menino. O momento é dramático, mas o desfecho é feliz. O menino nasce sem que o dragão o possa devorar e é levado para o céu enquanto a mulher fica na terra, num lugar preparado por Deus. Com este nascimento chegou a salvação.

meditar a palavra
Maria, a Mãe de Jesus, apareceu em Fátima aos pastorinhos. Surgiu num tempo em que era necessária a esperança naquele que pode salvar. A primeira guerra mundial arrasara a esperança e Portugal vivia os primeiros passos da república. Esta mulher, a Igreja reunida à volta de Maria, mostra que a esperança está no menino que vence o dragão. No tempo de João e no nosso tempo levantam-se dragões, impérios de morte que pretendem apagar a vida. Há também intenções obscuras que se levantam nos corações e são como dragões a querer espalhar a morte. E há dentro de nós sentimento e fortes desejos que nos afastam da vida e nos fazem abraçar o dragão que nos destrói. O império Romano, como o império comunista ou qualquer outro império, o aborto ou a eutanásia, são dragões que se levantam dentro e fora de nós. A mulher, Maria, deu à luz um filho varão que habita no céu e está sentado no trono. Ele é a salvação e a vitória na luta contra todos os dragões que se levantam diante da Igreja e de cada um de nós.

rezar a palavra
Quantos dragões a Igreja já enfrentou por oferecer a salvação num mundo de morte? Quantos dragões enfrentei eu, Senhor, na minha vida? Quantas vezes me senti vencido e sempre renovaste em mim a vida nova da salvação? Nenhum dragão tem poder contra mim se estou contigo, se é em ti que ponho a minha confiança, se estás presente no meu coração. Que eu não tema, Senhor, os dragões e que a tua Igreja se renove sempre mais na vida que vem de ti, único salvador.

compromisso
Não cedo diante das forças de morte que habitam o mundo.

Evangelho Lc 11, 27-28
Naquele tempo, enquanto Jesus falava à multidão, uma mulher levantou a voz no meio da multidão e disse: «Feliz Aquela que Te trouxe no seu ventre e Te amamentou ao seu peito». Mas Jesus respondeu: «Mais felizes são os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática».

compreender a palavra
No meio de um discurso de Jesus, uma mulher, sentiu a necessidade de manifestar a sua concordância as suas palavras e de lhe mostrar o seu apreço por ele. Para o fazer serviu-se de um elogio à mãe de Jesus. “Feliz Aquela…”. Segundo a mulher, Maria é feliz por poder ser mãe e como mãe ter a alegria de um filho como Jesus. De facto, o que Jesus diz e faz é de tal modo extraordinário que qualquer mulher gostava de ser mãe de um filho assim. Jesus, no entanto, ao responder à mulher, centra os ouvintes no essencial, a palavra de Deus. O importante não é ser mãe de Jesus, nem ter um filho como ele porque isso seria limitar as possibilidades da felicidade. O importante é a felicidade a que todos podem ter acesso. Essa felicidade nasce da Palavra de Deus que se escuta e se põe em prática. É por isso que Maria é feliz.

rezar a palavra
Que os meus ouvidos escutem as tuas palavras, Senhor, e o meu coração guarde, como Maria, esse mistério de vida feliz que brota sempre que ponho em prática o que me ensinas. Que eu não queira uma felicidade mais pequena que a de Maria, de viver as consequências da palavra escutada e acreditada.

compromisso
Presto maior atenção à palavra de Deus para não perder a felicidade que ela me propõe.