LEITURA I Ez 36, 23-28
«Manifestarei a santidade do meu grande nome, profanado por vós entre as nações para onde fostes. E as nações reconhecerão que Eu sou o Senhor – oráculo do Senhor Deus – quando a seus olhos Eu manifestar a minha santidade, a vosso respeito. Então retirar-vos-ei de entre as nações, reunir-vos-ei de todos os países, para vos restabelecer na vossa terra. Derramarei sobre vós água pura e ficareis limpos de todas as imundícies; e purificar-vos-ei de todos os falsos deuses. Dar-vos-ei um coração novo e infundirei em vós um espírito novo. Arrancarei do vosso peito o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne. Infundirei em vós o meu espírito e farei que vivais segundo os meus preceitos, que observeis e ponhais em prática as minhas leis. Habitareis na terra que dei a vossos pais; sereis o meu povo e Eu serei o vosso Deus».
Compreender a Palavra
Alarga-se a esperança de Israel ao ouvir a Palavra do Senhor anunciada por Ezequiel. Cativo em terra estrangeira, o povo perde a esperança de ser livre e voltar à sua terra, a terra prometida a Abraão. A sua situação é resultado de um modo de viver que profanou o nome do Senhor diante de todas as nações. Agora, o próprio Senhor vai restaurar o seu povo. Será um novo povo, renascido das águas e purificado pelo Espírito, renovado no íntimo do coração.
Meditar a Palavra
O coração de pedra afasta do Senhor o povo por ele conduzido através do deserto para a terra da liberdade. Longe do Senhor, revolve-se na imundície dos seus pecados incapaz de se libertar a si mesmo. Desta forma o nome do Senhor é profanado diante de todos. Quem acredita em tudo o que se disse do Senhor no passado. Quem acredita em tudo o que o Senhor fez por este povo caído na lama. Mas o Senhor não abandona o seu povo. Por maior que seja o seu pecado, por muito mal que tenha feito, o Senhor é o seu Deus e este povo sujo pelo pecado continua a ser o povo do Senhor. Por isso vai enviar a água, vai infundir o seu Espírito, e transformar o coração de pedra em coração de carne. Em Jesus, esta palavra tem o seu pleno cumprimento. Pelo Batismo lava-nos de toda a imundície, pelo Espírito renova em nós a vida divina e pelo amor entregue na cruz renova o nosso coração.
Rezar a Palavra
Arranca o meu coração de pedra, Senhor e lava-me continuamente nesta água do batismo que recebi. Infunde em mim o teu Espírito, Senhor e devolve-me a alegria que o meu pecado transformou em tristeza e faz-me viver de ti, do teu amor.
Compromisso
Analiso o meu coração nos sentimentos mais profundos diante do Senhor para que ele o transforme.
Evangelho: Mt 22, 1-14
Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se de novo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo e, falando em parábolas, disse-lhes: «O reino dos Céus pode comparar-se a um rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho. Mandou os servos chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram vir. Mandou ainda outros servos, ordenando-lhes: ‘Dizei aos convidados: Preparei o meu banquete, os bois e cevados foram abatidos, tudo está pronto. Vinde às bodas’. Mas eles, sem fazerem caso, foram um para o seu campo e outro para o seu negócio; os outros apoderaram-se dos servos, trataram-nos mal e mataram-nos. O rei ficou muito indignado e enviou os seus exércitos, que acabaram com aqueles assassinos e incendiaram a cidade. Disse então aos servos: ‘O banquete está pronto, mas os convidados não eram dignos. Ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas todos os que encontrardes’. Então os servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala do banquete encheu-se de convidados. O rei, quando entrou para ver os convidados, viu um homem que não estava vestido com o traje nupcial e disse-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?’ Mas ele ficou calado. O rei disse então aos servos: ‘Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o às trevas exteriores; aí haverá choro e ranger de dentes’. Na verdade, muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos».
Compreender a Palavra
O texto oferece-nos o tema do reino dos céus e descreve-o como um banquete para o qual o rei manda entregar convites aos convidados. A festa está preparada, são as bodas do filho do rei, os convidados são essenciais para que haja festa, mas os convidados não comparecem e tomam uma atitude de força frente ao rei, não são dignos. Ainda assim, o rei insiste no convite mas obtém a mesma resposta porque os convidados estavam ocupados com as suas coisas, não são dignos. Alguns dos convidados foram mais longe e mataram os servos do rei. O rei manda então matar os assassinos e decide mudar de convidados enviando convites a todos os que encontrarem, maus e bons. A festa tem que se realizar porque são as bodas do filho do rei e os convidados são essenciais para a festa. Se os primeiros não eram dignos convidam-se os últimos. A sala enche-se mas o rei dá pela presença de alguém que não tem o traje nupcial. Os convidados são todos os que se puderam encontrar, foram apanhados de surpresa, diz o texto que são bons e maus. O rei pede agora um traje nupcial. “Como entraste aqui…? Seria o único que não tinha o traje próprio. Mas os convidados eram os pobres, os desprevenidos, os bons e maus. O rei não recebe resposta e isso é sintomático. Aquele homem, não se preparou para a festa com o traje nupcial porque a festa não lhe interessa. Não participa, Não faz festa com o rei. Não se alegra com os outros. Foi por ir e come à custa do rei sem valorizar o convite que lhe foi feito.
Meditar a Palavra
A força da parábola interroga a minha vida. Por um lado sou questionado sobre as ocupações da minha vida que me impedem de participar na festa das núpcias do filho do rei, nas bodas do Cordeiro que é Jesus. Reduzo a minha vida às minhas ocupações e reajo até mal, contra os que me chamam para a festa. Por outro lado questiono-me sobre o meu desinteresse quando vou ao banquete. A minha presença não é de qualidade, não me preparo porque não quero e a festa não significa nada para mim.
Rezar a Palavra
A tua festa, Senhor, não se faz sem convidados. De muitos modos e através de muitas pessoas mostras-me a alegria que tens pela minha presença, mas eu ando demasiado ocupado para te ouvir, para aceitar o teu convite. No fundo o meu interesse é pouco. Parece que não dou grande importância ao banquete que preparas para mim. Ajuda-me, Senhor, a desprender-me dos meus interesses para procurar a alegria da tua festa.
Compromisso
Quero experimentar a alegria de participar na festa de Deus.