S. Inácio de Antioquia, bispo e mártir
Memória

Inácio foi discípulo do apóstolo S. João e sucessor de S. Pedro no governo da Igreja de Antioquia. Condenado às feras no tempo do imperador Trajano, foi conduzido a Roma e aí recebeu a gloriosa coroa do martírio, no ano 107. Durante a viagem escreveu sete cartas a várias Igrejas, nas quais se refere, com profunda sabedoria e erudição, a Cristo, à organização da Igreja e aos princípios fundamentais da vida cristã. Nessas cartas vibra a sua alma heroica de apaixonado seguidor de Cristo até ao martírio. É testemunha de uma Igreja centrada na Eucaristia, numa sinfonia de perfeita unidade e concórdia com o bispo e o seu presbitério. A sua memória era celebrada neste dia em Antioquia, já no século IV.

Leitura I (anos pares) Ef 1, 15-23
Irmãos: Tendo ouvido falar da vossa fé no Senhor Jesus e da vossa caridade para com todos os cristãos, não cesso de dar graças por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações. O Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda um espírito de sabedoria e de revelação para O conhecerdes plenamente. Ele ilumine os olhos do vosso coração, para compreenderdes a esperança a que fostes chamados, os tesouros de glória da sua herança entre os santos e a incomensurável grandeza do seu poder para nós os crentes. Assim o mostra a eficácia da poderosa força que exerceu em Cristo, que Ele ressuscitou dos mortos e colocou à sua direita nos Céus, acima de todo o Principado, Poder, Virtude e Soberania, acima de todo o nome que é pronunciado, não só neste mundo, mas também no mundo que há de vir. Tudo submeteu aos seus pés e pô-l’O acima de todas as coisas como Cabeça de toda a Igreja, que é o seu Corpo, a plenitude d’Aquele que preenche tudo em todos.

compreender a palavra
Paulo começa por elogiar a fé e a caridade dos cristãos de Éfeso. De seguida suplica a Deus que lhes conceda o espírito de sabedoria a fim de conhecerem o mistério a que foram chamados, que tem no centro o mistério de Cristo ressuscitado dos mortos. Este mistério encerra em si também o mistério da Igreja da qual Cristo é a cabeça que preenche tudo em todos.

meditar a palavra
Pela fé entramos no mistério de Deus que no seu amor infinito nos faz participantes da herança dos Santos, mediante a pertença ao corpo de Cristo, a Igreja. Trata-se de um mistério que brota da vontade de Deus que quer salvar o homem a fazê-lo participante da sua vida. Para isso enviou o seu filho que, pela Paixão, resgatou o homem de tudo quanto o impedia de estar em Deus e que agora podemos viver enquanto membros do seu corpo, a Igreja. Cristo, cabeça, é quem nos conduz com toda a sabedoria e nos preenche com a sua plenitude. Fazer a experiência da Igreja não é senão entrar no mistério da caridade do nosso Deus que nos quer fazer participantes dos seus tesouros de glória. Ser Igreja não é, portanto, fazer parte de uma estrutura humana que nos revela o mistério de Deus, mas entrar no próprio mistério e fazer dele uma experiência radicalmente divina e humana porque é participação em Cristo.

rezar a palavra
Mostra-nos, Senhor, o teu rosto nesta Igreja que somos para que nos sintamos unidos no mistério de amor com que o Pai nos ama e participantes da sabedoria que vem da cruz redentora. Mostra-nos que, na humanidade das nossas estruturas, estás tu, como cabeça, a orientar a tua Igreja para a herança que nos está reservada nos céus. E que, na humildade de quem aceita caminhar na fragilidade com os irmãos, façamos a experiência dos tesouros de glória que colocas à nossa disposição.

compromisso
Na fragilidade da Igreja visível encontro-me com Cristo cabeça desta Igreja que é o seu corpo.

EVANGELHO Lc 12, 8-12
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «A todo aquele que Me tiver reconhecido diante dos homens também o Filho do homem o reconhecerá diante dos Anjos de Deus. Mas quem Me tiver negado diante dos homens será negado diante dos Anjos de Deus. E todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do homem será perdoado; mas quem tiver blasfemado contra o Espírito Santo não será perdoado. Quando vos levarem às sinagogas, aos magistrados e às autoridades, não vos preocupeis com o que haveis de responder nem com o que haveis de dizer em vossa defesa. O Espírito Santo vos ensinará naquela hora o que haveis de dizer».

compreender a palavra
No caminho longo para Jerusalém, Jesus ensina aos apóstolos que diante dele o homem tem dois caminhos, aceitar ou negar. E mais, esta decisão define a situação do homem tanto aqui como no céu. É uma opção de vida eterna. Por outro lado, Jesus revela que, ainda assim, o pecado contra ele, o negá-lo a ele, tem perdão, por isso em qualquer momento se pode voltar atrás na decisão. Já contra o Espírito Santo não há hipótese de voltar atrás. Negar o Espírito é gerar um caminho sem retorno e sem perdão. Finalmente, Jesus previne para a possibilidade da perseguição e das dificuldades que experimentam os seus discípulos e para a confiança que devem ter, pois o Espírito estará presente.

meditar a palavra
Compreendemos que o caminho da vida não pode fazer-se sem escolhas sérias. Estar com Jesus ou contra ele não é indiferente. Acolher a salvação ou viver por conta própria não é o mesmo. Aceitar ou não o dom de Deus, dado em Jesus, não pode ser encarado como de menor importância. Aquele que dá testemunho de Cristo diante dos homens tem a garantia de ser reconhecido diante do Pai e também a garantia do Espírito que inspira o que deve dizer em sua defesa no meio das perseguições. Não confiar no Espírito pode significar escolher a morte em vez da vida. Jesus diz aos discípulos para não terem medo dos que matam o corpo e não podem matar a alma. O Espírito é garantia da vitória dos discípulos sobre os que atentam contra eles.

rezar a palavra
Não quero temer, Senhor, os que me persegue e maltratam e por causa do teu nome me entregam ao julgamento. Que o Teu Espírito seja a minha inspiração para não fraquejar diante do inimigo.

compromisso
Rezo ao Espírito Santo pedindo que me assista em todas as minhas dificuldades e indecisões.