Mistagogia da Palavra
No contexto litúrgico do Advento celebramos esta solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria. O Advento é, sem dúvida, o lugar litúrgico da devoção mariana, por nele se entender melhor o significado de Maria. Ela mesma é Advento, isto é, expectativa ansiosa do nascimento do Filho de Deus que encarnou em seu seio, conforme as palavras do Anjo na anunciação que lemos no Evangelho.
O sentido desta solenidade é: “A Virgem Maria, por graça e privilégio de
Deus, Todo-Poderoso, em atenção aos méritos de Jesus Cristo, Salvador do género humano, foi preservada e imune de toda a mancha da culpa original, no primeiro instante da sua concepção”.
A 1ª leitura é do Livro do Génesis. Depois da sentença que se segue ao pecado do homem, Deus abre o futuro à esperança. É o proto-evangelho, a primeira boa nova: a descendência da mulher vencerá a serpente, o Demónio, o mal, o pecado.
A 2ª leitura é da Epistola de S. Paulo aos Efésios. O plano admirável de Deus a respeito dos homens, destruído pela desobediência de Adão e Eva, é restaurado em Cristo. É uma nova criação que n’Ele se inicia. Primícias desta nova criação é Maria, eleita para Mãe do Filho de Deus, por Ele redimida de modo sublime, figura e Mãe da Igreja.
A 3ª leitura, o Evangelho, é de S. Lucas. É o Evangelho da Anunciação. O privilégio da Imaculada Conceição de Maria, como, de resto, todos os seus outros privilégios, fundamenta-se na eleição de Maria para Mãe virginal do Salvador e, portanto, Mãe de Deus: eleição livre e amorosamente aceite por Maria, que soube dizer a Deus a única palavra que Ele tem direito a ouvir de nós: Sim. Esta eleição exigia a isenção do pecado, de todo o pecado.