O Deus dos cristãos não é um mistério inexplicável, apesar de reconhecermos que Ele é sempre maior do que as nossas ideias e conceitos. Ele é um só e comunhão de três pessoas. É comunhão, redenção, libertação… É diversidade e universalidade na unidade: é sempre um e três ao mesmo tempo. Tomamos consciência da trindade de Deus nas manifestações variadas do mesmo Deus criador, salvador e inspirador. Sentimos este Deus próximo cada vez que nos benzemos e o invocamos nas nossas orações e celebrações porque nada da realidade está fora de Deus. Recorrendo a uma imagem das novas tecnologias diríamos que Deus é amor em 3D.

1.    Conhecimento de Deus: Jesus chama-o Pai

– Todos os povos procuraram conhecer Deus em si mesmo, na sua intimidade… Através de imagens, são muitas as representações que nos chegaram de Deus, produto de variadas culturas e diferentes épocas: divinização dos astros, representações de animais, semideuses e super-homens, seres espirituais, energias, etc…
– Nós, os cristãos, só temos uma forma de conhecer Deus: através de Jesus, que “montou a sua tenda” no meio de nós…
– Mas Jesus também nasce no seio de um povo e de uma cultura e, este povo já tinha uma larga experiência da acção de Deus na sua história e na dos outros povos e, assim, foi identificando Deus como Espírito, Criador, Senhor, Libertador, Pastor, Pai, Rei,… Alguém que se compromete com os destinos do seu povo e o acompanha…
– Uma das experiências mais marcantes da história deste povo foi perceber que Deus é misericórdia e perdão (1ª leit): o Deus de Israel não é um Deus caprichoso e justiceiro… É alguém que conhece o seu povo e todos os homens e quer caminhar com eles… (Ev.: “Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele”)…
– É tão forte esta experiência de Deus que Jesus o chamará “o seu Pai” e o apresenta como pai de todos… Um Pai terno, que comunica a sua vida ao Filho Jesus e, através d’Ele, a todos os homens…

2.    Os discípulos reconhecem o Filho

– A relação de Jesus com o Pai foi de tal ordem que os discípulos o reconheceram como Deus feito homem… Alguém como Jesus só podia ser Deus… Foi esta fé que os discípulos nos transmitiram e nós todos professamos…
– Aquelas palavras de Jesus na última ceia, “Pai, manifesta a minha glória, aquela glória que eu tinha junto de ti, antes de o mundo existir” ficaram gravadas na fé dos discípulos de todos os tempos… Fica claro que Deus é um só e a Ele podemos chamar Pai e Filho…

3.    Jesus promete o Espírito

– Mas há mais: Jesus deixou claro que, com o Pai, haveria de mandar o Espírito para continuar a acompanhar os que acreditassem… É o Espírito que fecha o círculo deste amor que os faz um numa comunhão total…
– Criados à imagem de Deus, a nossa vocação é comunhão de amor… Os cristãos não podem pactuar com egoísmos ou explorações de qualquer espécie, porque a sua dignidade, a dignidade de todos os humanos é a de ser comunhão como Deus é…