São Maximiliano Maria Kolbe, presbítero e mártir
Memória
Maximiliano Maria Kolbe nasceu na Polónia, no dia 8 de janeiro de 1894. Ainda adolescente, entrou na Ordem dos Frades Menores Conventuais e foi ordenado presbítero, em Roma, no ano 1918. Inspirado pela sua ardente devoção à Virgem Mãe de Deus, fundou uma piedosa associação com o nome de «Milícia de Maria Imaculada», que se propagou rapidamente noutras regiões. Chegando ao Japão como missionário, empenhou‑se generosamente na dilatação da fé cristã, com o auxílio e sob o patrocínio da Virgem Imaculada. Regressado à Polónia, teve de suportar graves tormentos no campo de Auschwitz, próximo de Cracóvia, na Polónia, por ocasião da Segunda Guerra Mundial. Ofereceu-se aos algozes para substituir um companheiro de prisão condenado à morte, transformando o seu ministério num holocausto de caridade e exemplo de fidelidade a Deus e aos homens. Morreu no dia 14 de agosto de 1941

LEITURA I Dt 10, 12-22

Naqueles dias, Moisés falou ao povo, dizendo: «Agora, Israel, que te pede o Senhor, teu Deus? Que temas o Senhor, teu Deus, e O sigas em todos os seus caminhos; que ames e sirvas o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração e com toda a tua alma, observando os mandamentos e leis do Senhor que hoje te confio para tua felicidade. Ao Senhor, teu Deus, pertencem os céus e os céus dos céus, a terra e tudo o que ela contém. Mas foi só aos vossos pais que o Senhor dedicou o seu amor;depois deles escolheu-vos a vós, seus descendentes, de preferência a todos os povos, como hoje se verifica. Circuncidai o vosso coração e não sejais de dura cerviz, porque o Senhor, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, forte e terrível, que não faz acepção de pessoas nem aceita presentes. Ele faz justiça ao órfão e à viúva e ama o estrangeiro, a quem dá pão e vestuário. Amai, portanto, o estrangeiro, porque vós também fostes estrangeiros na terra do Egipto. É ao Senhor teu Deus que deves temer e servir, é a Ele que hás-de seguir, é pelo seu nome que hás-de jurar. É a Ele que deves louvar, porque é o teu Deus, que realizou por ti maravilhas e prodígios terríveis que os teus olhos contemplaram. Quando desceram ao Egipto, os teus antepassados eram setenta pessoas; e o Senhor, teu Deus, tornou-te agora numeroso como as estrelas do céu».

Compreender a Palavra
Moisés coloca o povo diante da realidade. Nós não éramos povo, o Senhor é que fez de nós um povo escolhendo-nos de entre todos os povos. Por isso, servirá o Senhor. Temer, seguir, amar e servir o Senhor, decorre da eleição. O Senhor escolheu-nos. Primeiro escolheu e encheu de amor aos nossos pais e depois escolheu-nos a nós. Mas Deus ama todos os homens, por isso deve o povo amar o órfão e a viúva e até o estrangeiro. Temer, seguir, amar e servir é uma forma de circuncisão. Circuncidar o coração é torna-lo apto para o amor exclusivo, para ele querer amar aquele a quem deve a sua liberdade.

Meditar a Palavra
É muito interessante esta expressão “circuncidai o vosso coração”. Desordenado, o coração não sabe amar e acaba amando o que não deve. Circuncidar o coração é orientá-lo para o objeto mais sublime do amor, Deus. Amar a Deus é temê-lo, segui-lo e servi-lo também nos irmãos mais frágeis, os órfãos, as viúvas e os estrangeiros. É esse amor, resposta ao amor gratuito de Deus, que nos constitui como povo da sua predileção. Amando louvaremos o Senhor nosso Deus que nos libertou de todas as prisões e nos oferece o perdão, terra da verdadeira liberdade.

Rezar a Palavra
No teu amor transbordas de perdão e de cuidado por nós e nos constituis como tua propriedade. Circuncida o nosso coração libertando-o do amor desordenado que leva à escravidão de nós mesmos, subjugados aos nossos interesses e desvarios e amordaçados pela indiferença para com os irmãos mais frágeis. Faz-nos submissos no amor, atentos e dedicados àqueles que são os últimos para sermos os primeiros no amor que salva os nossos corações atribulados.

Compromisso
Há irmãos à nossa espera para serem amados.

Evangelho: Mt 17, 22-27

Naquele tempo, estando ainda Jesus e os discípulos na Galileia, disse-lhes Jesus: «O Filho do homem vai ser entregue nas mãos dos homens, que hão-de matá-l’O; mas Ele ao terceiro dia ressuscitará». Os discípulos ficaram profundamente consternados. Quando chegaram a Cafarnaum, os cobradores das didracmas aproximaram-se de Pedro e perguntaram-lhe: «O vosso Mestre não paga a didracma?». Pedro respondeu-lhes: «Paga, sim». Quando chegou a casa, Jesus antecipou-Se e disse-lhe: «Simão, que te parece? De quem recebem os reis da terra impostos ou tributos? Dos filhos ou dos estranhos?». E como ele respondesse que era dos estranhos, Jesus disse-lhe: «Então os filhos estão isentos. Mas para não os escandalizarmos, vai ao mar e deita o anzol. Apanha o primeiro peixe que morder a isca, abre-lhe a boca e encontrarás um estáter. Pega nele e paga-lhes o imposto por Mim e por ti».

Compreender a Palavra
Devemos distinguir duas cenas distintas, a primeira ao longo do caminho e a segundo ao chegar a Cafarnaum. A primeira cena apresenta o anúncio de Jesus sobre a sua morte e ressurreição. Jesus caminha e fala com os discípulos revelando-lhes acontecimentos que estão iminentes. Depois vem uma segunda cena em que Pedro é confrontado pelos cobradores de impostos. Jesus perante este confronto interroga Pedro sobre quem deve pagar impostos, os filhos ou os estranhos? “Os filhos estão isentos” mas mesmo assim Jesus manda pagar por ele e por Pedro. Jesus é o Filho de Deus e os discípulos foram chamados a tornar-se filhos do Reino por ele anunciado. Eles não devem pagar impostos. Mas tendo em conta que os impostos em causa não são para o reino de Deus mas para o reino dos homens, é melhor pagar para que não haja escândalo.

Meditar a Palavra
Os discípulos de Jesus seguem-no pelo caminho da cruz e tornam-se cidadãos de pleno direito no Reino dos Céus. Esta pertença dispensa-os de pagar impostos. Mas, enquanto cidadãos deste mundo e sujeitos às leis do estados e das nações, devem, como todos, agir de acordo com as leis e determinações deste mundo. O coração porém, não pertence a esta pátria mas está noutra pátria conquistada por Cristo para os que crêem nele. Também eu hei-de ser capaz de viver neste mundo e cumprir nele todas as minhas obrigações para com os irmãos mas sempre com o coração na verdadeira pátria que é o céu.

Rezar a Palavra
Senhor, não é fácil estar sujeito às leis dos homens. Em tempos difíceis, como o que estamos a atravessar, sentimos a tentação de fugir às nossas obrigações e deixar a outros a responsabilidade de agir em favor do bem comum. É tão fácil alienarmo-nos do mundo quando estão em jogo os nossos interesses. Tu ensinas-nos a assumir a nossa responsabilidade no mundo sem deixar de perseguir o nosso objectivo que é alcançar a pátria celeste. Dá-nos, Senhor, a consciência do bem comum e ajuda-nos a assumir as nossas responsabilidades.

Compromisso
Vou analisar a minha consciência para ver se tenho sido um cidadão exemplar ou se tenho fugido às minhas responsabilidades sociais.