São Bartolomeu dos Mártires, bispo
[Memória em Portugal]
Bartolomeu nasceu em Lisboa (Portugal), na paróquia dos Mártires, em 1514. Ingressou na Ordem dos Pregadores, onde exerceu o ministério sacerdotal e regeu a cátedra de Teologia. Foi eleito arcebispo de Braga, onde exerceu com incansável diligência e eficácia uma intensa atividade apostólica. Fomentou a evangelização do povo, para o qual preparou um catecismo ou doutrina cristã e práticas espirituais, e preocupou-se com a santidade e cultura do clero. Participou no Concílio de Trento, com uma atuação que mereceu o elogio do papa e o aplauso dos seus pares. Em vista da execução das reformas tridentinas, efetuou um Sínodo Diocesano e um Concílio Provincial e promoveu a fundação do Seminário, dito «conciliar», para conveniente formação dos presbíteros. Finalmente, tendo renunciado ao arcebispado, recolheu ao convento de Santa Cruz de Viana do Castelo, construído por sua iniciativa, onde prosseguiu a vida austera de simples religioso, dedicado à oração, caridade e estudo. Aí faleceu em 16 de julho de 1590.

Leitura I (anos ímpares) Ex 2, 1-15a

Naqueles dias, um homem da família de Levi tomou como esposa uma jovem da mesma tribo. A mulher concebeu e deu à luz um filho e, vendo como era belo, escondeu-o durante três meses. Como não podia mantê-lo oculto por mais tempo, arranjou uma cesta de papiro, calafetou-a com betume e pez, meteu nela o menino e colocou-a entre os juncos, à beira do rio, enquanto a irmã dele ficava a certa distância, para ver o que iria acontecer-lhe. Ora a filha do faraó desceu ao rio para se banhar, enquanto as suas donzelas passeavam ao longo da margem. Então ela avistou a cesta no meio dos juncos e mandou a uma serva que a fosse buscar. Abriu-a e viu a criança: era um menino a chorar. Teve pena dele e exclamou: «É um filho de hebreus». A irmã dele disse à filha do faraó: «Queres que eu vá procurar, entre as mulheres hebreias, uma ama para criar este menino?». «Vai!» – disse a filha do faraó. E a jovem foi chamar a mãe da criança. Disse-lhe a filha do faraó: «Leva este menino, a fim de o criares para mim, e eu própria te darei o teu salário». Então a mulher levou a criança e amamentou-a. Quando o menino cresceu, trouxe-o à filha do faraó, que o adotou como filho e lhe deu o nome de Moisés, dizendo: «Salvei-o das águas». Certo dia, quando Moisés já era homem, foi ter com os seus irmãos e viu como eram duros os trabalhos a que os sujeitavam. Viu também um egípcio agredir um dos hebreus, seus irmãos. Olhou para todos os lados e, não vendo ninguém, matou o egípcio e escondeu-o na areia. Ao voltar no dia seguinte, estavam dois hebreus a lutar um contra o outro. Disse então ao agressor: «Porque bates no teu companheiro?». Mas ele respondeu-lhe: «Quem te fez nosso chefe ou nosso juiz? Pretendes matar-me como fizeste ao egípcio?». Moisés assustou-se, pensando consigo: «Certamente o facto é conhecido». O faraó ouviu falar do caso e procurava dar a morte a Moisés. Então Moisés fugiu para longe e foi refugiar-se na terra de Madiã.

compreender a palavra
Moisés, o profeta libertador do seu povo, vê-se envolvido em circunstâncias especiais desde a sua infância. A obrigatoriedade de matar à nascença todos os meninos, filhos de hebreus, levou muitas mães a esconder os seus filhos, mas nem todas tiveram a alegria de os ver crescer como aconteceu com a mãe de Moisés. Astuta, arquitetou um plano que salvou a vida do filho e o colocou no palácio do faraó. A mão de Deus vê-se a atuar entre os juncos onde um cesto frágil de papiro se torna a barca protetora do escolhido para salvar o povo da escravidão. Mas a vida de Moisés corre perigo quando, para proteger um membro do seu povo, ele acaba por matar um egípcio. Este facto obriga-o a fugir e, por algum tempo, parece que o plano de Deus para salvar o seu povo está em risco.

meditar a palavra
As circunstâncias da vida, muitas vezes adversas à vontade de Deus e à urgência dos homens, parecem pôr em causa todas as estratégias de um Deus libertador. Por momentos parece-nos acreditar que é possível, que os nossos planos dão certo e que Deus está do nosso lado. A vida, porém, dá muitas voltas e transforma a esperança em desilusão. Acreditar que é possível, que Deus está connosco, que nunca nos abandona, permanecer firmes na fé, é um exercício difícil de confiança. Nem todos conseguem sobreviver à desilusão. A confiança debilita-se quando não há relação, proximidade e quando surgem as dificuldades. Deus não abandona o seu povo e não esquece as suas promessas. A Jacob, o Senhor disse “Eu sou Deus, o Deus de teu pai. Não tenhas medo de descer ao Egito, porque lá Eu farei de ti um grande povo. Eu próprio descerei contigo ao Egito e Eu próprio te farei regressar” e Deus não se esquece.

rezar a palavra
Numa barca de papiro transportas a minha vida e nessa fragilidade me proteges, porque são as tuas mãos que me sustêm e me salvam das águas impetuosas da vida. Dá-me, Senhor, a confiança para acreditar que em mim se cumprem todas as tuas promessas.

compromisso
O Senhor protege-me para que liberte os meus irmãos. A eles dedicarei a minha vida.

Evangelho Mt 11, 20-24

Naquele tempo, começou Jesus a censurar duramente as cidades em que se tinha realizado a maior parte dos seus milagres, por não se terem arrependido: «Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e em Sidónia se tivessem realizado os milagres que em vós se realizaram, há muito teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e cobrindo-se de cinza. Mas Eu vos digo que no dia do Juízo haverá mais tolerância para Tiro e Sidónia do que para vós. E tu, Cafarnaum, serás exaltada até ao céu? Até ao inferno é que descerás. Porque se em Sodoma se tivessem realizado os milagres que em ti se realizaram, ela teria permanecido até hoje. Mas Eu vos digo que no dia do Juízo haverá mais tolerância para a terra de Sodoma do que para ti».

compreender a palavra
Jesus dá-se conta da dureza do coração dos habitantes das cidades Corazim e Betsaida assim como Cafarnaúm e recorda-lhes que, se tivesse feito os mesmos milagres em cidades pagãs, os seus habitantes se teriam convertido. Recorda também que o mesmo teria acontecido em cidades como Sodoma que foram destruídas por causa dos seus pecados. Esses receberão mais clemência no dia do juízo.

meditar a palavra
Ao escutar Jesus a falar contra estas cidades recordo que estas palavras são, hoje, para mim. Jesus diz-me que realiza na minha vida maravilhas suficientes para eu me poder converter continuamente ao seu amor. Se eu não cuidar, passa a minha vida e eu não levo a sério o que Ele me diz e acabo por me perder. Há tantas pessoas que se tivessem as oportunidades que eu tenho, aproveitavam melhor os dons de Deus e viviam a fé com mais intensidade e com maior amor a Deus e aos homens. Tenho que repensar a minha relação com Deus e vencer o meu comodismo que me impede de seguir Jesus. Preciso de abrir o meu coração e acolher as palavras de Jesus.

rezar a palavra
Senhor, vieste salvar os homens e libertá-los dos seus pecados. Também a mim vieste salvar. Há tantos homens que não te conhecem e eu tive a oportunidade de te conhecer. Muitas pessoas me falaram de ti e eu próprio digo conhecer-te e acreditar em ti. Tu sabes que muitas vezes vivo como se não te conhecesse e decido a minha vida como se não acreditasse. Sou um cristão muito fraco, quando podia ser forte se me abrisse à tua presença e à tua ação na minha vida. Ajuda-me a converter o meu coração à tua palavra que me chama a superar as minhas limitações e a acreditar no teu amor.

compromisso
Vou estar atento aos dons que Deus me concede hoje para me tornar melhor cristão.