São Justino, mártir
Memória
Justino nasceu no início do século II, em Siquém – hoje, Nablus –, na Samaria, de família pagã. Leigo, apaixonado investigador da verdade, encontrou na fé de Cristo a verdadeira sabedoria. Escreveu diversas obras em defesa da fé cristã, mas apenas se conservam as duas Apologias e o Diálogo com Trifão. Na primeira Apologia lê-se a mais antiga descrição da celebração eucarística. Sofreu o martírio em Roma, juntamente com seus companheiros, no tempo do imperador Marco Aurélio Antonino, por volta do ano 165.
Leitura I (anos pares) Jd 17.20b-25
Caríssimos: Recordai o que vos foi predito pelos Apóstolos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Construí o vosso edifício espiritual sobre o fundamento da vossa fé santíssima. Orai em união com o Espírito Santo e conservai-vos no amor de Deus, esperando na misericórdia de Nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna. Procurai convencer os que hesitam e salvai-os, arrancando-os do fogo; dos outros, compadecei-vos, mas com prudência, detestando até a túnica contaminada pela sua carne. Àquele que vos pode preservar da queda e apresentar-vos diante da sua glória, na alegria duma consciência sem mancha, ao único Deus, nosso Salvador, por Nosso Senhor Jesus Cristo, a glória e a majestade, a força e o poder, antes de todos os séculos, agora e para sempre. Amen.
compreender a palavra
O texto da carta de S. Judas, que diz ser discípulo de Jesus Cristo e irmão de Tiago é a fonte da nossa reflexão. Pretende o apóstolo alertar os cristãos para o perigo da libertinagem em que vivem alguns que negam o Senhor Jesus Cristo. A fidelidade ao ensino dos apóstolos, a comunhão de todos na mesma fé, a oração, a entreajuda na construção da vida cristã, a esperança na misericórdia e no amor de Deus, serão os meios para sobreviver sem se deixar arrastar por falsas doutrinas. Porque alguns se deixaram transviar e outros se encontram em perigo de sucumbir, Tiago pede que se tenha para com eles a determinação e a misericórdia para que regressem ao convívio dos irmãos. O texto termina com uma doxologia que confirma a ação da graça pela qual somos preservados da queda.
meditar a palavra
Alertados pelo apóstolo, também nós procuramos viver a fidelidade à doutrina ensinada pela Igreja, porque os perigos do erro são permanentes e em todos os tempos se levantam vozes contrárias ao evangelho de Jesus Cristo. Não é fácil detetar o erro porque ele se esconde sob a aparência de verdade. Quantas rasteiras nos são apresentadas com o rótulo da misericórdia, da compaixão, da solidariedade, do humanismo. A única forma de nos defendermos da mentira é a familiaridade com o evangelho e o conhecimento de Cristo.
rezar a palavra
Senhor Jesus, abre os meus ouvidos à tua palavra e o meu coração aos teus sentimentos para distinguir a verdade do erro e permanecer fiel a fé que me foi transmitida pelos apóstolos.
compromisso
Quero aprender a aplicar o evangelho às situações da vida.
EVANGELHO Mc 11, 27-33
Naquele tempo, Jesus e os discípulos foram de novo a Jerusalém. Quando Ele andava no templo, aproximaram-se os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os anciãos, que Lhe perguntaram: «Com que autoridade fazes isto? Quem Te deu autoridade para o fazeres?». Jesus respondeu: «Vou fazer-vos só uma pergunta. Respondei-Me e Eu vos direi com que autoridade faço isto. O batismo de João era do Céu ou dos homens? Respondei-Me». Eles começaram a discorrer, dizendo entre si: «Se dissermos: ‘É do Céu’, Ele dirá: ‘Então porque não acreditastes nele?’. Vamos dizer-Lhe que é dos homens?». Mas eles temiam a multidão, pois todos pensavam que João era realmente um profeta. Então responderam: «Não sabemos». Disse-lhes Jesus: «Também Eu não vos digo com que autoridade faço isto».
compreender a palavra
No dia seguinte, à expulsão dos vendilhões do templo, Jesus, caminha pelo Templo quando surgem os membros do Sinédrio e o interrogam sobre a origem da sua autoridade. Jesus não responde à pergunta, mas faz ele uma pergunta querendo dizer que a sua autoridade é pelo menos igual à deles e pode também perguntar. A pergunta de Jesus é sobre João Batista que eles não reconhecem como enviado de Deus tal como não reconhecem Jesus. Eles não sabem o que responder e Jesus também não lhes diz de onde lhe vem a autoridade com que atua no meio deles.
meditar a palavra
Do mesmo modo que alguns se sentiram no direito de interrogar Jesus sobre a autoridade com que ele atua de modo diferente dos outros, também a nós, seus discípulos nos questionam sobre o porquê de sermos diferentes. A resposta às perguntas está na segurança que temos. Esta segurança vem da autoridade de Jesus, da autoridade com que agiram os doze e os seus sucessores. A nossa autoridade não vem de nós nem de nenhum poderoso deste mundo. A nossa autoridade está em nós porque vem de Deus que nos habita. Perante este poder as autoridades ficam sem saber o que fazer, mostram a sua ignorância e acabam sem argumentos para contestar a autoridade de Jesus. Do mesmo modo acontecerá connosco.
rezar a palavra
Confio, Senhor, que estás em mim e em mim manifestas a tua autoridade, sempre que na minha vida respondo como Jesus. Não estou só nas lutas e nos confrontos de cada dia. Nos embates com a indiferença ou com a perseguição, manifesta-se na minha vida o poder que vem de ti porque na minha fragilidade é mais visível a tua fortaleza.
compromisso
Não vou envergonhar-me diante dos homens, mas, com humildade, deixar que se veja o poder de Deus.