Nota histórica

Francisco Marto e sua irmã Jacinta Marto nasceram em Aljustrel, Fátima: aquele no dia 11 de junho de 1908 e esta no dia 11 de março de 1910. Na sua humilde família aprenderam a conhecer e louvar a Deus e à Virgem Maria. Em 1916 viram três vezes um Anjo e em 1917 seis vezes a Santíssima Virgem que os exortavam a rezar e a fazer penitência pela remissão dos pecados, para obter a conversão dos pecadores e a paz para o mundo. Ambos responderam imediatamente com heróica diligência a estes pedidos e, inflamados no amor a Deus e às almas, tinham uma só aspiração: rezar e sofrer de acordo com os pedidos do Anjo e da Virgem Maria. Francisco faleceu no dia 4 de abril de 1919 e Jacinta no dia 20 de fevereiro de 1920. Foram as duas primeiras crianças não mártires a serem canonizadas.

LEITURA I 1 Sam 3, 1.3-10

Naqueles dias, o jovem Samuel servia o Senhor sob a direção do sumo sacerdote Heli. Samuel dormia no templo do Senhor, no lugar onde se encontrava a arca de Deus. O Senhor chamou Samuel e ele respondeu: «Aqui estou». E, correndo para junto de Heli, disse: «Aqui estou, porque me chamaste». Mas Heli respondeu: «Eu não te chamei; torna a deitar-te». E ele foi deitar-se. O Senhor voltou a chamar Samuel. Samuel levantou-se, foi ter com Heli e disse: «Aqui estou, porque me chamaste». Heli respondeu: «Não te chamei, meu filho; torna a deitar-te». Samuel ainda não conhecia o Senhor, porque, até então, nunca se lhe tinha manifestado a palavra do Senhor. O Senhor chamou Samuel pela terceira vez. Ele levantou-se, foi ter com Heli e disse: «Aqui estou, porque me chamaste». Então Heli compreendeu que era o Senhor que chamava pelo jovem. Disse Heli a Samuel: «Vai deitar-te; e se te chamarem outra vez, responde: ‘Falai, Senhor, que o vosso servo escuta’». Samuel voltou para o seu lugar e deitou-se. O Senhor veio, aproximou-Se e chamou como das outras vezes: «Samuel, Samuel!». E Samuel respondeu: «Falai, Senhor, que o vosso servo escuta».

Compreender a Palavra
A palavra é simples no seu relato. Um jovem, Samuel, entregue pela mãe ao sacerdote Heli para o serviço do Senhor, escuta durante a noite o chamamento de Deus. Como não conhece a voz de Deus, não a distingue de outras vozes e pensa que é o velho sacerdote que o chama. Levanta-se várias vezes sem que o sacerdote perceba que é o Senhor que o chama. Quando se dá conta percebe que o menino está a ser chamado, mas não conhece a voz de quem o chama, Ensina-o, então, a responder ao Senhor.

Meditar a Palavra
Num tempo em que Deus falava pouco e os homens já se tinham esquecido da sua voz, não conseguiam distingui-la de outras vozes, Deus revela-se a um jovem chamado Samuel. Também este jovem não conhecia a voz de Deus. O sacerdote também já se tinha desabituado dessa voz, já nem acreditava que Deus voltaria a falar. Perante a insistência de Deus o sacerdote recorda-se de como ele próprio se levantava de imediato ao ouvir a voz de Deus. Então, ensina o jovem a responder. O velho sacerdote sabia, conhecia, mas de nada servia tudo o que aprendera num tempo em que não se quer ouvir a voz. Ao celebrar os beatos Francisco e Jacinta percebemos a importância de escutar a voz de Deus e de ensinar os meninos e meninas, desde cedo a ouvir, a distinguir a voz e a responder decididamente. “fala, Senhor, que o teu servo escuta”

Rezar a Palavra
Ensinamos tão pouco, Senhor. Sabemos pouco e não ensinamos nada. Se cada um ensinasse, com alegria e gosto, o pouco que sabe sobre ti, sobre a tua voz não havia tantas pessoas perdidas na noite, não havia tantas pessoas a dormir. Dá-me a coragem, Senhor, para afinar os meus ouvidos à tua voz e a saber responder-lhe decididamente.

Compromisso
Comprometo-me a ensinar os mais pequenos a rezar junto do sacrário.


EVANGELHO Mt 18, 1-5.10

Naquele tempo, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-Lhe: «Quem é o maior no reino dos Céus?». Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles e disse-lhes: «Em verdade vos digo: Se não vos converterdes e não vos tornardes como as crianças, não entrareis no reino dos Céus. Quem for humilde como esta criança esse será o maior no reino dos Céus. E quem acolher em meu nome uma criança como esta, acolhe-Me a Mim. Vede bem. Não desprezeis um só destes pequeninos. Eu vos digo que os seus Anjos veem constantemente o rosto de meu Pai que está nos Céus».

Compreender a Palavra
Mateus coloca-nos no meio da cena. Os discípulos estão preocupados em saber qual deles é o maior no reino dos céus. Jesus está interessado em outros assuntos mais sérios. O caminho de Jesus é o dos pequeninos, dos simples e dos humildes. Daqueles que são livres como as crianças. Por isso a sua resposta é clara. O maior no reino é o mais pequeno, o que se fizer criança. Jesus identifica-se com estes que são como crianças. Quem os acolhe acolhe-me a mim.

Meditar a Palavra
Celebramos a festa de duas crianças, os pastorinhos Francisco e Jacinta, a quem Nossa Senhora apareceu. As palavras de Jesus aplicam-se aqui na perfeição. O testemunho destas crianças não foi bem recebido no seu tempo. Fizeram-lhes interrogatórios e metram-nos na prisão. Como Jesus profetizou, levaram-nos à presença de juízes e de autoridades e tiveram que dar testemunho. Foi difícil fazer com que acreditassem no seu testemunho. Não acolher o testemunho destas crianças é não acolher Jesus. Nelas se revela o próprio Jesus e nelas faz o convite a sermos, também nós, crianças, para entrarmos no reino dos céus.

Rezar a Palavra
Que eu seja como as crianças que veem o que os adultos já não conseguem ver. Que eu, como elas, acredite que estás escondido no sacrário. Que eu como elas, tenha a força de me apresentar diante dos homens sem medo por causa da minha fé.

Compromisso
Rezo diante do sacrário ou de uma imagem de Nossa Senhora, experimentando a mesma alegria de Francisco e Jacinta.