Quando José aceita Maria, que está grávida, sabe que aceita Deus. O que melhor caracteriza este casal é o seu compromisso, a sua colaboração com os planos de Deus. A partir do momento em que abrem o coração à vontade de Deus, as suas vidas pessoais entram a fazer parte da milenária história da salvação protagonizada pelo povo escolhido.

1.    Em final de Advento

– O advento é um tempo dinâmico, vivido com tal energia que até passa depressa demais, não só por ser curto, como também porque, às vezes, ultrapassamos fases importantes sem quase nos darmos conta… É um ritmo de vida que a sociedade nos impõe…
– Começámos este tempo apontando para a vinda definitiva de Jesus no final dos tempos. Agora, nestes dois últimos domingos, particularmente hoje, centramo-nos já no acontecimento que vamos celebrar nos próximos dias: a entrada de Jesus na história, feito carne como um de nós, no seio de uma família (sim: todas as crianças têm direito a uma família… Nem o Filho de Deus prescindiu dela, Ele que podia fazer as coisas de muitas maneiras,…)

2.    O Emanuel

– O Evangelho de Mateus relata a situação de José, noivo de Maria, que se preocupa com o que acontece na sua relação: uma situação difícil que ele procura abordar procurando sair dela sem ofender ou humilhar alguém (no caso concreto, a virgem Maria, sua noiva)…
– Mas, como ele é um homem crente e inserido na história de salvação do seu povo, reconhece que, já antes dele, tinha havido momentos de salvação em que Deus tinha escolhido alguém cuja concepção e nascimento se haviam dado em circunstâncias extraordinárias; e que o chamado Emanuel, intervinha em nome de Deus para libertar o povo… É precisamente isso que o anjo lhe recorda e o faz mudar de estratégia aceitando Maria por sua esposa, não a repudiando como tinha pensado inicialmente…
– No tempo do rei Acaz, a situação do povo era muito complicada e este rei pensava que os problemas só se resolveriam por uma estratégia de alianças e compromissos humanos: alianças militares com outros povos para evitar o domínio dos que ameaçavam a independência de Judá. Mas, o profeta confronta-o com a debilidade dessas opções e propõe-lhe uma confiança e compreensão do ponto de vista de Deus que não se encaixa nos esquemas humanos… Ele parece resistir, mas o grande sinal de Deus é que marcará a história: “uma virgem conceberá e dará à luz um filho e o seu nome será Emanuel”…
– Tão grande é este sinal que José acredita que o que se passa com Maria pode ser o momento da sua realização: o Emanuel, o Deus connosco, só pode ser Deus a enviá-lo, e para nascer de uma virgem, só pode ser obra de Deus…

3.    Pôr-lhe-ás o nome de Jesus

– Na cultura semítica, aquela onde José, Maria e Jesus nasceram e cresceram, o nome indica a identidade da missão da pessoa. Jesus quer dizer “Deus salva”… De pouco nos valeria um Deus muito solidário connosco, se Ele não fosse capaz de nos salvar!… Mas Jesus salva: supera tudo o que limita a nossa existência e nos impede de nos aproximarmos de Deus, que é a vida plena…
– Tendo assumido a nossa condição humana na concepção e nascimento, foi nesta nossa carne que viveu, morreu e ressuscitou… Foi por isso que nos libertou totalmente…