Apocalipse 21, 1-5a
Eu, João, vi, então, um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham desaparecido e o mar já não existia. E vi descer do céu, de junto de Deus, a cidade santa, a nova Jerusalém, já preparada, qual noiva adornada para o seu esposo. E ouvi uma voz potente que vinha do trono e dizia: «Esta é a morada de Deus entre os homens. Ele habitará com eles; eles serão o seu povo e o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos; e não haverá mais morte, nem luto, nem pranto, nem dor. Porque as primeiras coisas passaram.» O que estava sentado no trono afirmou: «Eu renovo todas as coisas.»
Compreender a Palavra
Celebramos Nossa Senhora de Fátima
O texto, tirado do final do livro do Apocalipse, recorda que todas as coisas são renovadas em Deus. O céu e a terra concentram em si todas as realidades criadas por Deus. Toda a criação encontra em Deus o seu princípio e o seu fim, este fim, porém, não é a aniquilação mas a renovação. Trata-se de “ressurreição”, quer dizer, trata-se de uma continuidade descontínua, é a continuação do que foi criado por Deus mas numa realidade tão nova que se pode falar de descontinuidade. O mar já não existia porque o mar representa o abismo, o lugar da morte que já não tem poder sobre os filhos de Deus, “Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos; e não haverá mais morte, nem luto, nem pranto, nem dor”. Surge uma realidade nova que é a cidade Santa, a nova Jerusalém, a esposa fiel que o Senhor toma para ser o lugar onde habita com o seu povo e onde, finalmente, é possível a fidelidade do povo.
Meditar a Palavra
Ao celebrar Nossa Senhora de Fátima, a Igreja, vai buscar este texto do Apocalipse porque desde sempre viu na nova Jerusalém a figura de Maria. Ela é o lugar onde Deus habita no meio do seu povo porque trouxe em seu seio o Filho de Deus, mas ela é também a primeira redimida, aquela que em primeiro lugar, antes de toda a humanidade, participou da verdadeira ressurreição oferecida aos homens por Deus em seu Filho. Nela foi vencida a corrupção da morte porque, de algum modo, ela morreu na morte de seu filho e com ele também ressuscitou pelo mistério do amor que nela, por ser mãe, se realizou com toda a plenitude. Então, em Maria não se fala de morte, mas de dormição, porque não podia morrer aquela que já tinha ressuscitado com seu filho. Hoje, na Igreja, Maria continua a ser como um templo, lugar onde Deus habita no meio do seu povo e nela se cumpre a aliança porque ela é a figura do povo fiel. Nela se enxugam todas as lágrimas.
Rezar a Palavra
Maria, tu és aquela a quem Deus renovou e transformou em lugar. Em ti se cumprem primeiro as promessas. A vida nova de Cristo ressuscitado está em ti antes que em qualquer um de nós. Por isso a ti recorremos nas horas das nossas noites, nas horas das nossas lágrimas, nas horas das nossas mortes. Rogai por nós pecadores.
Compromisso
Hoje é dia para rezar o terço.