Epifania é manifestação: vemos em Jesus a luz que ilumina todos os homens até aos confins da terra (1ª leit.); a estrela conduz a Ele (Ev.); o mistério de Cristo foi revelado a todos (2ª leit.). A festa da Epifania recorda-nos que Deus veio para todos, dá-se a conhecer e quer ser reconhecido por todos, mesmo por aqueles que parecem mais distantes e estão fora dos círculos do suposto conhecimento de Deus. Deus está ao alcance de todos e deixa-se encontrar por todos os que o procuram. É o que representa o episódio dos magos que vieram do Oriente. Estes magos vieram de longe à procura de encontrar alguém que lhe desse respostas para as questões que se colocavam.
1. A estrela guia
– Deus manifesta-se aos humanos; Ele pode encontrar-se sempre que o homem o procura… Ele vem para todos e não apenas para alguns (os judeus ou os bons) … Vem para aqueles que precisam d’Ele…
– Deus dá-se a conhecer na figura de uma criança, na periferia dos sistemas, aos homens de todos os povos (isso representam os magos)…
– Aqueles magos vêm do Oriente, do lugar onde nasce o sol, e ali viram “a sua estrela” que os conduziu…
2. E eles põem-se a caminho
– Tendo visto “a sua estrela” acendeu-se neles o desejo de O encontrar… Por isso seguem o caminho indicado por essa luz…
– Às vezes a estrela desaparece e precisam de perguntar: “onde está?” Mas continuam a procurar caminhando pelo desconhecido…
– O encontro, na simplicidade do presépio, não os desilude. Eles procuravam seguindo a luz e chegaram ao lugar indicado pela estrela: entram, vêem, prostram-se, adoram, abrem e oferecem… A sequência destes verbos expressa o dinamismo da procura e do encontro com Deus: saem de si mesmo e descobrem a alegria do encontro, ainda que seja pequeno e simples…
– Pode-se discutir a historicidade destes personagens mas o significado é bem claro: Deus não se oculta nem foge; deixa-se encontrar por quem o procura ainda que, por vezes, o caminho seja longo e cheio de dúvidas… “Encontra Deus quem o procura”…
3. Adoração
– Os magos prostram-se e adoram-n’O… Como são já tão pouco frequentes estas atitudes? Prostramo-nos a outros poderes!…
– Depois da adoração vem o oferecimento: ouro, incenso e mirra – o que temos, o que rezamos e o que somos nesta vida – a entrega é total e dá lugar à alegria: foram para a sua casa cheios de alegria, de esperança e de compromisso, “por outro caminho”… A sua vida tinha mudado…
4. Um relato exemplar
– O relato dos magos é exemplar porque mostra o caminho de fé que cada um de nós tem de percorrer: descobrimos a estrela; a luz ilumina para ir ao encontro dos valores que são indicados por Jesus; o caminho, por vezes, é incerto, inseguro e tortuoso… por vezes a estrela esconde-se e gera desencanto; retoma-se o caminho sempre que reflectimos sobre nós próprios…
– O ano que iniciámos há dias pode ser comparado ao nascer de mais uma estrela de oportunidades… Mas, atenção: a estrela pode morar dentro de cada um… Com frequência, andamos à procura dela em sítios onde pensávamos encontrá-la, nos centros do poder onde se encontra “Herodes”… Não está lá… Há que fazer caminho e descobrir por nós próprios…