Santa Inês, virgem e mártir
Memória
Inês, romana, foi forçada a escolher, ainda antes dos 16 anos, entre Cristo e esta vida mortal, tendo escolhido sem hesitar o seu esposo celeste, ao qual, como desejava, se uniu para sempre, mediante o martírio. De facto, superou a tenra idade e o tirano, conquistou profunda admiração entre os gentios e mereceu glória ainda maior junto de Deus. Neste dia celebra-se a sepultura do seu corpo, na segunda metade do século III ou, mais provavelmente, no princípio do século IV.

Leitura I Heb 9, 2-3.11-14

Irmãos: Na primeira aliança, tinha-se construído um tabernáculo, o primeiro tabernáculo, chamado o «Santo», no qual estavam o lampadário, a mesa e os pães da proposição. Por detrás do segundo véu, havia outro tabernáculo, chamado «Santo dos Santos». Mas Cristo veio como sumo sacerdote dos bens futuros. Atravessou o tabernáculo maior e mais perfeito, que não foi feito por mãos humanas, nem pertence a este mundo, e entrou de uma vez para sempre no Santuário. Não derramou sangue de cabritos e novilhos, mas o seu próprio Sangue, e alcançou-nos uma redenção eterna. Na verdade, o sangue de cabritos e de toiros e a cinza de vitela, aspergidos sobre os que estão impuros, santificam-nos em ordem à pureza legal. Mas o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno Se ofereceu a Deus como vítima sem mancha, faz muito mais: purificará a nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo.

compreender a palavra
Ao contrário da Antiga aliança em que o santuário tinha sido construído para o culto organizado e exigia que o sacerdote realizasse sacrifícios anualmente, de acordo com o rito previsto para o santuário, Cristo não se obriga a este ritual nem utiliza outro templo para além do seu corpo. Ele é o sacerdote dos bens futuros que atravessa um santuário maior e mais perfeito e entra nos céus. Não se serviu de cabritos, mas do seu próprio corpo e o seu sangue derramado por todos tornando-se a vítima sem mancha, purificando, assim, as nossas consciências.

meditar a palavra
Não são os ritos nem os lugares que nos salvam. Os lugares, igrejas e santuários são espaços necessários para o nosso bem-estar e para entrarmos no mistério da presença de Deus através do silêncio e da beleza estética dos edifícios, mas não são os lugares que nos salvam. Não são os ritos, por mais belos e significativos que sejam, que nos trazem a salvação. Quem nos salva é Jesus Cristo ao derramar na cruz o seu sangue por nós. Ali ele entregou-se como vítima de expiação e lavou os nossos pecados no seu sangue. O rito cristão tem sentido na medida em que, por ser sacramento, nos faz participantes no mistério da morte e ressurreição de Cristo. Então, vale a pena deslocarmo-nos até uma igreja ou santuário para aí participarmos na Eucaristia, não por causa dos ritos, mas por causa daquele que ali se torna presente sacramentalmente Jesus Cristo que, estando presente, nos salva.

rezar a palavra
Ensina-me, Senhor, a reconhecer a tua presença salvadora nos sacramentos da tua Igreja. Que os gestos, sinais e palavras ganhem sentido dentro de mim por reconhecer a tua presença e a necessidade que tenho de me purificar no mistério do teu sangue derramado.

compromisso
Preparo-me, hoje, para participar amanhã na Eucaristia.

EVANGELHO Mc 3, 20-21

Naquele tempo, Jesus chegou a casa com os seus discípulos. E de novo acorreu tanta gente, que eles nem sequer podiam comer. Ao saberem disto, os parentes de Jesus puseram-se a caminho para O deter, pois diziam: «Está fora de Si».

compreender a palavra
Jesus vê-se confrontado diretamente com a incansável procura por parte das multidões e a falta de fé dos seus parentes. De facto, diz Jesus em outro lugar, um profeta só é rejeitado na sua família e na sua terra. As multidões ouviram falar de Jesus e vieram juntar-se ali onde ele se encontrava. Os seus parentes julgam que ele está fora de si. Está, para eles, irreconhecível.

meditar a palavra
Sucede muitas vezes a todo aquele que faz a experiência do encontro com Deus e descobre a sua vocação cristã deparar-se com a incompreensão dos que lhe são mais próximos e a admiração dos que não pertencem à família. As críticas dizem muitas vezes “fizeram-te a lavagem ao cérebro”. Quer dizer, estás fora de ti. Não és tu. Tu eras diferente. Aquele que nós conhecíamos nunca teria essas atitudes. Não esperávamos isso de ti. A força de Deus a agir no coração do homem, esse toque de amor que tudo transforma, transforma, aquele que antes vivia só para si. Dentro de cada um esconde-se um segredo divino que pode manifestar-se no momento em que nos abrimos ao mistério de Deus.

rezar a palavra
Tocaste o meu coração, Senhor, e, embora continuando a ser o mesmo, com as mesmas limitações, abriste um caminho novo no meu interior. Fizeste-me experimentar o sopro divino e as correntes da eternidade, por isso, quero voar com asas de liberdade perante o mundo e chegar a ti na profundidade do meu ser onde sempre te encontras.

compromisso
Acolho o toque do amor divino e deixo-me renovar.