Ester 4, 17 n. p-r. aa-bb.gg-hh

Naqueles dias, a rainha Ester, tomada de angústia mortal, procurou refúgio no Senhor e fez esta súplica ao Senhor, Deus de Israel: «Meu Senhor, nosso único Rei, vinde socorrer-me, porque estou só e não tenho outro auxílio senão Vós e corre perigo a minha vida. Desde criança, ouvi dizer na minha tribo paterna que Vós, Senhor, escolhestes Israel entre todos os povos e os nossos pais entre os seus antepassados, para serem a vossa herança perpétua, e cumpristes tudo o que lhes tínheis prometido. Lembrai-Vos de nós, Senhor, e manifestai-Vos no dia da nossa tribulação. Fortalecei-me, Rei dos deuses e Senhor dos poderosos. Ponde em meus lábios palavras harmoniosas, quando estiver na presença do leão, e mudai o seu coração, para que deteste o nosso inimigo e o arruíne com todos os seus cúmplices. Livrai-nos com a vossa mão; vinde socorrer-me no meu abandono, porque não tenho ninguém senão Vós, Senhor».

Compreender a Palavra

Este pequeno texto do livro de Ester, apresenta a rainha num momento de aflição e angústia. No meio da sua provação experimenta a solidão e só pode contar com o Senhor. A única saída é a oração. Depois de invocar o Senhor e suplicar o seu auxílio, recorda o que Deus fez no passado e lhe foi contado pelos seus antepassados “desde criança, ouvi dizer…”. Tudo o que Deus disse ele o fez cumprir-se em favor do seu povo. Esta garantia dá à rainha motivo para confiar a sua causa às mãos de Deus: “Lembrai-Vos de nós, Senhor, e manifestai-Vos no dia da nossa tribulação… Livrai-nos com a vossa mão… vinde socorrer-me no meu abandono”. Por fim, uma última súplica que é reconhecimento de incapacidade “não tenho ninguém senão vós, Senhor”.

Meditar a Palavra

Hoje, no lugar da rainha, estou eu. No meio das minhas aflições humanas, materiais ou espirituais, encontro-me só, debilitado, incapaz de responder diante das forças adversas que me impedem a liberdade, a vida, a alegria. Na solidão de quem não tem forças para enfrentar o inimigo que se apresenta mais forte e poderoso, só tenho uma saída. O Senhor é o meu auxílio. Esta certeza é-me dada pelo testemunho de muitos que antes de mim confiaram no poder de Deus contra as adversidades. Os meus pais, os que me transmitiram a fé, os que receberam a graça de se verem salvos das suas aflições, eles contaram-me o que o Senhor fez nas suas vidas. Essa certeza leva-me a confiar e a dizer: o Senhor vai libertar-me dos meus inimigos.

Rezar a Palavra

Senhor, Deus de meus pais, que de tantas formas te fizeste presente nas suas vidas e de modos tão diversos te manifestaste a eles libertando-os nas suas angústias, vem em meu auxílio, sê, hoje, também para mim, o salvador, pois só em ti ponho a minha confiança.

Compromisso

Vou transmitir aos que experimentam a fragilidade como eu, a confiança no Senhor que salva os corações atribulados.

 

 

Evangelho: Mt 7, 7-12
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Pedi e dar-se-vos-á, procurai e encontrareis, batei à porta e abrir-se-vos-á. Porque todo aquele que pede recebe, quem procura encontra e a quem bate à porta abrir-se-á. Qual de vós dará uma pedra a um filho que lhe pede pão, ou uma serpente se lhe pedir peixe? Ora, se vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai que está nos Céus as dará àqueles que Lhas pedem! Portanto, o que quiserdes que os homens vos façam fazei-lho vós também: esta é a Lei e os Profetas».

Compreender a Palavra
O texto de hoje faz parte do Sermão da Montanha. Jesus incentiva os discípulos à confiança. Vale a pena bater à porta de Deus porque Ele nos atende como um pai atende um filho. O segredo é uma vida activa: pedi, procurai, batei.

Meditar a Palavra
Vejo-me muitas vezes a querer tudo feito, sem trabalho, sem esforço, sem preocupação. Entendo que Deus devia fazer por mim, para que eu não sofra nem passe por dificuldades que me complicam a vida. Outras vezes encho-me do orgulho de quem não precisa de ninguém e não peço nada. Não preciso, eu faço, eu consigo sozinho, eu sou capaz. Jesus pede-me a dedicação de quem procura e a humildade de quem pede porque o Pai não rejeita aqueles que lhe batem à porta.

Rezar a Palavra
Diante de ti, Senhor, como filho que confia, e à tua porta como pedinte que estende a mão. É assim que me encontro hoje. Olho-me na minha pobreza humana e reconheço que preciso de ti porque me faltam a túnica, o anel, as sandálias e o beijo. Mas vejo-me também na minha condição de filho e sinto-me amado na tua casa e saciado à tua mesa. Dá-me, Senhor a alegria da tua salvação.
Compromisso
Com humildade vou pedir ao Pai os dons espirituais de que mais necessito para fazer uma verdadeira conversão.