São Francisco de Assis
Memória
Francisco nasceu em Assis, na Úmbria, região da Itália, no ano 1182. Depois de uma juventude leviana, converteu‑se a Cristo, renunciou a todos os bens paternos e entregou‑se inteiramente a Deus. Abraçou a pobreza para seguir mais perfeitamente o exemplo de Cristo e pregava a todos o amor de Deus. Enamorado de Cristo, centrou na contemplação do Presépio e do Calvário a sua experiência espiritual. Trouxe no seu corpo os sinais da Paixão. Nele se reintegrou a harmonia com toda a criação, da qual se fez intérprete no cântico das criaturas. Formou os seus companheiros com normas excelentes, inspiradas no Evangelho, que foram aprovadas pela Sé Apostólica. Fundou também uma Ordem de religiosas e uma Ordem Terceira para seculares. Morreu no dia 3 de outubro de 1226.

Gálatas 1, 13-24 

Irmãos: Certamente ouvistes falar do meu proceder outrora no judaísmo e como perseguia terrivelmente a Igreja de Deus e procurava destruí-la. Fazia mais progressos no judaísmo do que muitos dos meus compatriotas da mesma idade, por ser extremamente zeloso das tradições dos meus pais. Mas quando Aquele que me destinou desde o seio materno e me chamou pela sua graça, Se dignou revelar em mim o seu Filho para que eu O anunciasse aos gentios, decididamente não consultei a carne e o sangue, nem subi a Jerusalém para ir ter com os que foram Apóstolos antes de mim; mas retirei-me para a Arábia e depois voltei novamente a Damasco. Três anos mais tarde, subi a Jerusalém para ir conhecer Pedro e fiquei junto dele quinze dias. Não vi mais nenhum dos Apóstolos, a não ser Tiago, irmão do Senhor. – O que vos escrevo, diante de Deus o afirmo: não estou a mentir –. A seguir fui às regiões da Síria e da Cilícia. Eu era pessoalmente desconhecido das Igrejas da Judeia que estão em Cristo. Só tinham ouvido dizer: «Aquele que outrora nos perseguia anuncia agora a fé que então combatia». E davam glória a Deus a respeito de mim.

Compreender a Palavra
Paulo reafirma a sua autoridade de apóstolo contando a história da sua vida e como nela Deus escreveu uma história de salvação. Ele que era judeu e formado no judaísmo onde fazia mais progressos do que muitos dos seus compatriotas. Era zeloso da sua fé e, por isso tornou-se perseguidor da Igreja de Deus. Como judeu não podia permitir que uma ceita, como eram reconhecidos os cristãos, contaminassem a fé judaica. Mas o Senhor trocou-lhe os planos chamando-o à graça revelando-lhe o seu filho para que ele o anunciasse aos gentios. Perante esta novidade da sua vida, Paulo recolhe-se no deserto da Arábia para ser instruído por Deus no seu coração e só depois consultou Pedro em Jerusalém. Agora, era conhecido como aquele que anunciava a fé que antes tinha perseguido.

Meditar a Palavra
A autoridade do apóstolo vem-lhe da escolha divina, da revelação que lhe foi feita do filho de Deus, Jesus Cristo. Acolheu essa revelação e mudou a sua vida de perseguidor para anunciador da palavra. A revelação interior foi completada pela reflexão e meditação no silêncio do deserto e posteriormente no diálogo com a Igreja na pessoa de Pedro. Deus faz com cada uma de nós uma história de salvação. Na nossa própria história vai inscrevendo os sinais que nos hão de orientar continuamente para o coração do seu filho Jesus Cristo. Em Cristo encontramos um novo caminho que nos revela o mistério da vontade de Deus. Dessa forma nos tornamos também nós apóstolos e daí nos vem a autoridade para anunciar aquela palavra que tem o poder de salvar-nos a nós e a todos.

Rezar a palavra
Inscreve, Senhor, na minha história os sinais da salvação que colocaste à disposição dos homens através de Jesus Cristo, teu filho. Que esses sinais me conduzam ao silêncio interior para acolher o mistério que salva o meu coração convencido para o tornar um coração apostólico que leva a palavra a todos com a autoridade de quem foi escolhido desde o ventre materno.

Compromisso
A verdadeira autoridade é serviço sereno e humilde a todo aquele que procura o Senhor mesmo por caminhos errados.


Evangelho: Lc 10, 38-42

Naquele tempo, Jesus entrou em certa povoação e uma mulher chamada Marta recebeu-O em sua casa. Ela tinha uma irmã chamada Maria, que, sentada aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra. Entretanto, Marta atarefava-se com muito serviço. Interveio então e disse: «Senhor, não Te importas que minha irmã me deixe sozinha a servir? Diz-lhe que venha ajudar-me». O Senhor respondeu-lhe: «Marta, Marta, andas inquieta e preocupada com muitas coisas, quando uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada».

Compreender a Palavra
A cena reparte-se entre as tarefas da casa e a escuta da Palavra de Jesus. Marta acolhe Jesus em casa mas acaba por ficar prisioneira das tarefas domésticas. Maria escuta Jesus e dessa forma acolhe-o no coração. O diálogo de Jesus com Marta é esclarecedor. Maria escolheu a melhor parte enquanto Marta se perde em coisas menos importantes e vive inquieta.

Meditar a Palavra
Jesus está a dizer-me que a vida está cheia de ocupações, tarefas e responsabilidades, mas aquele que o quer acolher de verdade, deve começar por escutar a sua palavra. São muitas as referências evangélicas à necessidade e importância da escuta da palavra de Deus. Aqui, Jesus refere que esta é a melhor parte que podemos escolher porque é o estritamente necessário.

Rezar a Palavra
Escutar-te, Senhor, não é fácil. O mundo tornou-se um lugar onde os chamamentos contínuos, a atenção às muitas propostas e a urgência das responsabilidades não deixa espaço para escutar a tua voz. Saber escolher é distinguir o estritamente necessário de entre tantas possibilidades. Ensina-me, Senhor, a escolher e dá-me a coragem para perseverar nessa escolha.

Compromisso
No silêncio do meu coração quero ouvir a voz de Jesus.