Virgem santa Maria de Lurdes
Em 1858, a Imaculada Virgem Maria apareceu várias vezes a Maria Bernarda (Bernardete) Soubirous, na gruta de Massabielle, nos montes Pireneus, junto das margens do rio Gave, perto de Lourdes, na França. Por intermédio desta humilde menina, a Virgem Maria chamou os pecadores à conversão e despertou na Igreja um intenso movimento de oração e caridade – sobretudo, em benefício dos doentes e dos pobres. Ali acorrem piedosamente multidões de fiéis.
Leitura I (anos ímpares) Gn 3, 9-24
O Senhor Deus chamou Adão e disse-lhe: «Onde estás?» Ele respondeu: «Ouvi o rumor dos vossos passos no jardim e, como estava nu, tive medo e escondi-me». Disse Deus: «Quem te deu a conhecer que estavas nu? Terias tu comido dessa árvore, da qual te proibira comer?» Adão respondeu: «A mulher que me destes por companheira deu-me do fruto da árvore e eu comi». O Senhor Deus perguntou à mulher: «Que fizeste?» E a mulher respondeu: «A serpente enganou-me e eu comi». Disse então o Senhor Deus à serpente: «Por teres feito semelhante coisa, maldita sejas entre todos os animais domésticos e todos os animais selvagens. Hás de rastejar e comer do pó da terra todos os dias da tua vida. Estabelecerei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a descendência dela. Ela há de atingir-te na cabeça e tu a atingirás no calcanhar». O Senhor Deus disse à mulher: «Multiplicarei os sofrimentos da tua gravidez, em dor darás à luz os teus filhos. Sentir-te-ás atraída para o teu marido e ele te dominará». Depois disse ao homem: «Porque deste ouvidos à voz da tua mulher e comeste fruto da árvore de que Eu te havia proibido comer, maldita será a terra por tua causa. Com trabalho penoso tirarás dela o alimento todos os dias da tua vida. Produzir-te-á espinhos e abrolhos e terás de comer a erva dos campos. Comerás o pão com o suor do teu rosto, até voltares à terra da qual foste tirado; porque és pó e em pó te hás de tornar». O homem deu à sua mulher o nome de ‘Eva’, porque ela foi a mãe de todos os viventes. O Senhor Deus fez túnicas de pele para o homem e sua mulher e vestiu-lhas. Depois disse o Senhor Deus: «Se o homem já é como um de Nós, conhecedor do bem e do mal, só lhe falta estender a mão para colher também fruto da árvore da vida, comer dele e viver para sempre». E o Senhor Deus expulsou-o do jardim do Éden, para cultivar a terra, da qual tinha sido tirado. Expulsou o homem e colocou ao oriente do jardim do Éden os Querubins e a chama fulgurante da espada, para guardar o caminho da árvore da vida.
compreender a palavra
Ao ler o texto percebe-se que o ato impensado que levou o homem e a mulher a desobedecer à ordem divina os deixou em desequilíbrio. O homem perdeu a harmonia que tinha vivido até então, consigo mesmo, com a natureza e com Deus. Deus, pelo contrário continua o mesmo e desce, como fazia todos os dias, para estar com o homem. Desta vez, porém, não encontra o homem como era costume e chama por ele: “Onde estás?” Era suposto Deus saber onde está o homem e era também suposto que o homem estivesse onde sempre esteve. A pergunta é feita porque o homem não está onde devia, mas sobretudo, porque não está como Deus o deixou. “Onde estás?” é a pergunta que Deus faz para que o homem saiba que o procura, que se interessa por ele, que nada mudou na sua relação para com ele. É a pergunta que revela ao homem o que ele é agora, um filho que abandonou o Pai, que se escondeu de Deus, que não suporta a presença do rosto de Deus. Mas a desobediência tornou ainda mais visível e mais transparente o rosto de Deus. Ele é o Deus de misericórdia. A consequência prevista para a desobediência era a morte, mas Deus não quer a morte do homem, e, por isso, as consequências para todos, serpente, mulher e homem, não são a morte, mas a vida. Terá limitações e sofrimentos, mas continuará a viver.
meditar a palavra
Deus não quer a morte do pecador, mas que se arrependa e viva. É esta certeza que colhemos da atitude de Deus para com o homem depois de ter desobedecido à sua ordem. Diante do pecado de Adão e Eva podemos ver um Deus que não liberta o homem das consequências do seu ato, mas também um Deus que não deixa morrer o homem só porque ele pecou. É desta misericórdia que vivemos ainda hoje. Se Deus não usar de misericórdia connosco, como poderemos viver? Como poderíamos avançar no caminho da vida se tudo o que podíamos esperar de Deus fosse castigo e morte? Deus mostra-nos que podemos confiar nele porque ele é misericórdia e não tem em conta as nossas faltas.
rezar a palavra
Caí, Senhor, tende compaixão de mim. Do fundo do meu pecado chamo por vós, Senhor, vinde em meu auxílio. Não deixeis o vosso servo cair nas mãos dos malfeitores, nem descer à morada dos mortos aquele que amais. Tende misericórdia e renovai em mim a alegria do perdão. Infundi em mim, Senhor, de novo, o vosso Espírito e fazei que porque vós, Senhor, sois um Deus bondoso e compassivo.
compromisso
Presto atenção à vontade de Deus para não desobedecer.
EVANGELHO Mc 8, 1-10
Naqueles dias, juntou-se novamente uma grande multidão e, como não tinham que comer, Jesus chamou os discípulos e disse-lhes: «Tenho pena desta multidão; há já três dias que estão comigo e não têm que comer. Se os despedir sem alimento para suas casas, desfalecerão no caminho, porque alguns vieram de longe». Responderam-Lhe os discípulos: «Como se poderia saciá-los de pão, aqui num deserto?». Mas Jesus perguntou: «Quantos pães tendes?». Eles responderam: «Temos sete». Então Jesus ordenou à multidão que se sentasse no chão. Depois tomou os sete pães e, dando graças, partiu-os e deu-os aos discípulos, para que os distribuíssem, e eles distribuíram-nos à multidão. Tinham também alguns pequenos peixes. Jesus pronunciou sobre eles a bênção e disse que os distribuíssem também. Comeram e ficaram saciados. Dos bocados que sobraram encheram sete cestos. Eram cerca de quatro mil pessoas. Então Jesus despediu-os e, subindo para o barco com os discípulos, dirigiu-se para a região de Dalmanutá.
compreender a palavra
O texto narra a segundo multiplicação dos pães. Jesus vem da região de Tiro e Sidónia para a Galileia. Uma grande multidão acompanha-o. São pessoas que têm fome de ouvir a sua palavra, por isso se dão ao trabalho de o seguir e até se esquecem de comer. Jesus sente compaixão e interroga os discípulos indiretamente. Faz-lhes ver a situação daquelas pessoas e de como é arriscado mandar toda aquela gente para casa sem antes lhes dar de comer. Perante a escusa dos apóstolos Jesus interroga-os sobre o que trouxeram. Parece que Jesus lhes está a dizer que são eles quem tem que resolver o assunto. Já é a segunda vez que não têm pão para dar às pessoas que os seguem. Melhoraram um pouco, tinham cinco pães da primeira vez e agora têm sete, mas mesmo assim não é suficiente. Estamos perante uma dificuldade, as pessoas têm fome e não têm solução para o problema. Jesus toma o comando, afinal foi ele quem levantou o problema. E distribui os pães por todos fazendo-os passar pelas mãos dos discípulos. Todos comeram, ficaram saciados e sobraram sete cestos.
meditar a palavra
Jesus toma a iniciativa. Sente o problema das pessoas que andam atrás ele sem comer. São pessoas com fome da palavra e com fome de pão. Os discípulos não se dão conta desta situação, mas Jesus depressa os faz responsáveis pelo problema das pessoas. Não têm pão, mas não podem ficar de braços cruzados. Jesus resolve o problema da fome, mas não o da distribuição. Alguém tem que se colocar ao serviço para que o pão de Jesus chegue a todos a fim de os saciar sem exclusão de ninguém. Hoje o mundo tem mais fome da palavra de Deus do que de pão. No mundo de hoje, são mais as pessoas que morrem por comer de mais do que as que morrem de fome. Mas é imensa a multidão de homens e mulheres que não têm acesso à palavra de Deus ou só lhes chega uma palavra deturpada e enganosa. Hoje como ontem Jesus desafia os seus discípulos e reconhecer que existe um problema, as pessoas têm fome e não podem voltar para casa sem se alimentarem. Ele toma a iniciativa, mas não faz nada sem a nossa colaboração. Ele coloca nas nossas mãos com abundância o alimento que pode salvar da morte. Precisamos de acreditar no poder da distribuição, no poder do alimento que Jesus coloca nas nossas mãos. Precisamos de acreditar que todos os homens sentem necessidade deste alimento.
rezar a palavra
Tenho apenas sete pães, Senhor. Tenho pouco e com as minhas mãos não sei fazer nada com o pouco que tenho. Preciso das tuas mãos, das tuas palavras de bênção, para fazer chegar a todos o pão que sacia a fome mais profunda, a fome de Deus. Empresta-me as tuas mãos, sussurra a tua bênção e eu serei teu discípulo fiel na distribuição do pão que salva a todos.
compromisso
Comprometo-me a escutar as fomes dos homens deste mundo.