Santos Carlos Lwanga e companheiros, mártires
Memória
Entre os anos 1885 e 1887, foram condenados à morte muitos cristãos no Uganda, por ordem do rei Mwanda, em ódio da religião. Alguns deles eram funcionários da corte real ou até adjuntos do próprio rei. Entre eles distinguem-se Carlos Lwanga e seus companheiros, com idades entre os catorze e os trinta anos. Uns foram decapitados e outros queimados vivos no monte Namugongo, no Uganda, pela sua inquebrantável adesão à fé católica. Carlos e os vinte e um companheiros são os primeiros mártires da África negra.

Leitura I At 25, 13-21
Naqueles dias, o rei Agripa e Berenice chegaram a Cesareia e foram apresentar cumprimentos a Festo. Como se demorassem vários dias, Festo expôs ao rei o caso de Paulo, dizendo: «Está aqui um homem que Félix deixou preso, e contra o qual, estando eu em Jerusalém, os sumos-sacerdotes e os Anciãos dos judeus apresentaram queixa, pedindo a sua condenação. Respondi-lhes que não era costume dos romanos conceder a entrega de homem algum, antes de o acusado ter os acusadores na sua frente e dispor da possibilidade de se defender da acusação. Vieram, pois, comigo e, sem mais demoras, sentei-me, no dia seguinte, no tribunal e mandei comparecer o homem. Postos em frente dele, os acusadores não alegaram nenhum dos crimes que eu pudesse suspeitar; só tinham com ele discussões acerca da sua religião e de um certo Jesus, que morreu e Paulo afirma estar vivo. Quanto a mim, embaraçado perante um debate deste género, perguntei-lhe se queria ir a Jerusalém, a fim de lá ser julgado sobre o assunto. Mas Paulo apelou para que a sua causa fosse reservada à decisão de Augusto e eu ordenei que o mantivessem preso até o enviar a César.»

compreender a palavra
Pode ver-se aqui a situação de Paulo como prisioneiro. Há muito tempo que se encontra na prisão, cerca de dois anos, sem ter recebido nenhuma sentença. Os judeus não se desligam do caso e mantêm interesse em condená-lo. A mudança de procurador atrasa o caso, mas a insistência dos anciãos permanece. A passagem do rei Agripa pela região é aproveitada por Festo para expor o caso. Paulo, na prisão, continua a aproveitar a situação para anunciar Jesus. Ele afirma a sua fé em Jesus ressuscitado. A única oportunidade que tem de levar o evangelho a Roma, coração do império, é apelar para César e aguarda a sua partida.

meditar a palavra
A intolerância relativamente à fé, obrigam os cristãos a suportar grandes dificuldades. Perseguições, maus-tratos, prisões, não faltam na história da Igreja de ontem e de hoje. Muitos aguardam pacientemente a decisão final sobre as suas vidas. A fé em Jesus ressuscitado é uma experiência que não permite renunciar. A verdade da fé torna-se imperiosa e a alegria de sofrer pelo nome de Jesus alimenta a esperança de poder anunciar aos perseguidores o evangelho de Jesus.

rezar a palavra
Senhor, deixaste aos teus discípulos a força do evangelho que se torna experiência da verdade na vida de cada um. É a força da verdade que nos mantém vivos perante a perseguição dos homens. Cuida e ampara a tua Igreja perseguida, prisioneira, torturada e dá-nos a verdadeira dimensão do sofrimento daqueles que tudo perdem por causa da fé.

compromisso
Rezo por todos os que, como Paulo, se veem escorraçados, perseguidos, prisioneiros por causa de Jesus.

Evangelho Jo 21, 15-19
Quando Jesus Se manifestou aos seus discípulos junto ao mar de Tiberíades, depois de comerem, perguntou a Simão Pedro: «Simão, filho de João, amas-Me tu mais do que estes?». Ele respondeu-Lhe: «Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo». Disse-lhe Jesus: «Apascenta os meus cordeiros». Voltou a perguntar-lhe segunda vez: «Simão, filho de João, tu amas-Me?». Ele respondeu-Lhe: «Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo». Disse-lhe Jesus: «Apascenta as minhas ovelhas». Perguntou-lhe pela terceira vez: «Simão, filho de João, tu amas-Me?». Pedro entristeceu-se por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez se O amava e respondeu-Lhe: «Senhor, Tu sabes tudo, bem sabes que Te amo». Disse-lhe Jesus: «Apascenta as minhas ovelhas. Em verdade, em verdade te digo: Quando eras mais novo, tu mesmo te cingias e andavas por onde querias; mas quando fores mais velho, estenderás a mão e outro te cingirá e te levará para onde não queres». Jesus disse isto para indicar o género de morte com que Pedro havia de dar glória a Deus. Dito isto, acrescentou: «Segue-Me».

compreender a palavra
Quase no final do Evangelho, Jesus interroga Pedro sobre o seu amor. Três vezes lhe pergunta “Tu amas-me…?” e três vezes Pedro tem que responder. Desta forma Pedro restabelece em si mesmo e na relação com Jesus a paz quebrada pela tríplice negação. Do mesmo modo o leitor pode perceber que não há nenhum impedimento em Pedro para que ele conduza a Igreja de Jesus. A negação na noite da paixão foi vencida pela confissão, no encontro com o ressuscitado, na manhã da pesca milagrosa. A resposta à pergunta “tu amas-me” transforma-se em afirmação perante a missão “apascenta as minhas ovelhas”. O sinal do amor é a continuidade na missão de pescar homens e apascentar ovelhas. Aquele que foi chamado para pescador, agora, é também pastor. Do mesmo modo, a resposta de amor para com Jesus, significa aceitar o mesmo caminho de cruz “estenderás as tuas mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres”.

meditar a palavra
É perigoso aceitar Jesus na vida e deixar-se cativar pelo seu amor. Responder a Jesus amando-o, torna-se numa vida nova que implica anunciá-lo como quem pesca e acolher como quem apascenta, aqueles a quem Jesus nos envia com a sua missão. Amar Jesus é perder livremente a liberdade sem nunca deixar de ser livre para realizar tudo e só o que Ele pede. É estender as mãos e deixar-se cingir e não ter medo de seguir ao sabor do vento do Espírito que empurra no seguimento de Jesus.

rezar a palavra
As minhas mãos atadas a ti e a minha cintura apertada pelo teu amor, tornam-me livre atrás de ti. Seguir-te é lançar as mãos às redes e contigo puxá-las cheias de grandes peixes e de cajado na mão estar atento, vigilante para que nenhuma das tuas ovelhas se perca. Um só coração contigo, um único olhar, um mesmo caminho, de mão no cajado que apascenta a Igreja pela qual deste a vida. Ensina-me, Senhor a pôr os pés nas pegadas que deixas ao passar pela minha vida.

compromisso
Quero responder cada vez com mais verdade à pergunta de Jesus “tu amas-me?”.