S. João de Brito, presbítero e mártir
Memória
João de Brito nasceu em Lisboa (Portugal), no dia 1 de março de 1647, de família nobre. Entrou na Companhia de Jesus e, ordenado presbítero, embarcou para as missões da Índia, onde trabalhou no meio de grandes sofrimentos e perseguições, mas também com grande fruto apostólico. Em Oriur, localidade do reino do Maravá, na Índia, depois de ter convertido muitos à fé, adaptando-se à vida e costumes dos ascetas daquela região, coroou a sua vida com um glorioso martírio, no dia 4 de fevereiro de 1693.
Leitura I Heb 12, 18-19.21-24
Irmãos: Vós não vos aproximastes de uma realidade sensível, como os israelitas no monte Sinai: o fogo ardente, a nuvem escura, as trevas densas ou a tempestade, o som da trombeta e aquela voz tão retumbante que os ouvintes suplicaram que não lhes falasse mais. Era tão terrível o espetáculo que Moisés exclamou: «Estou aterrorizado e a tremer». Vós aproximastes-vos do monte Sião, da cidade do Deus vivo, a Jerusalém celeste, de muitos milhares de Anjos em reunião festiva, de uma assembleia de primogénitos inscritos no Céu, de Deus, juiz do universo, dos espíritos dos justos que atingiram a perfeição e de Jesus, mediador da nova aliança.
compreender a palavra
A carta aos Hebreus recorda a manifestação de Deus no Sinai através de fogo, tempestade, trombetas e a voz retumbante que assustou o povo e até o próprio Moisés. Em oposição a esta manifestação ao autor da carta fala de um outro modo de Deus se manifestar. Não já pelo medo, mas pela proximidade com os anjos, com Deus e com Jesus, num ambiente festivo, numa assembleia de redimidos graças à nova aliança.
meditar a palavra
Jesus veio retirar o medo da relação com Deus. A partir de agora Deus é o Pai de quem todos se podem aproximar. Nós, pela conversão operada através da escuta da Palavra e do Batismo, sacramento que nos purifica, ao participarmos no mistério da morte e ressurreição de Cristo, podemos entrar nesta assembleia festiva e aproximar-nos do Deus vivo, sentar-nos à sua mesa e experimentar a sua alegria.
rezar a palavra
As nossas assembleias litúrgicas, Senhor, são lugar onde nos aproximamos de ti e experimentamos a alegria de estar contigo à mesa. Estas celebrações são para nós a esperança certa de que um dia estaremos sentados contigo no reino dos céus, livres para contemplar o mistério do amor. Ensina-nos a celebrar estes mistérios nas nossas Eucaristias e a fazer delas um modelo de alegria e de festa por estarmos contigo.
compromisso
Vou mudar a minha forma de me aproximar de Deus na celebração litúrgica.
Evangelho Mc 6, 7-13
Naquele Tempo, Jesus chamou os Doze e começou a enviá-los dois a dois e deu-lhes poder sobre os espíritos malignos. Ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, a não ser um cajado: nem pão, nem alforge, nem dinheiro no cinto; que fossem calçados com sandálias e não levassem duas túnicas. E disse-lhes também: «Em qualquer casa em que entrardes, ficai nela até partirdes dali. E se não fordes recebidos numa localidade, se os seus habitantes não vos ouvirem, ao sair de lá, sacudi o pó dos vossos pés, em testemunho contra eles.» Eles partiram e pregavam o arrependimento, expulsavam numerosos demónios, ungiam com óleo muitos doentes e curavam-nos.
compreender a palavra
Estamos diante de um momento particularmente importante. Jesus chama os Doze e envia-os com o seu próprio poder. Os Doze foram chamados para serem enviados e não para serem um grupo fechado. Recebem de Jesus as instruções necessárias. Estas instruções mostram a liberdade com que os discípulos de Cristo vivem diante do mundo e a confiança com que enfrentam as adversidades. No final vemos como os Doze realizaram a missão que Jesus lhes confiou.
meditar a palavra
Esta liberdade total incomoda. Discípulos de Cristo apenas com um cajado nas mãos. O homem eleva-se acima das coisas do mundo e não coloca nelas a sua confiança. Chega a ser assustador. Pensar que de repente me vejo apenas com um cajado nas mãos. Esta liberdade não parece ser possível nos nossos dias. Diante desta liberdade sinto que ainda não passei do conhecimento de Cristo para a experiência vital com Ele. Só Ele me pode fazer experimentar esta liberdade como uma forma totalmente outra de me realizar.
rezar a palavra
Senhor, o modo como te apresentas no mundo e propões aos teus discípulos que se apresentem é sedutora, mas também assustadora. Essa liberdade do nada ter, a liberdade de a ninguém se prender amando a todos, esse estar acima das circunstâncias e do mal (dos espíritos impuros) atrai o meu coração. Mas, ao mesmo tempo vejo-me seduzido pelas sandálias, pelas túnicas, pelo dinheiro. E também sinto que me tenho que refugiar num grupo de amigos que me elogiam. E também sinto a atração para o mal que quero expulsar. Faz-me experimentar, como aos apóstolos, que estar contigo e viver por ti vale mais que todos os reinos da terra.
compromisso
Hoje vou-me desprender de algo que me tem seduzido e me impede de amar a Deus.