São Vicente, diácono e mártir
Vicente, diácono da Igreja de Saragoça, na Espanha, ofereceu a Cristo o sacrifício da sua vida, juntamente com o seu bispo Valério, tal como tinha oferecido com ele o sacrifício do altar em Valência, na Espanha, no ano 304, durante a perseguição de Diocleciano. Depois de padecer cárceres, fome e torturas, terminou invicto o glorioso combate e subiu ao céu para gozar o prémio do seu martírio. O seu culto logo se propagou por toda a Igreja.

Leitura I Heb 8, 6-13
Irmãos: Jesus obteve um ministério tanto mais elevado, quanto mais perfeita é a aliança de que Ele é mediador, a qual foi estabelecida sobre melhores promessas. De facto, se a primeira aliança fosse irrepreensível, não haveria lugar para uma segunda. É em tom de censura que Deus lhes declara: «Dias virão – diz o Senhor – em que Eu estabelecerei uma nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não será como a aliança que fiz com os seus pais, no dia em que os tomei pela mão para os tirar da terra do Egito. Como eles não permaneceram na minha aliança, também Eu Me desinteressei deles – diz o Senhor –. Esta é a aliança que estabelecerei com a casa de Israel depois daqueles dias – diz o Senhor –: Hei de imprimir as minhas leis no seu espírito e gravá-las no seu coração; Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Ninguém terá de instruir o seu próximo nem o seu irmão, dizendo: ‘Conhece o Senhor’. Porque todos Me conhecerão, desde o maior ao mais pequeno. Serei indulgente para com as suas faltas e não mais recordarei os seus pecados». Assim, ao falar de nova aliança, Deus declara antiquada a primeira. Ora aquilo que se torna antigo e envelhece está prestes a desaparecer.

compreender a palavra
Jesus tornou-se sacerdote de uma nova Aliança mais perfeita que a primeira aliança. De facto, era necessária uma nova aliança por causa da limitação da primeira causada pela falta de correspondência do povo. A nova aliança estabelecida graças ao sacrifício de Cristo não é uma aliança exterior, mas gravada no coração pelo Espírito que dá a conhecer o Senhor. Esta aliança é garantia da misericórdia do Senhor para com as nossas faltas e certeza da sua indulgência.

meditar a palavra
Fomos agraciados pelo Senhor no mistério de Cristo. Na cruz ele deu início à nova aliança no seu sangue, na qual todos fomos lavados, purificados e perdoados e uma vez para sempre. O Espírito do Senhor, que arrancou da morte Cristo vítima de expiação, é o mesmo que grava em nós a lei com que nos comprometemos e com que o Senhor se compromete connosco. É a lei do amor e do perdão, da misericórdia e da indulgência. Por isso não tememos o Senhor antes nos aproximamos com alegria porque ele nos cura das nossas enfermidades e aí o conhecemos como o Senhor misericordioso.

rezar a palavra
Senhor Jesus, sacerdote da nova aliança, derrama sobre nós o teu sangue redentor e lava-nos com a tua misericórdia. Faz-nos conhecer a tua lei de amor e imprime em nós a marca do Espírito que nos dá vida.

compromisso
Vou olhar para dentro de mim onde Deus deixou a marca do seu amor.

Evangelho Mc 3, 13-19
Naquele tempo, Jesus subiu a um monte. Chamou à sua presença aqueles que entendeu e eles aproximaram-se. Escolheu doze, para andarem com Ele e para os enviar a pregar, com poder de expulsar demónios. Escolheu estes doze: Simão, a quem pôs o nome de Pedro; Tiago, filho de Zebedeu, e João, irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de Boanerges, isto é, «Filhos do trovão»; André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago de Alfeu, Tadeu, Simão o Cananeu e Judas Iscariotes, que depois O traiu.

compreender a palavra
Subindo ao monte Jesus coloca-se na presença do Pai e segue as suas indicações chamando a si doze dos seus discípulos e escolhendo-os para andarem sempre com Ele, para os enviar a pregar e para expulsar demónios. Os doze distinguem-se dos demais discípulos e da multidão pela proximidade com Jesus e pela missão recebida. Os doze são os que garantem o anúncio do Reino e introduzem nele os homens de todas as nações. Este grupo não está isento de pecado, pois um deles traiu Jesus, mas transporta uma missão que deve prolongar-se até ao fim dos tempos.

meditar a palavra
Perante esta Palavra percebo que o grupo dos doze não experimentou apenas a proximidade com Jesus, recebeu dele também a responsabilidade de continuar a sua missão. Foi pelo cumprimento do mandato de Jesus que a notícia do reino chegou aos meus ouvidos. Eu tive oportunidade de conhecer Jesus, de entrar na sua intimidade, de conhecer o seu projeto e de fazer parte do seu reino, porque eles aceitaram este desafio e levaram a palavra a todo o mundo. Também hoje, esse desafio é lançado a muitos homens e mulheres para que não se extinga o fogo trazido por Jesus. Faltam ouvidos que escutem o chamamento e o envio de Jesus. Não poderei eu dispor-me a escutar mais e melhor a voz de Jesus e o convite que ele me está a fazer?

rezar a palavra
Senhor, tantas vezes fico a mastigar a nostalgia de uma vida sem sabor porque não quero sair do meu canto onde me devora o comodismo. A tua palavra desafiou os doze a seguir-te mais de perto, a serem teus companheiros no anúncio do reino e na libertação dos homens das prisões em que se fecham. Dá-me, Senhor, coragem para ouvir a tua voz que me chama a uma entrega total, a um maior empenhamento no teu reino.

compromisso
Penso na minha vida como uma vocação onde realizo o que Jesus me pede e não o que me apetece?