A celebração anual da Morte e Ressurreição do Senhor tem o seu ponto culminante na Vigília pascal, coração da Liturgia cristã, centro do ano litúrgico, a mais antiga, a mais sagrada, a mais rica de todas as celebrações, “a mãe de todas as vigílias”. Nesta noite de vigília em honra do Senhor, os cristãos reúnem-se para celebrarem na esperança e na alegria o grande acontecimento da salvação, pelo qual Jesus, depois do seu aniquilamento voluntário, foi constituído “Filho de Deus em todo o seu poder”, “Senhor da glória”, “Chefe e Salvador”.

A Missa do dia de Páscoa deve ser celebrada com grande solenidade. Hoje é a festa das festas, o dia por excelência de Cristo Senhor, em que Ele triunfa das trevas da morte para nunca mais morrer. Neste “dia que o Senhor fez” têm o seu termo, a sua coroação as grandes intervenções de Deus, as suas diversas “páscoas” (passagens) ao longo da história da salvação. Tem início a nova criação, nasce o novo Povo de Deus, a Igreja. Apesar das misérias e sofrimentos da humanidade, os cristão sabem que o nosso mundo tem um destino maravilhosos, o de ser o Reino de Deus. A Páscoa é assim fonte de alegria, de optimismo e de esperança.

A 1ª leitura é do Livro dos Actos dos Apóstolos. Diante dos pagãos, em casa do centurião Cornélio, Pedro anuncia: Cristo ressuscitou. Pela Ressurreição, de que Pedro é testemunha, Jesus de Nazaré é o Juiz dos vivos e dos mortos, é o Salvador dos homens, judeus ou pagãos.
A 2ª leitura é de S. Paulo aos Colossenses. Pelo seu Baptismo, o cristão morreu para o pecado e ressuscitou com Cristo para uma vida nova. Assim, viverá a vida de cada dia sem perder de vista o fim superior para que foi criado.
O Evangelho é segundo S. João. Pedro e João, juntamente com Madalena, são as primeiras testemunhas do túmulo vazio, naquela manhã de Páscoa. Perante as ligaduras e o lençol, cuidadosamente dobrados, o que exclui a hipótese de roubo, se lhes começa a abrir os olhos para a realidade. No seu amor intuitivo, João é o primeiro a compreender os sinais da Ressurreição. Também bem depressa Pedro descobre a verdade, anunciada tão claramente pela Escritura e por Jesus. Depois, em contacto pessoal com o Ressuscitado, a sua fé torna-se firme como “rocha” inabalável.