Santa Luzia, virgem e mártir
Memória
Luzia morreu provavelmente em Siracusa, na Sicília, no ano 304 ou 305, durante a perseguição de Diocleciano. O seu culto estendeu-se, desde a antiguidade, a toda a Igreja, e o seu nome foi introduzido no Cânone romano.
Leitura I Sf 3, 1-2.9-13
Eis o que diz o Senhor:
«Ai da cidade rebelde e impura,
ai da cidade opressora!
Não escutou nenhum apelo,
nem aceitou qualquer aviso.
Não confiou no Senhor,
nem se aproximou do seu Deus.
Mas Eu darei aos povos lábios puros,
para que todos invoquem o nome do Senhor
e O sirvam de coração unânime.
Do outro lado dos rios da Etiópia,
os meus adoradores virão trazer-Me ofertas.
Nesse dia não te envergonharás
das ações com que Me ofendeste,
porque afastarei do meio de ti
os fanfarrões e arrogantes
e não tornarás a vangloriar-te no meu santo monte.
Só deixarei ficar no meio de ti
um povo pobre e humilde
e procurarão refúgio no nome do Senhor
os sobreviventes de Israel.
Não voltarão a cometer injustiças,
não tornarão a dizer mentiras,
nem mais se encontrará na sua boca
uma língua enganadora.
Por isso terão pastagem e repouso,
sem que ninguém os perturbe».
compreender a palavra
O Senhor fala pela boca de Sofonias anunciando à cidade de Jerusalém, “a impura, a opressora” porque não ouviu a voz de Deus “não escutou nenhum apelo, nem aceitou qualquer aviso”. O profeta anuncia a chegada de um novo povo formado por homens de todas as nações pagãs e de um resto pobre de Israel que permaneceu fiel. Este povo virá trazer ofertas e louvar o Senhor. Nesse dia a cidade nem poderá envergonhar-se porque todos os que se julgavam poderosos terão sido afastados e estarão calados longe dali. Este novo povo poderá invocar o Senhor e servi-lo de coração unânime, viverá em paz sem ser perturbado.
meditar a palavra
O Dia do Senhor, que é o dia do Messias, trará consigo a ruína dos fanfarrões, daqueles que, abrindo a boca se acham mais do que todos, mais do que Deus. Proferem mentiras e praticam a injustiça. O Senhor afastará estes fanfarrões e dará lugar aos pobres do seu povo e aos que, vindos de outros povos, abrirem o coração e os lábios para louvar o Senhor. Assim será connosco. Pobres e humildes, carentes da salvação que vem de Deus e de mais ninguém, confiados no seu poder e capazes de ouvir a sua voz, os seus apelos e os seus avisos, poderemos louvar o Senhor com todo o coração e viver em paz como ovelhas em prados verdejantes.
rezar a palavra
Leva-me, Senhor, com o teu cajado, aos prados verdejantes, às fontes mais puras e restaura as minhas forças para que te louve sem cessar e glorifique o teu nome eternamente. Que meus ouvidos escutem a tua voz e meus olhos reconheçam a tua presença porque também estou entre os pobres e habito entre os humildes.
compromisso
Ser pobre e humilde tem vantagens na hora de abrir o coração para louvar a Deus.
Evangelho Mt 21, 28-32
Naquele tempo,
disse Jesus aos príncipes dos sacerdotes
e aos anciãos do povo:
«Que vos parece?
Um homem tinha dois filhos.
Foi ter com o primeiro e disse-lhe:
‘Filho, vai hoje trabalhar na vinha’.
Mas ele respondeu-lhe: ‘Não quero’.
Depois, porém, arrependeu-se e foi.
O homem dirigiu-se ao segundo filho
e falou-lhe do mesmo modo.
Ele respondeu: ‘Eu vou, Senhor’.
Mas de facto não foi.
Qual dos dois fez a vontade ao pai?»
Eles responderam-Lhe: «O primeiro».
Jesus disse-lhes:
«Em verdade vos digo:
Os publicanos e as mulheres de má vida
irão diante de vós para o reino de Deus.
João Batista veio até vós,
ensinando-vos o caminho da justiça,
e não acreditastes nele;
mas os publicanos e as mulheres de má vida acreditaram.
E vós, que bem o vistes,
não vos arrependestes, acreditando nele».
compreender a palavra
A parábola que Jesus conta aos sacerdotes e anciãos do povo pretende fazê-los compreender que a atitude interior que eles tomaram, os está a impedir de viver a alegria de experimentar o amor de Deus e a chegada do Reino. Os pobres, os publicanos, e as mulheres de má vida abriram o coração ao anúncio de João Batista e prepararam-se para receber o Messias e o seu Reino.
meditar a palavra
A palavra alerta-nos para o facto de podermos tomar a atitude vaidosa de nos julgarmos muito crentes, pessoas de muita fé, de fé esclarecida, de nos sentirmos superiores porque participamos regularmente na vida da Igreja e com isso perdermos o essencial que é o coração de Deus. Os simples deixam-se tocar pelo amor e os orgulhosos revestem-se de indiferença e importância. Cuidado com estas atitudes interiores que não nos deixam acolher Deus que vem ao nosso encontro nos irmãos mais pobres. É tão difícil ver um pobre sentado a nosso lado na Eucaristia, no grupo de catequese, nos movimentos da paróquia. É tão difícil ver um cristão praticante a falar com um pobre na rua…
rezar a palavra
Senhor Jesus, amigo dos pobres e dos pecadores, que não fazes distinção de pessoas ensina-me a abrir o meu coração à tua palavra para amar os irmãos e reconhecer que só tu me podes mostrar o caminho do Reino.
compromisso
Vou estar atento à presença de Jesus nos mais pobres.