Nota histórica

A Igreja celebra a solenidade do Nascimento de São João Batista, o Precursor do Senhor, que já no seio materno, por virtude do Espírito Santo, exultou de alegria com a vinda da salvação humana, profetizando, com o próprio nascimento, o Senhor Jesus Cristo. De tal modo se manifestou nele a graça divina, que o próprio Senhor disse a seu respeito: «Entre os filhos de mulher, não apareceu ninguém maior do que João Batista». É o único santo, além da Mãe do Senhor, do qual se celebra não só o nascimento para o céu, mas também o nascimento segundo a carne.

Missa da vigília

LEITURA I Jr 1, 4-10

No tempo de Josias, rei de Judá, o Senhor dirigiu-me a palavra, dizendo: «Antes de te formar no ventre materno, Eu te escolhi; antes que saísses do seio de tua mãe, Eu te consagrei e te constituí profeta entre as nações». Então eu disse: «Ah, Senhor Deus, mas eu não sei falar, porque sou uma criança». O Senhor respondeu-me: «Não digas: ‘Sou uma criança’, porque irás ao encontro daqueles a quem Eu te enviar e dirás tudo quanto Eu te mandar dizer. Não tenhas receio diante deles, porque Eu estou contigo, para te salvar – diz o Senhor». Depois o Senhor estendeu a mão, tocou-me na boca e disse-me: «Eu ponho as minhas palavras na tua boca. Hoje dou-te poder sobre os povos e os reinos, para arrancar e destruir, para arruinar e demolir, para edificar e plantar».

compreender a palavra
Jeremias fala da sua própria vocação. O Senhor dirigiu-lhe a palavra quando ele era ainda muito jovem. O chamamento de Deus é muito comum aos de outros personagens bíblicos particularmente de outros profetas, Isaías e Ezequiel. No caso de Jeremias, é ele quem conta o que lhe sucedeu na juventude. O relato é escrito quando ele já amadureceu o acontecimento da juventude. Não fala de nenhuma manifestação extraordinária de Deus, diz apenas que o Senhor lhe falou. O profeta diz que o Senhor o escolheu. Esta eleição foi feita ainda ele não tinha nascido. Ainda ele não existia. Deus pensou nele para aquela missão e ele é concebido no seio materno em ordem a essa missão. O Senhor consagra-o, isto é, guarda-o com exclusividade para si e para a missão. Ele tinha sido consagrado como sacerdote, mas tinha uma consagração anterior a essa, o Senhor tinha-o consagrado antes de nascer. Ser profeta é anterior a ser sacerdote. O Senhor envia-o com missão universal. Será profeta entre as nações. A objeção do profeta não é relevante. O facto de ser ainda crianças, como ele diz, não é importante. Todos os chamados encontram em si alguma limitação. O Senhor não se preocupa com as objeções. O que o profeta sente, antes de mais é medo, temor, diante da missão. Por isso, o Senhor se impõe, toca-o, coloca nele a sua palavra e intima-o a que não tema.

meditar a palavra
A experiência de Jeremias, vemo-la espelhada na vida de João Batista. Chamado e consagrado no seio materno, João encarna uma missão maior do que ele, que já tinha sido anunciada anteriormente, de ser o precursor do Messias, Salvador. O medo pode apoderar-se daqueles que acolhem na sua vida uma missão profética, pois a missão é maior do que o homem. Só aquele que escolhe e consagra pode vencer o medo que nos assalta. Só a segurança no seu poder e no poder da sua palavra faz arriscar tudo na missão. Deus parece não estar muito preocupado com o que possa acontecer ao profeta por causa da radicalidade da palavra que tem que anunciar. Incomodar o poder instituído pode custar a vida do profeta. Tanto Jeremias como João Batista têm muito a dizer sobre este risco. Deus não está preocupado porque ele pode fazer surgir a vida da morte. Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma, dirá Jesus.

rezar a palavra
Senhor, também pensaste em mim antes de ter sido concebido no seio de minha mãe e me escolheste para acolher em mim a palavra que devo anunciar ao mundo. No meu batismo constituíste-me, profeta, sacerdote e rei. Não posso esconder esta missão e fingir que não fui escolhido, chamado e consagrado por ti, Que o medo não me impeça de te responder todos os dias em atitudes concretas.

compromisso
Renovo em mi a resposta dada ao Senhor no meu batismo.

LEITURA II 1Pd 1, 8-12

Caríssimos: Vós amais Cristo Jesus sem O terdes visto, acreditais n’Ele sem O verdes ainda. Isto é para vós fonte de uma alegria inefável e gloriosa, porque conseguis o fim da vossa fé: a salvação das vossas almas. Esta salvação foi objeto das investigações e meditações dos Profetas que predisseram a graça a vós destinada. Procuraram descobrir a que tempos e circunstâncias se referia o Espírito de Cristo que estava neles, quando predizia os sofrimentos de Cristo e as glórias que se lhes haviam de seguir. Foi-lhes revelado que não era para eles, mas para vós, que no seu ministério transmitiam essa mensagem. É essa mensagem que agora vos anunciam aqueles que, movidos pelo Espírito Santo enviado do Céu, vos pregam o Evangelho, a qual os próprios Anjos desejam contemplar.

compreender a palavra
Pedro ensina que o mistério de Cristo, anunciado pelos profetas, é salvação ao alcance de todos. No entanto, recorda, que muitos profetas o anunciaram como promessa, sabendo que não iriam ver a sua realização. Agora, aqueles que recebem o anúncio de Cristo salvador, mesmo sem o ver, encontram nele a alegria e a salvação. O que outros desejaram e procuraram conhecer com sacrifício sabendo que não iam alcançar, está à disposição de todos.

meditar a palavra
Ao escutar as palavras de Pedro percebemos que é fácil desperdiçar o sacrifício, o busca incansável e a dedicação sacrificada de outros. Cristo está hoje ao nosso alcance. Nele, mesmo sem o vermos podemos encher-nos de uma alegria inefável e gloriosa. Nele podemos encontrar a salvação das nossas almas. Mas podemos desperdiçar o que outros nos deixaram com o sacrifício das suas próprias vidas.

rezar a palavra
Senhor, banalizo tanto a vida, as riquezas, o conhecimento, a verdade, a fé que outros procuraram incansavelmente e me deixaram como herança. O sacrifício de uns resulta tão pouco em mim. Está, tão perto de mim que não preciso fazer qualquer esforço para ouvir falar de ti, por isso valorizo tão pouco. Mostra-me como é perigosa esta atitude de indiferença perante mistério tão grande, perante oferta tão valiosa, para que mude a minha atitude perante a verdade da fé que me deixaram.

compromisso
Quero valorizar o testemunho de homens e mulheres que deram a vida para eu, hoje, poder viver a fé.

EVANGELHO Lc 1, 5-17

Nos dias de Herodes, rei da Judeia, vivia um sacerdote chamado Zacarias, da classe de Abias, cuja esposa era descendente de Aarão e se chamava Isabel. Eram ambos justos aos olhos de Deus e cumpriam irrepreensivelmente todos os mandamentos e leis do Senhor. Não tinham filhos, porque Isabel era estéril e os dois eram de idade avançada. Quando Zacarias exercia as funções sacerdotais diante de Deus, no turno da sua classe, coube-lhe em sorte, segundo o costume sacerdotal, entrar no Santuário do Senhor para oferecer o incenso. Toda a assembleia do povo, durante a oblação do incenso, estava cá fora em oração. Apareceu-lhe então o Anjo do Senhor, de pé, à direita do altar do incenso. Ao vê-lo, Zacarias ficou perturbado e encheu-se de temor. Mas o Anjo disse-lhe: «Não temas, Zacarias, porque a tua súplica foi atendida. Isabel, tua esposa, dar-te-á um filho, ao qual porás o nome de João. Será para ti motivo de grande alegria e muitos hão de alegrar-se com o seu nascimento, porque será grande aos olhos do Senhor. Não beberá vinho nem bebida alcoólica; será cheio do Espírito Santo desde o seio materno e reconduzirá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus. Irá à frente do Senhor, com o espírito e o poder de Elias, para fazer voltar os corações dos pais a seus filhos e os rebeldes à sabedoria dos justos, a fim de preparar um povo para o Senhor».

compreender a palavra
O nascimento de João é inserido na história, por Lucas, com a afirmação “nos dias de Herodes”. Apresenta os personagens principais, Zacarias e Isabel como judeus piedosos e situa a cena no santuário durante o exercício das funções sacerdotais. Há alguma tensão em volta do acontecimento manifestado pela esterilidade de Isabel e pela expectativa do povo. Surge um elemento celeste, o anjo, que apresenta o conteúdo central, uma criança vai nascer e tem uma missão divina. O texto revela que Deus responde às expectativas do seu povo realizando maravilhas através de homens piedosos, de forma inesperada e vencendo os impossíveis. Não é a primeira vez que uma estéril é usada por Deus para cumprir as suas promessas.

meditar a palavra
Coloco-me no lugar de Zacarias e não me vejo piedoso como ele, embora cumpridor das minhas obrigações para com os homens e para com Deus. Percebo que Deus se revela nas circunstâncias normais da minha vida, mas falta-me a capacidade de elevar ao céu o incenso do louvor interior do coração. Coloco-me no lugar de Isabel e sinto-me como ela, deserto, terra incapaz de produzir por si mesma a vida. Só o Senhor, com a força da sua palavra, que é promessa, pode mudar a minha esterilidade em fecundidade gerando a vida nova que é missão em favor do povo. Olho o povo e sinto-me como a massa anónima que espera a salvação de Deus, sempre promessa, que parece tardar.

rezar a palavra
Pela tua palavra, Senhor, transforma-me em oásis do teu amor e da tua promessa. Faz correr em mim os rios da esperança e brotar a abundância da misericórdia. Transforma o meu interior em espaço de louvor, em santuário da tua presença e faz-me crer que à tua voz, pela força do Espírito, posso reconduzir para ti os corações rebeldes.

compromisso
Coloco o meu coração no Senhor ao longo de todo o dia.

Missa do dia

LEITURA I Is 49, 1-6

Terras de Além-Mar, escutai-me; povos de longe, prestai atenção. O Senhor chamou-me desde o ventre materno, disse o meu nome desde o seio de minha mãe. Fez da minha boca uma espada afiada, abrigou-me à sombra da sua mão. Tornou-me semelhante a uma seta aguda, guardou-me na sua aljava. E disse-me: «Tu és o meu servo, Israel, por quem manifestarei a minha glória». E eu dizia: «Cansei-me inutilmente, em vão e por nada gastei as minhas forças». Mas o meu direito está no Senhor e a minha recompensa está no meu Deus. E agora o Senhor falou-me, Ele que me formou desde o seio materno, para fazer de mim o seu servo, a fim de Lhe restaurar as tribos de Jacob e reconduzir os sobreviventes de Israel. Eu tenho merecimento aos olhos do Senhor e Deus é a minha força. Ele disse-me então: «Não basta que sejas meu servo, para restaurares as tribos de Jacob e reconduzires os sobreviventes de Israel. Farei de ti a luz das nações, para que a minha salvação chegue até aos confins da terra».

compreender a palavra
A vocação de Isaías serve de referência para a vocação de João Batista. O Senhor escolhe desde o seio materno aqueles a quem confia a missão de manifestar a sua glória e de restaurar o seu povo, reconduzindo os sobreviventes de Israel. O escolhido tem a proteção de Deus e receberá a recompensa. Mas o caminho é difícil, tocando muitas vezes a sensação de inutilidade “cansei-me inutilmente, em vão e por nada gastei as minhas forças”. O Senhor, porém, não deixa na desilusão aqueles que o servem “farei de ti a luz das nações”.

meditar a palavra
O texto de Jeremias aplica-se a João, o Batista, filho de Isabel e Zacarias, por causa do relato evangélico que conta a visita de Maria, a mãe de Jesus, a sua prima, quando ela se encontrava no sexto mês de uma gravidez inesperada e tardia. Na ocasião o menino exultou de alegria no seio da mãe. Também porque o nascimento deste menino foi uma escolha do próprio Deus dada a conhecer a Zacarias durante o serviço no templo. Em João realiza-se a palavra de Deus revelada por Isaías “O Senhor chamou-me desde o ventre materno, disse o meu nome desde o seio de minha mãe. Fez da minha boca uma espada afiada, abrigou-me à sombra da sua mão”, “Ele que me formou desde o seio materno, para fazer de mim o seu servo”. Esta palavra realiza-se em nós também, sempre que, escutando a voz de Deus, reconhecemos que fomos escolhidos desde o seio materno para uma missão e nos disponibilizamos a realizá-la de acordo com a sua vontade.

rezar a palavra
Senhor, nem sempre me dou conta da escolha que fizeste quando me formaste no seio materno e me chamaste a viver neste lugar com estas pessoas. Nas lutas de cada dia até parece que foi a pior sorte que me podia calhar. Mas eu sei, Senhor, que a missão que me dás junto dos que me rodeiam, foi uma escolha abençoada por ti e que terminará bem.

compromisso
Vou reconhecer a bênção de Deus na minha vida.


LEITURA II At 13, 22-26

Naqueles dias, Paulo falou deste modo: «Deus concedeu aos filhos de Israel David como rei, de quem deu este testemunho: ‘Encontrei David, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará sempre a minha vontade’. Da sua descendência, como prometera, Deus fez nascer Jesus, o Salvador de Israel. João tinha proclamado, antes da sua vinda, um batismo de penitência a todo o povo de Israel. Prestes a terminar a sua carreira, João dizia: ‘Eu não sou quem julgais; mas depois de mim, vai chegar Alguém, a quem eu não sou digno de desatar as sandálias dos seus pés’. Irmãos, descendentes de Abraão e todos vós que temeis a Deus: a nós é que foi dirigida esta palavra de salvação».

compreender a palavra
Barnabé e Paulo estão em Antioquia da Pisídia. No sábado entram na sinagoga e depois de ser proclamada a palavra, Paulo levanta-se e começa a desenvolver a história da salvação tal como os presentes a conhecem, até chegar a Jesus. Os versículos que lemos nesta solenidade relatam o nascimento de Jesus de acordo com a promessa feita a David e o testemunho de João Batista sobre Jesus. Conclui com a afirmação “a nós é que foi dirigida esta palavra de salvação”.

meditar a palavra
A pregação de Paulo em Antioquia oferece uma relação entre o ministério de João e o de Jesus. O descendente de David, Jesus, herdeiro do trono segundo a promessa, é apresentado ao mundo por João que vem para lhe preparar o caminho. A sua palavra não se centrava nele, mas na vinda de outro “Alguém” maior do que ele, de quem não é digno nem de desatar as correias das sandálias. Estas palavras, escutadas no dia em que celebramos o nascimento de João, hão de fazer-nos entender o nosso ministério, como cristãos missionários, na relação direta e na dependência efetiva daquele que anunciamos. Não nos pregamos a nós, mas ao Senhor. O nosso testemunho fala de outro, daquele que é revelado nos evangelhos, Jesus Cristo. Importa, então, que ele seja conhecido e não eu, que ele cresça e eu diminua, que ele seja amado ainda que eu seja rejeitado.

rezar a palavra
Senhor Jesus, também eu venho como percursor preparar o caminho para a tua chegada. Vou à tua frente aos lugares aonde também tu hás de ir. Sempre na certeza de que chegas antes de mim e tornas a minha missão mais fácil. Ainda assim, estou disponível, como João, para gastar a minha vida por ti, até ao fim.

compromisso
Revelo, com palavras e obras, que Jesus é a salvação para todos os homens.

EVANGELHO Lc 1, 57-66.80

Naquele tempo, chegou a altura de Isabel ser mãe e deu à luz um filho. Os seus vizinhos e parentes souberam que o Senhor lhe tinha feito tão grande benefício e congratularam-se com ela. Oito dias depois, vieram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome do pai, Zacarias. Mas a mãe interveio e disse: «Não, Ele vai chamar-se João». Disseram-lhe: «Não há ninguém da tua família que tenha esse nome». Perguntaram então ao pai, por meio de sinais, como queria que o menino se chamasse. O pai pediu uma tábua e escreveu: «O seu nome é João». Todos ficaram admirados. Imediatamente se lhe abriu a boca e se lhe soltou a língua e começou a falar, bendizendo a Deus. Todos os vizinhos se encheram de temor e por toda a região montanhosa da Judeia se divulgaram estes factos. Quantos os ouviam contar guardavam-nos em seu coração e diziam: «Quem virá a ser este menino?». Na verdade, a mão do Senhor estava com ele. O menino ia crescendo e o seu espírito fortalecia-se. E foi habitar no deserto até ao dia em que se manifestou a Israel.

compreender a palavra
A promessa do anjo, feita a Zacarias, cumpriu-se e Isabel deu à luz. As pessoas da família e das redondezas entenderam esta nascimento como um dom de Deus, algo extraordinário e não esperado. No tempo prescrito pela lei o menino tem que ser circuncidado e deve receber o nome. Levanta-se um problema quando a mãe lhe dá um nome que não se espera, porque ninguém na família com direito a dar o nome ao menino, tem esse nome. Mas aquele menino é filho da promessa e Zacarias não pode esquecer o que lhe foi dito pelo anjo. “o seu nome é João” escreve Zacarias. Desta forma todos confirmam que há um plano divino para este menino.

meditar a palavra
A estéril deu à luz um filho e esta notícia espalhou-se por toda a parte. O segredo que se esconde por detrás daquele menino faz crer que Deus está com ele. E, de facto, “a mão do Senhor estava com ele”. Por essa razão a notícia se espalhou, porque guarda um mistério divino. Guarda uma admiração. O nascimento foi admiração, o nome foi admiração, o menino provoca o espanto e o povo não pode calar-se. Todos ouviam falar do menino e ficavam admirados. Esta capacidade de maravilhamento perante os acontecimentos da vida e perante as pessoas é a capacidade de ver Deus presente, atuando, transformando e mudando as coisas para que o seu Espírito atue. Se a coisas da vida são banais, da ordem da rotina e da indiferença, não chegamos a ver o mistério. Só a capacidade de maravilhamento devolve à vida o seu conteúdo, a sua riqueza e o seu sentido.

rezar a palavra
Preciso sair da rotina da minha vida. Deste é e não é. Desta banalidade que não tem nada de novo. Senhor, ensina-me a arte do maravilhamento. Ensina-me o espante perante as coisas pequenas e simples do dia a dia. Ensina-me a ver o mistério na criança que nasce, na ave voando, no sol que se põe. Ensina-me a ver o mistério presente na vida.

compromisso
Vou aprender a ler as coisas por dentro e a deixar-me cativar pela beleza escondida.