Sofonias 3, 14-18 

Clama jubilosamente, filha de Sião; solta brados de alegria, Israel. Exulta, rejubila de todo o coração, filha de Jerusalém. O Senhor revogou a sentença que te condenava, afastou os teus inimigos. O Senhor, Deus de Israel, está no meio de ti e já não temerás nenhum mal. Naquele dia, dir-se-á a Jerusalém: «Não temas, Sião, não desfaleçam as tuas mãos. O Senhor teu Deus está no meio de ti, como poderoso salvador. Por causa de ti, Ele enche-Se de júbilo, renova-te com o seu amor, exulta de alegria por tua causa, como nos dias de festa». Afastei para longe de ti a desventura, a humilhação que te oprimia, Jerusalém. 

Compreender a Palavra

Celebramos a Visitação de Nossa Senhora

O quadro da Visitação narrado por Lucas encontra na profecia de Sofonia um retrato da alegria experimentada por Maria e Isabel. Elas são o ponto de encontro entre a Antigo e o Novo. O povo oprimido, sem alegria, sem esperança porque sem futuro, marcado pela infidelidade, encontra nestas duas mulheres o lugar para explodir de alegria porque nelas o Senhor fez maravilhas e gerou nelas a fonte da alegria e da esperança. O Senhor está agora no meio do seu povo e já não há razões para temer porque foi revogada a sentença de condenação. Os inimigos foram vencidos, a desventura e a humilhação foram superadas pelo Senhor que está no meio do seu povo a salvar.

Meditar a Palavra

Em Cristo, nascido do seio de Maria, encontramos a resposta definitiva de Deus para o nosso mal. Condenados por causa dos nossos pecados, humilhados e oprimidos pelas nossas faltas e fragilidades, encontramos em Cristo o remédio que nos salva. Estávamos sem futuro, abandonados da esperança, mas o Senhor veio, participa da nossa miséria e oferece-se a si mesmo em nosso lugar. Ele pagou pelos nossos pecados e nós ficámos livres. Esta é a razão da alegria de Maria e Isabel. Esta é também a razão da nossa alegria. O Senhor da misericórdia compadeceu-se de nós. Nas chagas de Cristo fomos curados.

Rezar a Palavra

Senhor, no seio de tua mãe contemplo o mistério da minha salvação. Como Isabel todo o meu ser exulta de alegria porque não tenho diante de mim um Deus opressor, disposto a condenar. Tu és o Deus da misericórdia, lento para a ira e sempre pronto a perdoar, por isso nada temo mas, como Maria, exulto de alegria.

Compromisso

Dou graças pelas maravilhas que a misericórdia de Deus tem realizado em mim.

Evangelho: Lc 1, 39-56

Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direcção a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio. Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor». Maria disse então: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. Porque pôs os olhos na humildade da sua serva: de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-poderoso fez em mim maravilhas, Santo é o seu nome. A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem. Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre». Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses e depois regressou a sua casa.

Compreender a Palavra

Este texto, muito conhecido de todos, encanta logo de início porque as pessoas implicadas, Zacarias, Isabel e Maria, foram alvo da manifestação de Deus de modos diferentes e em lugares diferentes mas aparecem aqui reunidas no mesmo momento e lugar. O texto começa por nos querer dizer que todos concorrem, à sua maneira, para a realização do Plano de salvação que Deus tem para o homem, porque estão de coração aberto ao Espírito que vem sobre eles. É nesta linha que devem ser entendidas as palavras da saudação e as palavras do Cântico de Maria. São palavras do Espírito que as ensina a ler os acontecimentos e a entender o que está para vir. Vêem a acção de Deus a favor dos humildes e isso enche-as de alegria até ao ponto de proclamarem em voz alta os louvores de Deus.

Meditar a Palavra

Nos gestos simples e nas palavras de bondade comunica-se a acção de Deus em nós para a nossa salvação e para a salvação do mundo. Deus comunica-se na minha vida para o bem de todos. Eu experimento o amor de Deus que vem a mim na força do Espírito Santo, para que o dê a conhecer como salvação para os pobres, os humildes, os famintos. Em mim, como nos outros, posso experimentar a salvação que Deus me oferece. Isto compromete-me nas palavras e nos gestos do meu quotidiano. Tudo em mim há-de falar de um Deus que salva.

Rezar a Palavra

Hoje, faço das palavras de Maria a minha oração. “A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. Porque pôs os olhos na humildade da sua serva: de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. (…) 

Compromisso

Hoje quero experimentar a salvação de Deus a comunicar-se aos meus irmãos, através das minhas palavras e nos meus gestos simples.