As pessoas confessam, com alguma frequência, que se sentem cansadas e desanimadas porque, apesar dos esforços que fazem para alterar algumas situações, tudo acaba por ficar na mesma. Muitas vezes resignam-se e desistem de lutar, tais as dificuldades que lhe são colocadas e a quantidade de obstáculos que têm de ultrapassar.
Isso aconteceu por diversas vezes com o povo de Israel na caminhada pelo deserto. Chegar a um lugar onde pudessem acampar e permanecer durante algum tempo, era reconfortante. O sopé do monte Sinai foi um desses lugares onde o povo esteve mais tempo e onde celebrou a Aliança com Deus tendo como intermediário Moisés.
Também Jesus vê as multidões fatigadas e abatidas, como ovelhas sem pastor, e enche-se de compaixão por elas.
1. É muito importante ter um líder
– No meio das canseiras, ter alguém ao nosso lado é muito importante… Não é só o que oferece o ombro para se recostar… É, sobretudo, o que diz a palavra acertada, que congrega e reconforta…
– Foi o que fez Moisés: recordou como o Senhor sempre esteve com o seu povo tirando-o do Egipto e conduzindo-o sob asas de águia… E, depois de recordar o passado, propõe uma coisa nova: agora, se o povo escutar a palavra e guardar a aliança que vai ser proposta, será um povo diferente, reino de sacerdotes e nação santa, um povo consagrado ao Senhor…
– O mesmo faz Jesus: vê as multidões abatidas e reconhece que há falta de líderes, de guias da comunidade, pastores autênticos… Logo a seguir, institui os doze apóstolos como condutores da comunidade para actuarem em seu nome, expulsando os espíritos impuros e curando todas as doenças e enfermidades…
– Isto significa que, quando há lideres e referências autênticas, o fardo é menos pesado e o caminho fica mais desimpedido… Precisamos de pastores e guias em todos os tempos mas, particularmente, naqueles períodos em que parece que todos os nossos apoios se desmoronam…
2. Campo prioritário
– Jesus dá instruções aos que escolhe para orientarem as multidões… Segundo o Evangelho de S. Mateus, devem preocupar-se primeiro pelos mais próximos, “as ovelhas perdidas da casa de Israel”…
– Numa primeira fase, não devem pensar tanto nos que pertencem a outras regiões e culturas (gentios e samaritanos). Estes não são excluídos mas, no começo, não são os prioritários… Em primeiro lugar devem pensar nos que estão mais perto…
– O conteúdo fundamental da sua acção é o reino dos Céus, realizando os sinais da cura, da expulsão dos demónios e da ressurreição…
3. Precisamos de trabalhadores para a seara
As fadigas e os sentimentos de desânimo podem ser superados quando alguém sabe orientar interpretando as situações e apontando para o futuro…
– Na Igreja, também precisamos cada vez mais de “trabalhadores da seara”, de pastores e guias que estejam próximos, que conheçam, que “cheirem as ovelhas” como diz o Papa Francisco…