S. Isabel da Hungria, religiosa
Memória
Isabel era filha de André II, rei da Hungria, e nasceu no ano 1207. Ainda muito jovem foi dada em matrimónio a Luís IV, landgrave da Turíngia, e teve três filhos. Dedicou‑se a uma vida de intensa meditação das realidades celestes e de caridade para com o próximo. Depois da morte de seu marido, renunciou aos seus bens e retirou-se, em Marburgo, cidade da Alemanha. Terceira Franciscana, fundou nessa cidade um hospital onde ela mesma cuidava os enfermos. Morreu aos vinte e cinco anos, no dia 17 de novembro do ano 1231.

Leitura I Ap 5, 1-10

Eu, João, vi na mão direita d’Aquele que estava sentado no trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos. Vi também um Anjo poderoso, que proclamava em alta voz: «Quem é digno de abrir o livro e quebrar os seus selos?». Mas ninguém, nem no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro nem olhar para ele. Eu chorava muito, porque não se encontrava ninguém que fosse digno de abrir o livro nem de olhar para ele. Disse-me então um dos Anciãos: «Não chores! O leão da tribo de Judá, o descendente de David, alcançou a vitória; Ele abrirá o livro e os seus sete selos». Vi então, entre o trono e os quatro Seres Vivos e os Anciãos, um Cordeiro de pé, que parecia ter sido imolado. Tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus, enviados por toda a terra. O Cordeiro foi receber o livro da mão direita d’Aquele que estava sentado no trono. Quando o Cordeiro recebeu o livro, os quatro Seres Vivos e os vinte e quatro Anciãos prostraram-se diante d’Ele, cada um com uma harpa e taças de ouro cheias de perfumes, que são as orações dos santos. E cantavam um cântico novo, dizendo: «Sois digno de receber o livro e de abrir os selos, porque fostes imolado e resgatastes para Deus, com o vosso sangue, homens de toda a tribo, língua, povo e nação, e fizestes deles, para o nosso Deus, um reino de sacerdotes, que reinarão sobre a terra».

compreender a palavra
Na segunda visão, João vê o livro na mão de Deus que contém os mistérios nunca lidos, não conhecidos, escondidos em Deus desde toda a eternidade. Ninguém pode abrir este livro porque ninguém tem dignidade para o fazer. Surge, então, um ancião que revela o único que pode abrir este livro e chama-lhe leão de Judá, descendente de David porque alcançou vitória. João vê o Cordeiro que está junto do trono de Deus, um cordeiro imolado, que recebe o livro da mão de Deus e todos cantam o cântico novo: “Sois digno de receber o livro e de abrir os selos, porque fostes imolado e resgatastes para Deus, com o vosso sangue, homens de toda a tribo, língua, povo e nação, e fizestes deles, para o nosso Deus, um reino de sacerdotes, que reinarão sobre a terra”.

meditar a palavra
O Cordeiro Imolado é Jesus, descendente de David, que saiu vitorioso da morte. Só ele pode receber e abrir o livro fechado com sete selos, pois não há nenhum nome nem no céu nem na terra, no qual possamos ser salvos a não ser no nome de Jesus. Ele encontra-se, agora, junto de Deus e recebe o louvor dos anciãos porque passou pela prova definitiva da paixão, na qual derramou o seu sangue e experimentou a morte, mas está vivo para sempre. É nele que colocamos a nossa confiança. O nosso salvador não é um messias terreno que nos livra das opressões deste mundo, mas um messias que abre as portas do céu e oferece um lugar junto do trono de Deus, para aqueles que se renovam no seu sangue.

rezar a palavra
Abre a página do livro da minha vida, Senhor, e revela o segredo do amor com que me amas eternamente e me salvas continuamente de mim mesmo e das minhas limitações que desfiguram a tua imagem. Lava-me no sangue derramado na cruz e mostra-me a dignidade com que me criaste, para que o meu coração cante o cântico novo: “Sois digno de receber o livro e de abrir os selos, porque fostes imolado e resgatastes para Deus, com o vosso sangue, homens de toda a tribo…”.

compromisso
Reconhecer o cordeiro imolado é deixar-se lavar no sangue derramado na cruz.

Evangelho Lc 19, 41-44

Naquele tempo, quando Jesus Se aproximou de Jerusalém, ao ver a cidade, chorou sobre ela e disse: «Se ao menos hoje conhecesses o que te pode dar a paz! Mas não. Está escondido a teus olhos. Dias virão para ti, em que os teus inimigos te rodearão de trincheiras e te apertarão de todos os lados. Esmagar-te-ão a ti e aos teus filhos e não deixarão em ti pedra sobre pedra, por não teres reconhecido o tempo em que foste visitada».

compreender a palavra
Ao aproximar-se de Jerusalém, Jesus chora e lamenta que a cidade não tenha conhecido e mesmo agora não conheça aquele que lhe pode dar a paz. Depois fala do futuro, indicando o destino trágico da cidade “por não ter reconhecido”. Jerusalém, cidade da paz, não tem paz nem aceita Jesus, aquele que lhe pode dar a paz. Fechada aos mensageiros de Deus, vai levar à morte o próprio Filho de Deus. A cidade vai ser destruída porque não reconhece aquele que traz a paz.

meditar a palavra
Reconhecer. A palavra de hoje é esta, “conhecer”, “reconhecer” aquele que pode trazer paz à minha vida. Jesus é aquele que pode transformar tudo em mim. Ele pode alterar todas as coisas da minha vida. A derrocada pode ser evitada se eu abrir as portas a Jesus. Posso evitar ser invadido, posso impedir que me assaltem os inimigos, se deixar entrar Jesus a fazer parte da minha vida. Jesus chora diante de mim ao ver que tenho tudo para ser feliz, para experimentar a paz, para viver uma vida nova e que não sei usar todos os meus dons nesse sentido porque não o reconheço. Não quero ficar indiferente diante das lágrimas de Jesus.

rezar a palavra
Eu quero reconhecer que só tu me podes dar a paz, Senhor. Eu quero ser lugar onde tu entras e não deixas entrar os inimigos. Eu quero ser muralha forte, baluarte seguro pela tua presença em mim. Concede-me a graça de ser salvo pelas tuas lágrimas.

compromisso
Quero acolher a lágrimas de Jesus por mim como bênção para viver na sua paz.