S. João XXIII, papa
Memória
Ângelo José Roncálli nasceu em Sotto il Monte (Bérgamo), em 1881. Ordenado presbítero em 1904, foi secretário do bispo de Bérgamo. Entre 1921 e 1953 serviu a Sé Apostólica na Bulgária, Turquia, Grécia e França. Em 1953 foi nomeado cardeal patriarca de Veneza. Foi eleito papa em 1958. Convocou o Sínodo Romano, instituiu a Comissão para a revisão do Código de Direito Canónico e convocou o Segundo Concílio Ecuménico do Vaticano. Morreu na tarde do dia 3 de junho de 1963.

Leitura I Gl 5, 1-6

Irmãos: Foi para a verdadeira liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permanecei firmes e não torneis a sujeitar-vos ao jugo da escravidão. Sou eu, Paulo, que vos digo: Se vos fizerdes circuncidar, Cristo de nada vos servirá. De novo asseguro a todo o homem que se faz circuncidar: fica obrigado a cumprir toda a Lei de Moisés. Vós os que procurais a justificação por essa Lei, separastes-vos de Cristo e perdestes a graça de Deus. Nós, porém, é pelo Espírito Santo, em virtude da fé, que esperamos alcançar a justificação. Porque em Jesus Cristo, nem a circuncisão nem a incircuncisão tem qualquer valor, mas só a fé, que atua pela caridade.

compreender a palavra
Para o cristão o caminho da salvação e o sentido de pertença a um povo não passa pelos sinais do antigo Israel, como era a circuncisão. A lei de Moisés perdeu sentido com a chegada de Cristo. O cristão tem a fé e a caridade que brotam da palavra e dos sacramentos. Este é o caminho novo para seguir a Cristo e fazer a experiência de pertença a um povo livre.

meditar a palavra
A procura de exigências que nada têm a ver com a liberdade trazida por Cristo à nossa vida é uma perda de tempo a que alguns gostam de se dedicar. A liberdade que encontramos em Cristo não está prisioneira de quaisquer obrigações para além da fé e da caridade. Tudo o que seja norma exterior, que não brote do coração, é mero exibicionismo que não conduz à salvação nem nos torna mais justos que os outros. A fé é a norma para todo o discípulo de Cristo e a caridade o sinal dessa fé nascida no batismo.

rezar a palavra
Dá-me, Senhor, a fé simples e autêntica, livre de artificialismos e superficialidades. Ensina-me a fé que se move pelos caminhos do amor e da cruz, que em cada dia se manifesta numa confiança resistente à tentação do desânimo.

compromisso
Viver as realidades do dia a dia com amor é viver a fé que celebramos ao domingo.

Evangelho Lc 11, 37-41

Naquele tempo, depois de Jesus ter falado, um fariseu convidou-O para comer em sua casa. Jesus entrou e tomou lugar à mesa. O fariseu admirou-se, ao ver que Ele não tinha feito as abluções antes de comer. Disse-lhe o Senhor: «Vós, os fariseus, limpais o exterior do copo e do prato, mas o vosso interior está cheio de rapina e perversidade. Insensatos! Quem fez o interior não fez também o exterior? Dai antes de esmola o que está dentro e tudo para vós ficará limpo».

compreender a palavra
Terminou uma secção do evangelho de Lucas e começamos uma outra com um convite para comer em casa de um fariseu. Esta introdução vai dar origem a diversas advertências de Jesus aos fariseus. A atitude de Jesus que se senta à mesa sem realizar os ritos de purificação das mãos usados pelos fariseus, coloca-o numa situação semelhante à das pessoas simples que desconheciam a lei e não realizavam estas práticas. Os fariseus escandalizavam-se com estas atitudes dos homens simples do povo e Jesus é agora visto também com escândalo. Perante esta situação Jesus, a quem Lucas chama de “Senhor”, para dizer que ele tem autoridade, toma a palavra e fala-lhes das suas atitudes insensatas e hipócritas. Jesus esclarece que não são estas práticas exteriores que estabelecem a comunhão com Deus, mas as atitudes interiores que levam à compaixão para com os pobres. Só a atitude interior dá sentido às práticas exteriores.

meditar a palavra
As advertências de Jesus aos fariseus são uma oportunidade para analisar a minha vida. De facto, sem querer, mas pela rotina com que procuro cumprir as minhas obrigações, caio muitas vezes no erro de ficar no legalismo dos gestos exteriores e esqueço as pessoas que são mais importantes do que a lei. Jesus pede um olhar novo para com os outros em especial para com os pobres. Serei eu capaz de renovar o meu olhar a partir de dentro, do coração?

rezar a palavra
Senhor, perante as atitudes dos outros, vejo-me muitas vezes incomodado, escandalizado ou porque não entendo ou porque me parece que deviam agir de outra maneira. Nem sempre tenho a capacidade de escutar o que acontece no coração daqueles que julgo e avalio segundo os meus critérios. Ensina-me a limpar o interior, o coração, para não cair no legalismo que mata o amor e tira a espontaneidade da vida.

compromisso
Preciso vencer as minhas rotinas para estar com os outros.