Colossenses 1, 9b-14

Irmãos: Não cessamos de orar por vós e de pedir que chegueis ao pleno conhecimento da vontade de Deus, com toda a sabedoria e inteligência espiritual. Assim vivereis de maneira digna do Senhor, agradando-Lhe em tudo, realizando toda a espécie de boas obras e progredindo no conhecimento de Deus. Sereis fortalecidos com o seu poder glorioso, para que se confirme a vossa constância e longanimidade a toda a prova e, cheios de alegria, deis graças a Deus Pai, que nos fez dignos de tomar parte na herança dos santos, na luz divina. Ele nos libertou do poder das trevas e nos transferiu para o reino do seu Filho muito amado, no qual temos a redenção, o perdão dos pecados.

Compreender a Palavra

Paulo recorda aos colossenses que a Igreja reza para que eles não se afastem da verdade mas cheguem ao pleno conhecimento da vontade de Deus. É o conhecimento de Deus que dignifica a vida, pois leva à prática das boas obras. De Deus vem também a fortaleza, a constância e a longanimidade para a luta entre a luz e as trevas. Pelo conhecimento de Deus também os colossenses darão graças, cheios de alegria, conscientes da sua participação na herança dos santos e da libertação neles operada pelo poder de Deus que faz brilhar a sua luz nas trevas.

Meditar a Palavra

Somo todos convidados a rezar uns pelos outros. No meio das tribulações pedimos muitas vezes para que os outros rezem por nós e sentimos em muitos momentos o efeito da oração dos nossos irmãos. Paulo convida a rezar para que nós e os outros cheguemos ao conhecimento de Deus, porque ele é luz no meio das trevas e iluminados por Deus faremos boas obras. Este caminho exige muita fortaleza, muita constância e muita paciência, por isso rezamos para vencer a prova a que somos submetidos constantemente. Unidos na oração, dando graças pelo conhecimento de Deus que chegou até nós e pelos progressos que fazemos, viveremos com alegria e seremos herdeiros com os santos.

Rezar a Palavra

Senhor, ao longo do caminho experimento a alegria de quem reza pelos outros e o cansaço de quem tem dificuldade em ver o resultado dessa oração. Noto que falta fortaleza aos crentes diante das dificuldades, falta a constância para não desistir das batalhas e a paciência para suportar os sofrimentos. Ensina-me a ver com os teus olhos, para que também eu não desanime e possa animar os irmãos a viver em alegria e ação de graças.

Compromisso

Hoje rezo pelos irmãos para que cresçam no conhecimento de Deus e se animem na prática das boas obras.


Evangelho: Lc 5, 1-11

Naquele tempo, estava a multidão aglomerada em volta de Jesus, para ouvir a palavra de Deus. Ele encontrava-Se na margem do lago de Genesaré e viu dois barcos estacionados no lago. Os pescadores tinham deixado os barcos e estavam a lavar as redes. Jesus subiu para um barco, que era de Simão, e pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra. Depois sentou-Se e do barco pôs-Se a ensinar a multidão. Quando acabou de falar, disse a Simão: «Faz-te ao largo e lançai as redes para a pesca». Respondeu-Lhe Simão: «Mestre, andámos na faina toda a noite e não apanhámos nada. Mas, já que o dizes, lançarei as redes». Eles assim fizeram e apanharam tão grande quantidade de peixes que as redes começavam a romper-se. Fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco para os virem ajudar; eles vieram e encheram ambos os barcos de tal modo que quase se afundavam. Ao ver o sucedido, Simão Pedro lançou-se aos pés de Jesus e disse-Lhe: «Senhor, afasta-Te de mim, que sou um homem pecador». Na verdade, o temor tinha-se apoderado dele e de todos os seus companheiros, por causa da pesca realizada. Isto mesmo sucedeu a Tiago e a João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. Jesus disse a Simão: «Não temas. Daqui em diante serás pescador de homens». Tendo conduzido os barcos para terra, eles deixaram tudo e seguiram Jesus.

Compreender a Palavra

O texto de hoje mostra-nos como Jesus fez com os primeiros discípulos um caminho de adesão que começa com a entrada no barco de Pedro e termina no deixar tudo para o seguirem. Jesus é empurrado pelas multidões o que não lhe permite falar com tranquilidade. Sobe para o barco de Pedro e faz-lhe um pedido. Pedro colabora com Jesus e a partir daí os pedidos e as ordens de Jesus nunca mais terminaram na vida de Pedro e depois na vida de outros pescadores que estavam junto do lago naquele dia. Diante de Jesus Pedro mostra a sua incapacidade. Deixá-lo entrar no barco parece fácil, afastar-se um pouco da terra também, mas lançar as redes depois de ter andado uma noite inteira sem apanhar nada já exige confiança. O confronto mostra que Pedro se rendeu a Jesus reconhecendo-se pecador.

Meditar a Palavra

Jesus entra devagar e pedindo licença quando quer entrar na vida de alguém. Quando lhe abrimos a porta e o deixamos entrar, então, o barco da vida deixa de ser nosso e passa a ser dele. Se permitimos que ele tome conta do nosso barco, isso significa que lhe entregamos a vida e ele não se faz rogado e começa a dar ordens que nos parecem fora do nosso alcance e impossíveis de realizar. Será pela obediência que veremos acontecerem coisas extraordinárias que mostrarão a nossa pequenez e nos darão a conhecer o poder daquele em cujas mãos entregámos a vida. Só depois de experimentarmos uma confiança total seremos capazes de o seguir como seguem os discípulos.

Compromisso

Vou abrir a minha barca totalmente a Jesus, para que as redes da minha vida não se prendam a seguranças humanas que me impedem de pescar na direcção indicada por ele.