Santa Teresa do Menino Jesus, virgem e doutora da Igreja
Memória
Teresa do Menino Jesus nasceu em Alençon, na França, no ano 1873. Entrou ainda muito jovem no mosteiro das Carmelitas de Lisieux e exercitou‑se de modo singular na humildade, simplicidade evangélica e confiança em Deus, virtudes que também procurou inculcar especialmente nas noviças do seu mosteiro. Morreu a 30 de setembro de 1897, oferecendo a sua vida pela salvação das almas e pela Igreja.
Leitura I Jb 42, 1-3.5-6.12-16 (Heb. 1-3.5-6.12-17)
Job respondeu ao Senhor, dizendo: «Eu sei que tudo podeis e que todos os vossos projetos se realizam. Quem ousa denegrir a providência com palavras sem sentido? Na verdade, falei indiscretamente das maravilhas que ultrapassam a minha compreensão. Só Vos conhecia por ouvir falar de Vós, mas agora já Vos viram os meus olhos. Por isso retiro as minhas palavras e faço penitência sobre o pó e a cinza». O Senhor abençoou os últimos anos de Job, mais ainda do que os primeiros. Possuiu catorze mil ovelhas, seis mil camelos, mil juntas de bois e mil jumentas. Teve ainda sete filhos e três filhas. À primeira deu o nome de Pomba, à segunda o de Cássia e à terceira Azeviche. Não havia em toda a região mulheres mais belas do que as filhas de Job; e o pai deu-lhes uma parte da herança entre os irmãos. Depois disto, Job viveu cento e quarenta anos e viu os filhos dos seus filhos até à quarta geração. Finalmente, Job morreu velho, depois de uma longa vida.
compreender a palavra
Job, depois de um longo tempo de sofrimento durante o qual perdeu a paciência, procurou culpados para a sua situação, levantou questões às quais não era capaz de responder, pôs em causa a própria vida e falou de modo insensato diante de Deus, mas chega a um momento de paz. Essa paz não vem dele, mas do reconhecimento da sua pequenez diante de Deus. Por isso diz: “Quem ousa denegrir a providência com palavras sem sentido? Na verdade, falei indiscretamente das maravilhas que ultrapassam a minha compreensão”. Job dá-se conta da fragilidade da sua fé “Só Vos conhecia por ouvir falar de Vós”. Agora, depois de um percurso difícil por entre sofrimento e lágrimas, a sua fé sai fortalecida e Job sente-se mais livre diante de si, do mundo e de Deus, por isso pode afirmar “agora já Vos viram os meus olhos. Por isso retiro as minhas palavras e faço penitência sobre o pó e a cinza”. Afinal tinha-se dado conta de que o seu mal não estava nos outros, mas nele e a resposta não está em outro senão em Deus.
meditar a palavra
Diante do mistério da vida e das suas difíceis circunstâncias perdemos o sentido da realidade e atiramos para o ar palavras insensatas na busca de respostas justificativas e até de culpados para a nossa situação. Foi assim com Job e é assim connosco. O sofrimento, enquanto dura, não é agradável para ninguém, por isso, devemos lutar contra ele com todas as nossas forças, mas sem cair na insensatez. Passado o tempo de sofrimento descobrimos uma riqueza inesgotável que veio a nós através das lágrimas e da dor que não receberíamos se não tivéssemos atravessado aquele “vale de lágrimas”. Se nunca é agradável o sofrimento, não podemos dizer que não é bom ou que não é necessário. Job chegou ao fim mais fortalecido na fé e mais crescido na relação com Deus porque, se antes tinha ouvido falar dele agora os seus olhos viram o Senhor e a sua vida encheu-se de uma alegria maior do que que tinha antes daquela provação. Que nós saibamos dar tempo aos dias maus para que eles nos tragam o dom de Deus.
rezar a palavra
Guia-me, Senhor, com a tua palavra para que trilhe o caminho das lágrimas com a máxima dignidade, como fazem os que te são agradáveis. Converte em alegria o meu pranto, Senhor, para que possa saborear os dias de felicidade que o meu coração deseja por acreditar nas tuas promessas.
compromisso
As lágrimas são muitas vezes as lentes pelas quais podemos ver a verdade do amor de Deus para connosco. Elas nos levarão a saborear o pão da mesa de Deus.
EVANGELHO Lc 10, 17-24
Naquele tempo, os setenta e dois discípulos voltaram cheios de alegria, dizendo: «Senhor, até os demónios nos obedeciam em teu nome». Jesus respondeu-lhes: «Eu via Satanás cair do céu como um relâmpago. Dei-vos o poder de pisar serpentes e escorpiões e dominar toda a força do inimigo; nada poderá causar-vos dano. Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem; alegrai-vos antes porque os vossos nomes estão escritos no Céu». Naquele momento, Jesus exultou de alegria pela ação do Espírito Santo e disse: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo Me foi entregue por meu Pai; e ninguém sabe o que é o Filho senão o Pai, nem o que é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar». Voltando-Se depois para os discípulos, disse-lhes: «Felizes os olhos que veem o que estais a ver, porque Eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vós vedes e não viram e ouvir o que vós ouvis e não ouviram».
compreender a palavra
Lucas descreve com grande riqueza este episódio em que os setenta e dois discípulos regressam da missão. Experimentaram a força do anúncio e dos gestos libertadores realizados por eles com o poder de Jesus. Era uma vitória de Deus sobre o demónio. E Jesus confirma-os nessa alegria e exulta ele próprio, de tal modo que, eleva ao céu a sua oração, bendizendo o Pai porque se revela aos pequenos e humildes e não aos inteligentes e sábios. Depois Jesus profere uma bem-aventurança: «Felizes os olhos que veem o que estais a ver».
meditar a palavra
Também nós hoje somos felizes porque nos é dado ver e ouvir o que muitos desejaram ver e ouvir e não tiveram ou não têm oportunidade. Nós vemos através da fé na palavra que nos foi deixada pelos apóstolos no evangelho. Foram eles que fizeram chegar até nós a certeza da revelação de Deus aos pequeninos. E estes pequeninos somos nós que, na simplicidade das nossas vidas, acolhemos o mistério de Deus revelado em Cristo. Por isso, também nós hoje, como Jesus, louvamos o Pai porque nos dá a oportunidade da viver a alegria de ver e ouvir, de conhecer o mistério de Deus e de o anunciar.
rezar a palavra
Experimento hoje, uma vez mais, a alegria de te conhecer, Senhor do Céu e da terra. E quero bendizer o teu nome eternamente porque o teu poder se manifesta nas minhas mãos e nas minhas palavras sempre que me aproximo dos irmãos para lhes transmitir o mistério que trago na fragilidade da minha pequenez.
compromisso
Vou comunicar a alegria de anunciar o evangelho.