São João de Brito, presbítero e mártir
Memória em Portugal
João de Brito nasceu em Lisboa (Portugal), no dia 1 de março de 1647, de família nobre. Entrou na Companhia de Jesus e, ordenado presbítero, embarcou para as missões da Índia, onde trabalhou no meio de grandes sofrimentos e perseguições, mas também com grande fruto apostólico. Em Oriur, localidade do reino do Maravá, na Índia, depois de ter convertido muitos à fé, adaptando-se à vida e costumes dos ascetas daquela região, coroou a sua vida com um glorioso martírio, no dia 4 de fevereiro de 1693.
Leitura I Heb 13, 15-17.20-21
Irmãos: Ofereçamos a Deus continuamente, por Jesus Cristo, um sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que aclamam o seu nome. Não esqueçais a beneficência e a solidariedade, porque são estes sacrifícios que agradam a Deus. Obedecei aos vossos chefes e sede-lhes submissos, porque eles velam pelas vossas almas, como quem tem de responder por elas. Assim poderão fazê-lo com alegria, e sem queixumes, o que vos seria prejudicial. O Deus da paz, que ressuscitou dos mortos Aquele que, pelo sangue de uma aliança eterna, Se tornou o supremo pastor das ovelhas, nosso Senhor Jesus, vos torne aptos para cumprir a sua vontade em toda a espécie de boas obras e realize em nós o que Lhe é agradável, por Jesus Cristo, a quem seja dada glória pelos séculos dos séculos. Amen.
compreender a palavra
É muito interessante este final da carta aos Hebreus. Começa com um convite ao louvor e alerta para o facto de que os sacrifícios agradáveis a Deus não serem palavras, mas ações. Por isso, recorda a beneficência, a solidariedade, a obediência como fonte de bem-estar e harmonia na vida comunitária e na relação dos chefes com o povo. Para terminar apresenta uma doxologia onde refere a ressurreição de Jesus e a sua condição de pastor da humanidade e modelo de todo o cristão na prática das boas obras e origem de todo o bem.
meditar a palavra
Louvar a Deus não é dirigir-lhe orações muito bem elaboradas nem fazer sacrifícios físicos como se a Deus agradasse o que mais custa e causa dor. Deus quer homens e mulheres de coração disponível para realizar de boa vontade todas as suas obrigações diárias e prontos a fazer o bem a todos os que necessitam respeitando aqueles que têm responsabilidades na comunidade. A harmonia da vida comunitária é um bem que deve ser construído por todos e não apenas pelos seus responsáveis. Obedecer e submeter-se às orientações gera o fruto da harmonia e da paz e torna-se meio para alcançar a alegria. É que, acima de todos está Cristo Jesus, ele que passou pelo sangue da aliança e ressuscitou, só ele é o Pastor de todos.
rezar a palavra
Senhor Jesus, Pastor da humanidade, que deste a vida por nós, para nos aproximar do coração de Deus e nos inclinar diante dos irmãos, ensina-nos a viver a alegria das boas obras, da solidariedade e obediência.
compromisso
Quero olhar os outros como irmãos em quem presto louvor a Deus na ajuda e na obediência.
Evangelho Mc 6, 30-34
Naquele tempo, os Apóstolos voltaram para junto de Jesus e contaram-Lhe tudo o que tinham feito e ensinado. Então Jesus disse-lhes: «Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco». De facto, havia sempre tanta gente a chegar e a partir que eles nem tinham tempo de comer. Partiram, então, de barco para um lugar isolado, sem mais ninguém. Vendo-os afastar-se, muitos perceberam para onde iam; e, de todas as cidades, acorreram a pé para aquele lugar e chegaram lá primeiro que eles. Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-Se de toda aquela gente, porque eram como ovelhas sem pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas.
compreender a palavra
Os apóstolos tinham sido investidos do poder de Jesus para anunciar em seu nome a conversão e para curar. Ao regressar, encontram Jesus no meio da multidão, ocupado, sem possibilidade de descansar e até sem poder comer. Nesta confusão, Jesus propõe-lhes uma retirada para descansar. Há necessidade de estar com Jesus para aprender novas funções da sua missão enquanto continuadores da missão de Jesus. O barco segue lentamente e a multidão consegue perceber para onde vão e chegam primeiro. À chegada, os apóstolos recebem mais uma lição de Jesus, ele é o Bom Pastor que se compadece das suas ovelhas. É fácil entender que os apóstolos estão a ser preparados por Jesus para conduzir as multidões para as pastagens verdejantes e a tratá-las com compaixão, orientando-as com a Palavra.
meditar a palavra
Jesus confronta-nos continuamente com a sua palavra. Os pastores não podem cair no ativismo e as ovelhas não podem exigir demais dos pastores. Há momentos que parecem inúteis, mas são absolutamente necessários para refletir sobre o trabalho realizado e perspetivar a missão no futuro. Este é um tempo importante. É na barca, com Jesus, que se percebe o trabalho realizado e se traça o rumo para o futuro. Não somos estrategas, mas enviados que escutam de Jesus as inquietações do tempo e do lugar aonde somos enviados. Por outro lado, também é necessário sentir o apelo das pessoas para responder às suas verdadeiras necessidades e não apenas satisfazer vontades que não são nem resposta nem alimento.
rezar a palavra
Leva-me contigo, Senhor, na barca e deixa que o tempo passe lentamente para que saboreie a tua presença e descanse dos trabalhos de cada dia. Ergue a tua voz sobre o ruído das ondas e suavemente encanta o meu coração para que não me escute a mim mesmo. Sabes que facilmente me entretenho comigo e com as minhas vontades e desejos. Ensina-me essa atitude atenta e compassiva do pastor que sabe cuidar das suas ovelhas.
compromisso
Quero entrar no silêncio da barca de Jesus.