São Bartolomeu dos Mártires, bispo
[Memória em Portugal]
Bartolomeu nasceu em Lisboa (Portugal), na paróquia dos Mártires, em 1514. Ingressou na Ordem dos Pregadores, onde exerceu o ministério sacerdotal e regeu a cátedra de Teologia. Foi eleito arcebispo de Braga, onde exerceu com incansável diligência e eficácia uma intensa atividade apostólica. Fomentou a evangelização do povo, para o qual preparou um catecismo ou doutrina cristã e práticas espirituais, e preocupou-se com a santidade e cultura do clero. Participou no Concílio de Trento, com uma atuação que mereceu o elogio do papa e o aplauso dos seus pares. Em vista da execução das reformas tridentinas, efetuou um Sínodo Diocesano e um Concílio Provincial e promoveu a fundação do Seminário, dito «conciliar», para conveniente formação dos presbíteros. Finalmente, tendo renunciado ao arcebispado, recolheu ao convento de Santa Cruz de Viana do Castelo, construído por sua iniciativa, onde prosseguiu a vida austera de simples religioso, dedicado à oração, caridade e estudo. Aí faleceu em 16 de julho de 1590.
Leitura I Is 26, 7-9.12.16-19
O caminho do justo é reto, Vós aplanais o caminho do justo. Pela vereda dos vossos juízos, em Vós esperamos, Senhor: o vosso nome e a vossa lembrança são o desejo da nossa alma. Por Vós suspira a minha alma durante a noite e o meu espírito Vos procura desde a aurora; pois, quando as vossas leis se manifestam ao mundo, os habitantes da terra aprendem a justiça. Vós nos dareis a paz, Senhor, porque sois Vós que realizais tudo o que fazemos. Senhor, na angústia a Vós recorremos; quando nos castigáveis, nós Vos invocámos. Como a mulher que está para ser mãe se contorce e grita com dores, assim estávamos diante de Vós, Senhor. Concebemos e sentimos as dores de parto, mas foi vento que demos à luz. Não trouxemos a salvação à terra, nem nasceram habitantes para o mundo. – Os teus mortos voltarão à vida, os seus cadáveres ressuscitarão. Despertai e cantai de alegria, vós que habitais no pó da terra. Porque o vosso orvalho, Senhor, é orvalho de luz e a terra dará vida aos que dormem nas sombras da morte.
compreender a palavra
No meio da angústia em que se transformou a vida do povo eleito por causa dos seu pecado, o coração deste povo ainda pode elevar a Deus uma bela oração de louvor, de reconhecimento e de esperança. Deus é quem ensina a justiça e endireita os caminhos dos homens é ele quem pode salvar e devolver a paz ao coração do homem. Sem ele ninguém pode dizer que vive. É verdade que a experiência pode ser dolorosa como as dores de parto e mais dolorosa porque dessas dores não surge uma nova vida. É um sofrimento em vão, vazio de razão. É esse o resultado do pecado, um sem razão. Caído por terra, por causa do pecado o homem está como morto, falta-lhe a alegria e a paz. Mesmo assim, se invocar o Senhor, poderá voltar à vida.
meditar a palavra
Como sempre, percebemos na experiência deste povo a experiência de toda a humanidade, a nossa própria experiência. Pelo pecado ficamos caídos no pó da terra, somos nada, vazio existencial. Poderão alguns, por se julgarem melhores que os outros, rir-se dos que caem, julgar e condenar, mas na realidade, esta é a condição de todos os homens e ninguém passa pela vida sem fazer a experiência do nada. É até condição quase necessária para perceber o lugar de Deus na própria vida. Caídos no pó podemos perceber que não nos salvamos a nós mesmos. Diz a oração de Isaías que gememos com dores de parto, mas “não trouxemos a salvação à terra”. É esta experiência que nos faz olhar para Deus e perceber que só ele salva, só a sua mão nos pode erguer. O senhor é como “orvalho de luz e a terra dará vida aos que dormem nas sombras da morte”. Invocar o Senhor é o primeiro passo para chegar a contemplar a vida nova da ressurreição, por isso dizemos “A vós recorremos”, “em vós esperamos”, “por vós suspira a minha alma e o meu espírito vos procura”. Daí o convite “Despertai e cantai de alegria” porque, embora ainda experimentemos a tristeza da queda já se vislumbram os sinais da vida nova de Cristo ressuscitado.
rezar a palavra
“Por vós suspira a minha alma e o meu espírito vos procura”. Não tenho mais palavras, Senhor, ao iniciar este novo dia. Os meus olhos antecipam-se às vigílias da noite a meditar na fragilidade da minha vida e na grandeza do vosso poder que se manifesta em misericórdia para comigo. A tua presença é para mim refúgio, na tua presença me deito e adormeço tranquilo e de novo me levanto sempre confiado na tua proteção. Renova, em mim, a alegria da tua salvação.
compromisso
Invoco o Senhor pois só ele me pode salvar.
Evangelho: Mt 11, 28-30
Naquele tempo, Jesus exclamou: «Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve».
Compreender a Palavra
Mateus apresenta Jesus nestas palavras por ele proferidas. A expressão “Sou manso e humilde de coração” toma o lugar central. O “jugo” e o “descanso” encontram no coração de Jesus a explicação. Jesus é o Messias que liberta e dá descanso e não o opressor que vem para destruir. Jesus, o “manso e humilde de coração” trata bem, com mansidão e aliviando a todos.
Meditar a Palavra
Adquirir um coração manso e humilde, pedido de Jesus quando diz “vinde a mim … aprendei de mim”, é um desafio para nos tornarmos pessoas que aliviam e libertam os outros do peso, “jugo” em que a vida muitas vezes se torna. Do coração brotam as atitudes e os sentimentos que permitem aos outros encontrar descanso.
Rezar a Palavra
Que eu encontre descanso em ti, Senhor, e aprenda contigo a atitude de coração que acolhe os outros, permitindo que descansem do peso das suas vidas.
Compromisso
Vou medir as minhas palavras e abrir o meu coração para que outros encontrem paz em mim.