S. Carlos Borromeu, bispo
Memória
Carlos Borromeu nasceu em Arona, na Lombardia, no ano 1538. Nomeado cardeal por Pio IV, seu tio materno, e eleito bispo de Milão, foi um verdadeiro pastor da Igreja. Solícito pelas necessidades da Igreja do seu tempo, visitou várias vezes toda a diocese, convocou sínodos, erigiu seminários para a formação do clero e promoveu por todos os meios a renovação da vida cristã. Morreu no dia 3 de novembro de 1584.
Leitura I (anos ímpares) Rm 14, 7-12
Irmãos: Nenhum de nós vive para si mesmo e nenhum de nós morre para si mesmo. Se vivemos, vivemos para o Senhor, e se morremos, morremos para o Senhor. Portanto, quer vivamos quer morramos, pertencemos ao Senhor. Na verdade, Cristo morreu e ressuscitou para ser o Senhor dos mortos e dos vivos. Mas tu, porque julgas o teu irmão? Porque desprezas o teu irmão? Todos havemos de comparecer diante do tribunal de Deus, como está escrito: «Por minha vida, diz o Senhor, todo o joelho se dobrará diante de Mim e toda a língua dará glória a Deus». Portanto, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus.
compreender a palavra
A partir de duas certezas, Paulo, apresenta a condição do crente diante de Deus e diante do irmão. Todos pertencemos ao Senhor e todos temos que dar contas de nós mesmos a Deus. Esta dupla consciência altera em tudo a relação com Deus, porque, “quer vivamos quer morramos pertencemos ao Senhor”, e diante do irmão, a quem não devemos julgar porque também nós seremos julgados.
meditar a palavra
Assumir a vida como se ela nos pertencesse radicalmente, sem que a tivéssemos recebido e a tivéssemos nas mãos para sempre como nossa, é um engano. Nenhum de nós pode acrescentar um segundo à sua vida ou recusar-se a morrer ou a sofrer determinadas vicissitudes. A vida não nos pertence de todo, recebemo-la e teremos que prestar contas dela a Deus. Paulo diz, “quer vivamos quer morramos, pertencemos ao Senhor”. Podemos aceitar ou não o Senhor, mas não podemos fugir desta situação. Portanto, quem nos julgamos diante dos outros? Se todos recebemos de Deus o que somos, poderemos julgar os outros? Somos senhores de alguém ou de alguma coisa? Não será leviandade da nossa parte querer julgar os outros, nós que teremos também que “comparecer no tribunal de Deus”? Só Cristo é o Senhor e a atitude certa é ajoelhar diante dele.
rezar a palavra
“Não julgueis e não sereis julgados”, estas são as tuas palavras, Senhor. Sempre me alertas para a minha condição de servo e de irmão. Diante dos outros sou irmão e não senhor e diante de ti sou servo e não auto suficiente. Ensina-me, Senhor, a não julgar para não ser julgado, a não condenar para não ser condenado, a perdoar para ser perdoado.
compromisso
Humildemente quero reconhecer o meu lugar diante de Deus e aceitar que sou irmão de todos na igualdade de filhos amados em Jesus Cristo.
Evangelho Lc 15, 1-10
Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus, para O ouvirem. Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Este homem acolhe os pecadores e come com eles». Jesus disse-lhes então a seguinte parábola: «Quem de vós, que possua cem ovelhas e tenha perdido uma delas, não deixa as outras noventa e nove no deserto, para ir à procura da que anda perdida, até a encontrar? Quando a encontra, põe-na alegremente aos ombros e, ao chegar a casa, chama os amigos e vizinhos e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida’. Eu vos digo: Assim haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se arrependa, do que por noventa e nove justos que não precisam de arrependimento. Ou então, qual é a mulher que, possuindo dez dracmas e tendo perdido uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e procura cuidadosamente a moeda, até a encontrar? Quando a encontra, chama as amigas e vizinhas e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a dracma perdida’. Eu vos digo: Assim haverá alegria entre os Anjos de Deus por um só pecador que se arrependa».
compreender a palavra
O capítulo 15 de Lucas está estruturado com uma introdução e três parábolas explicativas da atitude de Jesus para com os pecadores, como resposta aos fariseus e escribas. O texto deixa de fora a parábola do Filho Pródigo pelo que escutamos apenas duas das três parábolas. Os publicanos e os pecadores escutam Jesus com muita atenção e são acolhidos por Ele, mas os fariseus e escribas murmuram. Às críticas dos fariseus, Jesus responde em parábolas. Jesus quer chamar a atenção dos fariseus para a verdade que se esconde por detrás das atitudes. O pastor ou a mulher são o próprio Jesus, a ovelha ou a dracma perdida são os pecadores, os amigos e as vizinhas são os fariseus. Jesus mostra-lhes que quem está fora da festa são eles. Jesus realiza a sua missão e fica feliz, os pecadores mudam a sua vida e ficam felizes e os fariseus murmuram. No final de cada parábola Jesus recorda que, a alegria que sentem é como a do céu.
meditar a palavra
Diante das circunstâncias cada um toma a sua posição. Podemos escolher estar dentro da cena ou ficar de fora murmurando. Jesus ensina-me que, se eu aceitar empenhar-me na relação com os outros, encontro a alegria e participo da festa. Mas se escolher ficar de fora a murmurar, nunca experimentarei o sabor da alegria.
rezar a palavra
Tu sabes, Senhor, que me custa apostar à primeira em muitas propostas e aceitar sem mais, alguns convites. Estar com os outros, alegrar-me com eles, com as suas razões e fazer festa pelas suas causas. Prefiro ficar à margem para poder criticar sempre que as coisas não correm bem ou não são como eu queria. Ensina-me, Senhor, a dar as mãos aos outros para construir com eles a alegria de um mundo melhor, onde todos são aceites e tratados com dignidade.
compromisso
Vou avaliar melhor as situações em que posso participar e colaborar para a alegria de todos.