Efésios 6, 1-9 

Filhos, obedecei aos vossos pais, no Senhor, como é justo: «Honra pai e mãe» é o primeiro mandamento acompanhado de uma promessa: «para que sejas feliz e tenhas vida longa sobre a terra». Pais, não exaspereis os vossos filhos, mas educai-os com a disciplina e os conselhos inspirados pelo Senhor. Servos, obedecei aos vossos senhores terrenos, como a Cristo, com temor e respeito e na simplicidade de coração; não com a submissão aparente de quem pretende agradar aos homens, mas como servos de Cristo, que com toda a alma fazem a vontade de Deus. Servi de bom grado, como se servísseis ao Senhor e não a homens, pois sabeis que cada um receberá do Senhor a recompensa do bem que tiver praticado, quer seja escravo ou homem livre. E vós, senhores, tratai os vossos servos do mesmo modo; evitai as ameaças, pois sabeis que tanto eles como vós tendes o mesmo Senhor, que está no Céu e não faz distinção de pessoas.

Compreender a Palavra

Pais, filhos, servos ou senhores todos servem a Cristo. Paulo não se cansa de proclamar que em Cristo já não há homem nem mulher, grego o judeu, escravo ou livre, todos estão ao serviço de Cristo. Os filhos obedecem aos pais “no Senhor”, os pais educam os filhos “inspirados pelo Senhor”, os servos obedecem aos senhores “como a Cristo”, os senhores tratam os servos sabendo que todos têm “o mesmo Senhor”. As relações humanas entre os cristãos encontram a sua inspiração em Cristo e reconhecem que em tudo deve estar a atitude de serviço aos outros como quem serve a Cristo. Não servimos homens servimos a Cristo, diz Paulo.

Meditar a Palavra

A grande dificuldade está nas relações entre as pessoas, tendo em conta a diversidade de situações sociais. Paulo não interfere na organização social como era seu desejo, mas exige que os cristãos aprendam uma nova forma de relação. Os pais continuam a ser pais e os filhos devem obedecer-lhes, os servos continuam a ser servos e obedecem ao seu senhor mas este trata-os com dignidade sabendo que têm o mesmo Deus de quem vem a recompensa para uns e para outros. Obedecer, não exasperar, não ameaçar mas servir como a Cristo. A referência é sempre Cristo. Submeter-se não aos homens mas a Cristo em todas as situações e em todas as tarefas transforma a relação entre as pessoas em encontros com Cristo.

Rezar a palavra

O teu jugo é suave e a tua carga é leve, Senhor, por isso nos pedes que nos aproximemos de ti, nós os que andamos cansados e oprimidos. Tu és o Senhor que todos desejam servir porque não sobrecarregas, não oprimes, nem ameaças. Tu és o Senhor que ama e dá a vida pelos seus servos. Ensina-nos a servir-te com amor naqueles que estão connosco, os pais, os filhos, os empregados, os patrões, os alunos, os professores os colegas amigos e inimigos, vendo em cada um a tua presença que a todos recompensará.

Compromisso

Ver Cristo nos outros é o caminho mudar as relações humanas.


Evangelho: Lc 13, 22-30

Naquele tempo, Jesus dirigia-Se para Jerusalém e ensinava nas cidades e aldeias por onde passava. Alguém Lhe perguntou: «Senhor, são poucos os que se salvam?». Ele respondeu: «Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque Eu vos digo que muitos tentarão entrar sem o conseguir. Uma vez que o dono da casa se levante e feche a porta, vós ficareis fora e batereis à porta, dizendo: ‘Abre-nos, senhor’; mas ele responder-vos-á: ‘Não sei donde sois’. Então começareis a dizer: ‘Comemos e bebemos contigo e tu ensinaste nas nossas praças’. Mas ele responderá: ‘Repito que não sei donde sois. Afastai-vos de mim, todos os que praticais a iniquidade’. Aí haverá choro e ranger de dentes, quando virdes no reino de Deus Abraão, Isaac e Jacob e todos os Profetas, e vós a serdes postos fora. Virão muitos do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e sentar-se-ão à mesa no reino de Deus. Há últimos que serão dos primeiros e primeiros que serão dos últimos».

Compreender a Palavra

A palavra mostra-nos Jesus a caminho de Jerusalém, ensinando por todas as cidades onde entrava. A sua mensagem interroga as pessoas que chegam a fazer-lhe perguntas, como acontece na referência de hoje: “Senhor, são poucos os que se salvam?” Na resposta Jesus serve-se do símbolo da porta para indicar que não é fácil e por isso nem todos entrarão. O Reino aparece como um lugar onde se realiza um banquete e corre-se o risco de não poder entrar nele e participar na festa. Ficar de fora será uma desgraça, mas entrar implica uma mudança de papéis. Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros.

Meditar a Palavra

A resposta de Jesus aquele homem põe a minha vida de sobreaviso. A preocupação pela salvação há-de corresponder, na minha vida, à decisão de empregar todos os meios e fazer todos os esforço por entrar no Reino. Não é fácil, diz Jesus, muitos ficarão fora por não terem adquirido os créditos necessários para entrar. Não adianta ter comido e bebido com o Mestre, porque o Reino de Deus não é uma questão de comida e bebida, mas de fazer a vontade do Pai, ou seja, é uma questão de adaptar a minha vida às dimensões da porta pela qual devo entrar no Reino da graça e não no reino da perdição. Parece-me que percebi. Devo ser o último e não o primeiro.

Rezar a Palavra

Jesus, estou à tua porta, e quero entrar. Sei que não adquiri ainda a dimensão necessária para entrar. Sei que preciso diminuir e deixar os outros crescerem. Ensina-me esse caminho da humildade, da pequenez. Ensina a ser servo e escravo. Ensina-me o serviço e a dádiva para poder entrar no teu Reino e experimentar a alegria da tua salvação.

Compromisso

Quero exercitar-me na humildade do servo que dispõe ao serviço.