S. Paulo VI, papa
Memória
João Batista Montini nasceu no dia 26 de setembro de 1897, na cidade de Concésio, na província italiana de Bréscia. Foi ordenado presbítero no dia 29 de maio de 1920, desempenhou o seu ministério na Sé Apostólica e foi nomeado arcebispo de Milão. Elevado à cátedra de Pedro no dia 21 de junho de 1963, presidiu à conclusão do Concílio Vaticano II, promoveu a instauração da vida eclesial, sobretudo a Liturgia, e empenhou-se no diálogo ecuménico e na mensagem do Evangelho ao mundo contemporâneo. No dia 6 de agosto de 1978 elevou o espírito a Deus.
Leitura I (anos ímpares) Sir 51, 17-27 (gr. 12-20)
Eu Vos louvarei e darei graças, meu Deus, bendizendo o nome do Senhor. Na minha juventude, antes de andar errante, busquei abertamente a sabedoria na minha oração. Pedi-a diante do santuário e procurá-la-ei até ao fim da vida. Quando florescia como uva temporã, ela era a alegria do meu coração. Os meus pés andaram por caminho recto e segui na sua esteira desde a juventude. Mal lhe prestei ouvidos, logo a recebi e encontrei para mim abundante instrução. Graças a ela, fiz grandes progressos: darei glória Àquele que me deu a sabedoria. Porque eu decidi pô-la em prática, procurei zelosamente o bem e não serei confundido. A minha alma combateu corajosamente por ela e fui muito diligente na observância da Lei. Levantei as minhas mãos para o alto e compreendi os seus mistérios. Dirigi para ela a minha alma e encontrei-a na pureza de vida. Com ela, desde o princípio, adquiri inteligência; por isso não serei abandonado.
compreender a palavra
Extraordinárias as palavras de Bem-Sirá ao fazer o balanço da sua vida. Chegado a uma idade avançada olha para trás e percebe que no caminho da sua vida, no centro da sua história, está uma decisão da juventude: “Na minha juventude, antes de andar errante, busquei abertamente a sabedoria na minha oração. Pedi-a diante do santuário”. Essa decisão manteve-se ao longo da vida porque foi percebendo a riqueza da sabedoria. Encontrou nela “a alegria do meu coração”, “abundante instrução”, “Com ela, adquiri inteligência”. Por isso foi incansável na sua busca “decidi pô-la em prática”, “a minha alma combateu corajosamente por ela”, “dirigi para ela a minha alma”. E descobriu que ela é um dom que vem de outro “darei glória àquele que me deu a sabedoria”.
meditar a palavra
As extraordinárias palavras de Bem-Sirá levam-me a uma reflexão sobre o lugar da sabedoria na minha história. As minhas decisões da juventude ou de hoje são em busca da sabedoria? Levam-me a compreender o mistério da vida e o mistério de Deus? Aprendo somente com a vida que corre mesmo sem eu fazer nada ou procuro a sabedoria que revela todo o mistério? Os meus passos seguem ao acaso e a minha alma luta em vão ou procuro o caminho reto e esforço-me pela prática do bem? Reconheço que a sabedoria é um dom de Deus e procuro-a na oração ou entendo que se trata de um esforço meu que alcanço por mim mesmo e descubro nos livros?
rezar a palavra
Senhor Jesus, o conhecimento dos sábios e os livros mais cobiçados são insensatez diante da tua sabedoria. Só tu conheces todo o mistério e toda a ciência. Tua guardas os segredos do universo e penetras no coração do homem. Revelas-te aos simples que buscam em ti a sabedoria e escondes-te dos sábios e dos poderosos. Por isso procuro em ti, Senhor, a sabedoria e a minha alma luta para a alcançar. Desce ao meu coração e ilumina-me para que siga pelo caminho reto e procure zelosamente o bem.
compromisso
Na oração peço ao Senhor que me dê a verdadeira sabedoria.
EVANGELHO Mc 11, 27-33
Naquele tempo, Jesus e os discípulos foram de novo a Jerusalém. Quando Ele andava no templo, aproximaram-se os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os anciãos, que Lhe perguntaram: «Com que autoridade fazes isto? Quem Te deu autoridade para o fazeres?». Jesus respondeu: «Vou fazer-vos só uma pergunta. Respondei-Me e Eu vos direi com que autoridade faço isto. O batismo de João era do Céu ou dos homens? Respondei-Me». Eles começaram a discorrer, dizendo entre si: «Se dissermos: ‘É do Céu’, Ele dirá: ‘Então porque não acreditastes nele?’. Vamos dizer-Lhe que é dos homens?». Mas eles temiam a multidão, pois todos pensavam que João era realmente um profeta. Então responderam: «Não sabemos». Disse-lhes Jesus: «Também Eu não vos digo com que autoridade faço isto».
compreender a palavra
No dia seguinte, à expulsão dos vendilhões do templo, Jesus, caminha pelo Templo quando surgem os membros do Sinédrio e o interrogam sobre a origem da sua autoridade. Jesus não responde à pergunta, mas faz ele uma pergunta querendo dizer que a sua autoridade é pelo menos igual à deles e pode também perguntar. A pergunta de Jesus é sobre João Batista que eles não reconhecem como enviado de Deus tal como não reconhecem Jesus. Eles não sabem o que responder e Jesus também não lhes diz de onde lhe vem a autoridade com que atua no meio deles.
meditar a palavra
Do mesmo modo que alguns se sentiram no direito de interrogar Jesus sobre a autoridade com que ele atua de modo diferente dos outros, também a nós, seus discípulos nos questionam sobre o porquê de sermos diferentes. A resposta às perguntas está na segurança que temos. Esta segurança vem da autoridade de Jesus, da autoridade com que agiram os doze e os seus sucessores. A nossa autoridade não vem de nós nem de nenhum poderoso deste mundo. A nossa autoridade está em nós porque vem de Deus que nos habita. Perante este poder as autoridades ficam sem saber o que fazer, mostram a sua ignorância e acabam sem argumentos para contestar a autoridade de Jesus. Do mesmo modo acontecerá connosco.
rezar a palavra
Confio, Senhor, que estás em mim e em mim manifestas a tua autoridade, sempre que na minha vida respondo como Jesus. Não estou só nas lutas e nos confrontos de cada dia. Nos embates com a indiferença ou com a perseguição, manifesta-se na minha vida o poder que vem de ti porque na minha fragilidade é mais visível a tua fortaleza.
compromisso
Não vou envergonhar-me diante dos homens, mas, com humildade, deixar que se veja o poder de Deus.