Ss. Martinho de Dume, Frutuoso e Geraldo, bispos
Memória
Martinho, oriundo da Panónia, na atual Hungria, nasceu no princípio do século VI. Era um homem de grande erudição e veio para a Galécia, por volta do ano 550. Converteu os suevos do arianismo à fé católica e fixou-se em Dume. Aí fundou um mosteiro, de que foi eleito bispo. Em 569 ficou a ser também bispo metropolita de Braga. Morreu no dia 20 de março, por volta do ano 579.
Frutuoso nasceu no princípio do século VII, de nobre família visigótica. Fundou numerosos mosteiros, que muito contribuíram para a educação da juventude, como centros de vida religiosa e cultural. Finalmente, nomeado bispo metropolitano de Braga, a fama da sua santidade e sabedoria estendeu-se a toda a Península Hispânica. Morreu no dia 16 de abril, por volta do ano 665.
Geraldo nasceu na Gália, de nobre família. Professou no mosteiro de Moissac, de onde passou para Toledo. Eleito bispo de Braga, exerceu grande atividade na reorganização da diocese, na promoção da vida monástica, na reforma litúrgica e pastoral, bem como na aplicação da disciplina eclesiástica. Morreu na localidade de Bornes, no dia a 5 de dezembro de 1108, quando fazia as visitas pastorais nessa distante região.
Leitura I Is 30, 19-21.23-26
Eis o que diz o Senhor Deus, o Santo de Israel: «Povo de Sião, que habitas em Jerusalém, tu não voltarás a chorar. À voz da tua súplica, o Senhor terá compaixão de ti; logo que ouvir os teus clamores, Ele te responderá. O Senhor poderá dar-te a comer o pão da angústia e a beber a água da tribulação; mas Aquele que te ensina não Se esconderá mais e os teus olhos verão Aquele que te ensina. Se te desvias para a direita ou para a esquerda, os teus ouvidos ouvirão dizer atrás de ti: ‘É este o caminho; segui por ele’. O Senhor te dará a chuva para a semente que tiveres lançado à terra e o pão que a terra produzir será farto e nutritivo. Nesse dia, os teus rebanhos pastarão em extensos prados; os bois e os jumentos que lavram a terra comerão forragem com sal, limpa com a pá e a joeira. Em todo o alto monte e em toda a colina elevada, haverá regatos e águas correntes, no dia da grande mortandade, quando as torres se desmoronarem. Então a claridade da lua será como a luz do sol e a luz do sol ficará sete vezes mais forte; nesse dia, o Senhor tratará as chagas do seu povo e curará as feridas dos seus golpes».
compreender a palavra
O chegada da salvação, concretizada na vinda do Messias, é apresentado por Isaías com imagens de abundância de colheitas e alimento para homens e animais. Mas também com a presença constante do Senhor Deus que não mais abandonará o seu povo. Ele terá compaixão, ouvirá o clamor do seu povo, não se esconderá no meio da angústia e da tribulação, fará ouvir a sua voz, tratará as chagas e curará as feridas. Estas imagens são uma clara declaração do amor misericordioso de Deus para com o seu povo que, em tempos de opressão, vive na esperança da salvação.
meditar a palavra
As circunstâncias do tempo presente mostram-se muitas vezes contrárias à esperança. Parece que não há razões para acreditar que tudo poderá ser diferente e que ainda há possibilidade de salvação. A nossa vida pessoal e a vida da sociedade que nos rodeia parece muitas vezes um caos, onde o homem se perde, e não um lugar de salvação para todos. Deus, porém, contraria esta ideia fatalista com que a realidade nos quer muitas vezes oprimir e desanimar. Ele é um Deus presente, atento e cuidador. A sua voz faz mudar o rumo da vida de todos os que a escutam, os seus ouvidos estão atentos ao nosso clamor e as suas mãos estendem-se para as nossas feridas.
rezar a palavra
No caminho da minha vida, Senhor, elevo para ti a minha voz, exponho ao teu olhar as minhas feridas e espero o pão de cada dia. Tu és um Deus atento à minha miséria e solícito em atender à minha súplica. No meio da angústia, quando a tribulação atinge as minhas seguranças, tu vens em meu auxílio. Em ti espero, Senhor, pois só tu és o santo de Israel.
compromisso
Confiar não é ficar à espera, é caminhar atento à voz do Senhor que diz: “Vem por aqui”. Escuto e sigo.
Evangelho Mt 9, 35 — 10, 1.6-8
Naquele tempo, Jesus percorria todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do reino e curando todas as doenças e enfermidades. Ao ver as multidões, encheu-Se de compaixão, porque andavam fatigadas e abatidas, como ovelhas sem pastor. Jesus disse então aos seus discípulos: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara». Depois chamou a Si os seus Doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar os espíritos impuros e de curar todas as doenças e enfermidades. Jesus deu-lhes também as seguintes instruções: «Ide às ovelhas perdidas da casa de Israel. Pelo caminho, proclamai que está perto o reino dos Céus. Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, sarai os leprosos, expulsai os demónios. Recebestes de graça, dai de graça».
compreender a palavra
Esta palavra, em tempo de Advento, adquire um significado mais profundo na medida em que mostra em Jesus a realização de todas as promessas feitas por Deus ao seu povo. Israel é como um rebanho de ovelhas sem pastor. Jesus é o Pastor enviado por Deus para reunir, cuidar, curar e alentar cada ovelha a fim de reconstruir o rebanho e trazer ao coração de Deus o coração do seu povo. A compaixão é o sinal por excelência desta ação de Deus em Jesus. A esta missão são associados os discípulos, os doze e todos os que, ao longo dos tempos, tomem o seu lugar com palavras e gestos libertadores em nome de Jesus.
meditar a palavra
Hoje, como ontem, muitos homens vivem este sentido de abandono, de orfandade, em relação a Deus. Perdidos no meio do mundo e no meio da vida não encontram caminho seguro por onde caminhar. Seduzidos por tudo quanto os olhos veem e aprisionados pelo que o coração faminto consegue agarrar, são como ovelhas sem pastor. Hoje, sou convidado a pedir ao Senhor da Messe que envie trabalhadores para a sua messe. Pedir homens e mulheres, jovens e crianças capazes de abrir caminhos para ir ao encontro daquele que os pode libertar, Jesus Cristo o Bom Pastor.
rezar a palavra
Jesus, Pastor de Israel e de toda a humanidade, vem até nós e ilumina os nossos olhos com o teu olhar. Abre os nossos ouvidos com a tua palavra, solta a nossa língua com o teu sopro divino, agiliza os nossos pés com a tua vida e liberta os nossos corações para nos reencontrarmos em ti e nos compadecermos dos que andam perdidos.
compromisso
Compadeço-me dos meus irmãos que experimentam o vazio interior.